Iroh

Eu me considero uma pessoa paciente. Com todas as resalvas, eu aguardei. Esperei e esperei e quando finalmente a encontrei, eu descobri que tinha razão. Um dia eu disse para Kirina, o governo um dia irá nos matar. Eu não errei com Kirina e também não errei com a Mira.

Ser pai é difícil. Ser pai sozinho, é mais difícil ainda . Wana não está mais aqui para me ajudar com os gêmeos, e Kirina se foi antes que Mira sequer crescesse.  Quem vê nossa família de longe, pode achar que sou um mau pai. Que o meu jeito de criar a Mira, foi rígido e desnecessário, além de violento. Mas, eu sou assim. Sempre fui assim, e esse traço ela herdou de mim. Eu simplesmente não consigo evitar.

Por isso eu sempre me envolvi com coisas  como a UCG. Ser contra alguma coisa e lutar contra ela me deu razão para viver, para continuar nesse país.  Só que o tratamento que eu estou fazendo , está minando tudo o que eu sou. Eu não só assim. Eu sinto falta de ser um guerreiro, de luta contra tudo e todos. Sinto falta da adrenalina, da sensação de perigo e liberdade.

Eles a trouxeram para mim. Minha filha com Kirina, o grande amor da minha vida. Ela estava desacordada e muito abatida. Era como se minha filha tivesse regredido e voltado a ser aquela garotinha que eu e Kirina tentamos proteger.

Tantas vezes nesse último ano, eu sofri em silêncio. Quando ela se descobriu uma dobradora, foi uma grande surpresa. Kirina havia dito que nossa filha era especial, mas eu não imaginava que seria esse tipo de especial. Eu fiquei bravo, claro, ela faria parte do sistema, assim eu tentei reverter a situação e a levei para  pior lugar. Assim entre altos e baixos, minha filha foi se afastando. Não é a primeira vez que isso acontece. Quando ela entrou em coma, eu achei que meu mundo iria acabar. Eu pensei realmente que ela nunca mais iria voltar, assim não pensando em ninguém somente nessa dor, eu quase dei minha vida pela UCG.

Avatar. Eu realmente nunca pensei muito sobre isso. Quando Haru reapareceu, eu achei que meus problemas tinham diminuído. Mas, tudo parece que piorou.

— Esse vai ser o primeiro lugar, não podemos ficar aqui muito tempo. — O menino Riku disse.

Riku, parece ser um bom garoto, eu me vejo nele quando eu era mais novo.

— E para onde vamos? – A garotinha desarrumada perguntou.

— Eu não sei. Não podemos ir para Nova Ba sing Se, Laogai e Kyoshi, todos tem acordo com o Haru.  – O menino monge constatou.

— E as nações do norte e do sul?  

— Muito longe, Suni. Fora que , segundo o meu pai, as negociações de acordo com Republic city estão avançada.

— Então? Aonde podemos ir.

Só havia um lugar para fugir, aonde Haru não teria coragem de entrar. Aonde o governo é tão fechado que seria impossível qualquer tipo de negociação . Aonde Mira poderia se recuperar.

— Existe um lugar.  – Eu disse baixo.

Todos olharam para mim.

— União do fogo.

Eles pareceram não acreditar.

— Me desculpe, tio Iroh, mas não podemos ir para lá. É impossível sair depois.

— Não é. Eu já fugi de lá uma vez. Nós apenas vamos voltar, para a nossa terra natal. Para o lugar que a Mira nasceu.