— Eu não vou desistir, Inês! - ela nada respondeu apenas entrou no primeiro táxi e se foi o deixando ali sorrindo enquanto dizia para si mesmo. - Ela me ama e eu não vou desistir, não vou! - e ele saiu dali indo para seu carro precisava resolver umas coisas.

E ao longe o carro de Lauro era ligado depois de ver aquela cena do beijo sentia seu coração aos pulos e ele saiu dali com um único destino e a clara certeza que precisava decidir seu futuro... Lauro mesmo com o coração apertado seguia para a casa de Inês sabia que era difícil lutar contra um sentimento tão forte como o dos dois porque mesmo que Victoriano não admitisse ele sentia e Lauro sabia, mas mesmo assim queria o amor daquela mulher.

Quando o carro parou frente a casa dela ele duvidou em descer mais não podia prolongar mais aquela conversa e deixar para o dia do casamento onde os dois sofreriam ainda mais e ele desceu e foi até a porta dela e tocou por duas vezes e esperou por ela. Inês estava na cozinha perdida em seus pensamentos mais precisamente no beijo que trocou com Victoriano e ao ouvir a porta pensou que fosse ele e caminhou até a porta disposta a dar um "chega pra lá" nele e ao abrir deu de cara com Lauro e sentiu seu coração acelerar.

— Olá! - sorriu de leve para ela.

Inês ficou perdida nos olhos daquele homem por alguns segundos mais logo disse.

— Entra! - deu espaço e ele entrou depois de dar um beijo em sua bochecha.

Inês fechou a porta e logo caminhou junto a ele até a pequena sala e fez um gesto com a mão para que ele sentasse mais ele se negou e ficou de pé e ela fez o mesmo parando frente a ele com seu coração rasgado ele era um homem tão lindo e nobre que sentia pesar por não amá-lo como deveria e ele sentia o mesmo pesar por não conseguir que ela o amasse mais no coração não se manda e quando se ama se ama não a meio amor ou amor por dois ou se ama ou não.

— Quer tomar alguma coisa? - falou educada.

— Não, eu só quero conversar com você. - falou com calma e por fim a pegou pelo braço e os dois sentaram juntos e ele segurou a mão dela. - Você algum dia será capaz de me amar como o ama?

Era um tiro em forma de pergunta já que Inês não sabia como responder, mas ele estava ali tão aberto a conversar que ela respirou fundo e o mirou ainda mais dentro dos olhos como dizer a ele que não sabia se seria capaz de amá-lo como merecia se nem agora a ponto de se casar não existia o sentimento de amor apenas... nem ela mesma conseguia dizer qual sentimento nutria por ele.

— Lauro... - ele apertou a mão dela e segurou sua lágrima que queria rolar.

— Não precisa me dizer, não precisa me iludir com um sentimento que não tem! - ele voltou a ficar de pé e ela também. - Estamos errando em manter esse compromisso e é por isso que estou terminando ele.

Inês sentiu o coração pulsar.

— Está terminando comigo? Não pode fazer isso falta apenas 15 dias! - passou a mão no cabelo nervosa. - Eu não o quero mais em minha vida! - falou com desespero. - Pensei que me conhecia o suficiente, mas me enganei... - falou com pesar.

— Eu vi o beijo de vocês! - quase gritou com desespero. - Eu não posso lutar contra o sentimento de vocês dois e acho que vocês dois também não deveriam mais esconder! - falou como o homem adulto que era. - Me dói muito dizer isso, mas não é a mim que você ama e sim a ele e de verdade, Inês, nós dois estamos nos enganando!

— Você, não pode fazer isso comigo! Eu não preciso de um homem covarde na minha vida e ele está atrás de mim só porque eu estou com você e eu não quero ser mais segunda opção na vida de ninguém! - estava alterada e o olhou com lágrimas nos olhos. - Mas também não posso te obrigar a ficar comigo! - tirou a aliança do dedo e estendeu a ele.

— Isso é seu! - se afastou para não pegar. - Você quer me sinta como ao te ver aos beijos com aquele canalha? Eu não posso lutar contra um sentimento assim... - estava tão entristecido e ela furiosa nem sabia o porquê.

— Eu quero estar com você!

— Você tem certeza?

— Sim! - nem pensou apenas o respondeu não queria mais aquela insegurança de um amor falso queria a certeza que se precisasse teria o apoio de um homem e não de um covarde.

Lauro se aproximou dela e a abraçou forte e Inês se prendeu a ele não tinha duvidas de que sim queria casar com ele mesmo amando Victoriano ela não queria mais a incerteza em sua vida queria e tinha com Lauro a certeza de que se precisasse o teria, mas ela também tinha dentro de si algo que a avisava que aquilo era o maior erro de sua vida e que ela deveria sim deixar que Lauro fosse feliz com quem realmente o amasse, mas ela não queria deixá-lo ir já tinha perdido tanto e não queria que ele fosse também e ela ficou ali presa no abraço dele...

[...]

LONGE DALI...

Victoriano foi chamado de emergência a sua empresa e quando chegou foi avisado que uma senhora o esperava em sua sala ele bufou não gostava que ninguém entrasse em sua sala sem que ele estivesse mais foi avisado que a mulher insistiu e que não teve como negar e ele agradeceu mesmo não tendo gostado e caminhou para sua sala e ao entrar viu aquela perfeita silhueta de costas para a porta com um vestido negro dois dedos a cima de seu joelho que ele não pode deixar de admirar, mas logo voltou a seu foco e disse.

— Em que posso ajudar?

E ela se virou com um lindo e vermelho sorriso para ele e ela nem pensou apenas foi a ele o agarrando e o beijando sem dar a ele a chance de repelir ou algo do tipo...