A Desgracença da Buchada escrita por Kemelly Mello


Capítulo 2
CAPÍTULO II – A PROFECIA DOS SEIS




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Após um dia e uma noite de jornada, o caminhão tomou um rumo que a esta altura já era completamente desconhecido por Liluth e adentrou uma cidade morta repleta de escombros, muito mais devastada que qualquer outra parte antes vista pela jovem. Apesar de seu sapato especial agilizador não exigir muito esforço ao usá-lo, Liluth estava exausta e mal podia esperar que os Carregadores alcançassem seu destino. Passou-se mais ou menos uma hora entre curvas e mais curvas em ruas e cenários cada vez mais arruinados até que o caminhão finalmente estacionou. Em meio a toda aquela zona destruída, curiosamente havia uma imponente mansão intacta, como se tivesse sido arrancada de outra dimensão e encaixada ali por magia.

Dois homens desceram do caminhão e se direcionaram ao grande portão de entrada que exibia em seu centro um painel reluzente com espaço para inserir as mãos, o que eles não demoraram a fazer. O portão se abriu, os homens voltaram ao caminhão e quando Liluth tomou impulso para aproveitar a brecha e entrar logo atrás deles sorrateiramente, alguém a puxou com tremenda força e agilidade que ela mal conseguiu exclamar de susto, em instantes seu corpo estava amarrado e sua boca amordaçada.

Minutos depois de o caminhão entrar e o portão se fechar, a pessoa que a capturou sussurrou:

— Não precisa ficar assustada, honey. Estou apenas te impedindo de cometer uma terrível burrada! Ainda não é momento para isso... Agora vou afrouxar as cordas se você prometer se comportar e me seguir, não tente nada escandaloso ou não vou pensar duas vezes antes de te espetar! - e apontou com um espeto de churrasco para o pescoço de Liluth. - E não se atreva a rir, cê não faz ideia do regaço que faço com isso!

Apesar de ter sussurrado e estar com o rosto coberto, era perceptível que se tratava de uma mulher pelo tom de voz. Liluth pensou em tentar fugir e seria muito fácil com seus sapatos, mas algo em seu íntimo lhe dizia que não havia perigo, novamente aquela sensação inexplicável, um pressentimento (só que bom) com relação àquela estranha, ainda que tivesse sido ameaçada por ela. A mulher a pegou pelo braço e seguiu em direção a um beco cheio de destroços, foi se esgueirando por eles até chegar num ponto que parecia não ter mais como ir adiante e assobiou. Em seguida, outro sujeito mascarado apareceu no topo do edifício ao lado, acenou positivamente, estendeu uma escada improvisada para as duas subirem e exclamou:

— Yanka! Não podemos nos demorar mais, andem logo!

Depois de passarem por muitos terraços, vários obstáculos, outras escadas, portas e janelas, os três chegaram ao que parecia ter sido um dia um salão de festas. Todas as passagens estavam obstruídas e só era possível acessá-lo por uma fenda no teto. Ao entrarem no local, Yanka assobiou novamente e logo outras três pessoas mascaradas apareceram. Este grupo de cinco pessoas - três mulheres e dois homens -, assim como Liluth, conta que suspeita dos Sábios do Bucho, que todos eles treinam há muito tempo para poder invadir a mansão, que sabem manejar armas brancas e desenvolveram uma arte marcial própria, semelhante a uma dança que deixa o oponente zonzo com os movimentos antes mesmo de qualquer golpe ser desferido. A grande maioria dos golpes é letal, demora a ser aplicada e por isso é necessário deixar o inimigo como que enfeitiçado primeiro. Os cinco contam à Liluth que estavam a sua espera, que há uma profecia sobre o fim dos conflitos pelas mãos de um grupo de seis liderado por uma moça inventiva que protegeria a todos construindo trajes especiais. A mulher que a capturou foi a que reuniu todos e explica que não seria possível adentrar a mansão sem antes fazer os devidos preparos.


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