A emergência estava calma. Derek ficou no próprio mundo até o resto do time chegar.

— Temos que parar de entrar nesse lugar. – Hotch falou. – Alguma notícia?

— Eles disseram que ela não está estabilizada. – Derek respondeu. – Eles vão fazer uma cesariana de emergência.

— Sabe que você tem direito de estar lá, não é Derek? – Rossi interveio. – Você é o pai do bebê e é sua esposa.

— Eles não vão deixar David. – Morgan estava perdendo as forças.

— Vou falar com eles. – Hotch entrou pelo corredor, crachá na mão, pronto para qualquer um que discutisse com ele.

Passando pelo quarto onde Garcia estava colocada ele parou.

— Como ela está? – Hotch perguntou para o médico.

— A boa notícia é que o bebê continua vivo e ela estava em trabalho de parto quando caiu da escada. – O médico não sabia que era. – A má é que ela precisa continuar dormindo e vamos com uma cesariana de emergência. Ela não vai acordar durante o nascimento do bebê.

— O pai da criança está na emergência. – Hotch já tirou o crachá. – Ele tem o direito de acompanhar o nascimento do bebê. Ele também é um agente do FBI.

— Ele terá que usar uma roupa médica para acompanhar. – O médico disse. – É a única condição nossa.

— Feito. – Hotch ficou feliz. – E qual a condição dela?

— Ela talvez tenha quebrado um braço apenas. O que estatisticamente é raro. – O médico parecia feliz.

— Então ela está sedada por causa da dor do parto? – Hotch não entendia.

— Sim. – O médico respondeu. – Ligue para o pai da criança e diga que o bebê está vindo.

Hotch ligou para Morgan. Quando ele chegou a sala de cirurgia ele colocou a roupa estéril e se preparou para o melhor momento da vida dele.

Entrando na sala de cirurgia onde ela estava sendo preparada, ele tomou seu lugar sempre acariciando e beijando sua cabeça como se desejasse que ela estivesse acordada para esse momento.

Não era o melhor momento para voltar a ter lembranças, mas ele não conseguiu evitar em ter flashes de outro momento tenso.

Três anos atrás...

Eles estavam em um caso de incêndio em uma pequena cidade. Hotch insistiu que ela deveria perfilar os moradores, mesmo que isso não fosse parte do seu trabalho.

Ela fez, meio a contragosto, meia querendo não ter feito e uma outra parte querendo desaparecer para sempre.

Ao final do caso ela simplesmente estava esgotada. Ela teve uma pequena discussão com Hotch por empurra-la nessa direção. Hotch saiu do escritório chateado por ela estar chateada e encontrou Morgan no caminho.

— Talvez devesse levar ela para uma bebida. – Hotch falou. – E cuidar dela hoje à noite.

— Claro. – Morgan não entendeu.

Ele entrou no escritório dela, a encontrando chateada e cansada. Ela estava vendo suas amadas fotos de gatos, porém não estava ajudando.

— Aceita uma bebida? – Morgan a pegou no braço e a conduziu pelo corredor.

— Claro. – Ela queria dormir. – Talvez algo que me faça esquecer.

— Eu não quero ver você triste. – Morgan deu um abraço. – Eu preciso ver seu sorriso.

— Eu não posso mais sorrir, Derek. – Ela se apegou a Derek com necessidade. – Eu não consigo mais fazer esse trabalho.

— Penelope Garcia. Sabe quantas vezes eu já pensei em desistir de tudo? - Derek a encarou. – Muitas vezes. – Ele mesmo respondeu. – E ainda sim eu só estou aqui por sua causa, minha deusa.

— Eu vi coisas horríveis. – Ela ainda estava de olhos fechados. – Eles fizeram coisas horríveis. E mesmo assim, não mereciam morrer.

Derek riu. Essa era sua garotinha.

— Eu sei que você só vê o bem em cada um, baby girl. – Ele não queria soltar ela do abraço. – Talvez você fique feliz em saber que ele está vivo e preso.

Ela o olhou feliz, pela primeira vez em muitos minutos.

— Quantas vezes eu já disse que eu te amo? – Ela deu um dos seus sorrisos.

— Todos os dias desde que a gente se conheceu. – Ele também sorriu. – Está implícito.

— Ainda quer tomar bebidas? – Ela perguntou pegando a bolsa.

 - Com você, sempre. – Ele a pegou e levou até o bar.

Hoje...

Derek foi levado de volta ao presente ao ouvir o médico dizendo as palavras que ele sempre quis ouvir.

— Muito bem pessoal. – O médico anuncio. – Hora de trazer essa criança ao mundo.

Derek passo o tempo todo pedindo a Deus que ajudasse seu bebê vir ao mundo, saudável e feliz. E talvez eles pudessem seguir. Ele providenciaria uma casa sem escadas.

Enquanto Derek estava com Garcia na sala de cirurgia, seus amigos estavam reunidos na de espera. JJ parecia ansiosa, como se estivesse perdendo sua amiga outra vez. Emily sabia que Penelope era uma lutadora e não se entregaria fácil.

Reid segurou o livro que ele estava lendo para ela durante o tempo que ela esteve em coma, como se de algum jeito, ele tivesse poderes de ajudar ela outra vez. Hotch apenas olhava para qualquer canto da sala e Rossi, bem, ele estava abalado o suficiente para ficar sozinho.

— Pinça. – O médico disse. – Muito bem.

— Pressão estável. – A auxiliar disse.

— Continue assim garota. – O médico deu um leve sorriso.

— Estou bem aqui, Baby Girl. – Derek falou no ouvido dela.

— Pronto para conhecer seu bebê, Agente Morgan? – O médico perguntou.

— Mais do que tudo. – Derek alcançou a mão de Penelope pronto para ouvir o choro de seu bebê, pela primeira em muitas vezes.

Então o pequeno choro ecoou pela sala e foi até a sala de espera, dando o alivio que todos precisavam naquele momento.

— Parabéns, Agente Morgan. – O médico passou o pequeno bebê. – Você tem uma linda garotinha.

Ele não estava decepcionado por não ser um menino. Eles teriam muito tempo para ter um gurizinho. Ele pegou o bebê e levo até Penelope. Ele desejou que ela estivesse acordada para ver seu fruto, mas eles teriam muito para curtir.

— Nós temos uma garotinha, Baby Girl. – Ele colocou a criança ao lado dela. – Quando acordar estaremos te esperando.

— Podemos levar ela? – Uma enfermeira pediu em espera.

— Posso mostrar aos meus amigos? – Derek pediu. – Por favor.

— Mas depois temos que levar ela para o berçário. – Ela respondeu com um sorriso.

Se Derek tinha alguma dúvida de quem era pai do bebê, agora vendo ela tinha certeza que era dele.

Levando a pequena para a sala de espera todos da equipe viram a mistura entre ele e Penelope. Olhos de mel e cabelos loiros e uma pela achocolatada que dava um contrate perfeito com Derek.

— Ela é exatamente a mistura de vocês. – JJ disse. – Tão linda.

— Eu acho que ela é a menina mais linda que eu já vi. – Reid falou.

— Ela é maravilhosa Derek. – Emily pegou a neném no colo. – E tão pesadinha.

— Nasceu saudável e sem nenhum problema de saúde. – Derek tinha uma tristeza no olhar. – Apesar de Penelope estar ainda inconsciente. Ela precisa ver a filha.

— Ela vai Derek. – Rossi colocou uma mão protetora em Derek e fez um carinho na menina. – Já decidiram o nome?

— Não. – Ele respondeu. – Ela precisa participar disso.

— Hora de levar a pequena para o berçário. – A enfermeira disse. – Desculpe.

— Não, tudo bem. – Derek entregou a garotinha que começou a chorar. – Apenas coloque na pulseirinha Esther.  É provisório.

— Será feito. – Ela levou Esther para o berçário.

Derek desejava que o efeito dos medicamentos acabasse logo. Ele queria mostrar a garotinha que eles tinham feito.

Duas horas depois...

Já passava da meia noite quando Derek finalmente conseguiu dormir. Porém ele acordou uma hora depois quando sentiu alguém o tocando.

— Reid. – Ele falou, achando que era Spencer. – Eu tenho que dormir.

— Desculpa. – Penelope falou. – Eu não queria te acordar.

Derek abriu os olhos em surpresa. Sorrindo mais do que uma criança que ganhou doce ele deu um beijo na testa.

— Baby Girl. – Derek bateu no botão das enfermeiras. – Como se sente?

— Como se tivesse caído de uma escada. – Ela brincou. – Onde está meu bebê?

— Ela está no berçário. – Derek respondeu.

— Ela? – Penelope deu um sorriso. – É uma menina?

— Sim. – Derek saiu para o corredor. – Eu volto em alguns segundos.

Encontrando Hotch e Rossi na espera ele falou com um sorriso.

— Ela está acordada. – Ele não conseguia conter sua felicidade. – Rossi. Se importa em ir pegar Esther?

— Nunca. – Ele foi até o berçário.

Derek voltou para o quarto feliz.

— Ela está vindo para você. – Derek falou dando um beijo nela.

Ela sorriu e se preparou para conhecer sua menina.