Tempos de guerra escrita por Capitão Inútil
Notas iniciais do capítulo
Após a batalha, Lignite retorna junto com os soldados para o Quartel, enquanto luta contras suas lembranças. No caminho, recebe um convite que pode melhorar sua situação.
Voltávamos para nosso quartel andando, pois a maioria das naves de transportes foram avariadas durante a batalha. Caminhávamos lentamente e de cabeça baixa, ninguém falava uma só palavra. Os únicos barulhos que se ouviam eram o do vento e o de nossos passos. Tínhamos vencido a batalha, mas houveram muitas baixas, 200 soldados foram para a batalha, e aproximadamente 60 voltavam. A única com um sorriso no rosto era a general, estava feliz pois tinha mais uma vitória no currículo sem ligar para todas as vidas perdidas, que marchava mais a frente liderando nosso retorno. No total eramos umas 80, além dos soldados haviam algumas prisioneiras, todas caminhando por um caminho estreito em meio a uma terra cinzenta e sem vida, os campos da criação, o local onde foram feitos os primeiros Jardins de Infância, onde foram testadas as tecnologias que usamos hoje em dia. Um leve vento balançava nossos cabelos e levantava um pó escuro contido no chão.
A caminhada foi longa, andamos por quase um dia, até que duas pequenas naves apareceram no horizonte. De inicio parecia apenas uma miragem, que foi se concretizando a medida que chegavam mais perto de nós. A General fez um sinal para que parássemos de andar, esperou que as naves pousassem alguns metros a nossa frente. Uma Gem desceu da nave que pousara mais a direita, e disse algo no ouvido da General, que ao ouvir, disse em alto tom, se dirigindo a todas as soldados.
—Atenção, a nave TL-305... -Apontou para a nave mais a esquerda- ... é destinada para as prisioneiras, que irão para a capital serem julgadas. Coloquem elas lá e então montem acampamento, uma nave de transporte chegara em algumas horas.
Disse e então entrou na nave mais a direita. Três outras Gems entraram naquela nave; a que havia descido para dizer algo para a General, uma Amethyst, e uma enorme Jasper que usava uma capa. Eu já esperava que ela nos deixaria com todo o trabalho e iria embora, mas antes que eu começasse a ajudar as outras uma Gem tocou em meu ombro, me virei para ver oque era, era uma Quartz.
—A General esta te chamando. -Disse a Quartz-
Fiquei meio confusa, mas logo olhei para a nave e vi a General parada na porta, olhando para mim. Ela parecia com pressa, então me apressei e fui até ela. Chegando lá ela me estendeu a mão.
—Venha soldado, entre.
Peguei em sua mão e ela me puxou para dentro da nave. A porta então se fechou e a nave começou a subir. A general se sentou em uma cadeira e olhou para mim.
—Você é muito boa em combate... onde aprendeu a lutar? -Dizia, sem expressar sentimento-
—Bem... eu aprendi... ugh.
Eu havia aprendido a lutar com as rebeldes, as "Crystal Gems" como se auto denominaram, mas não queria dizer.
—Eu aprendi com... na...
—Na Terra? Com as rebeldes?
—Bem... sim! -Disse, lembrando de todo o meu treinamento, que ocorrera logo quando entrei para e rebelião. Lembrei de minhas 3 "professoras": Emerald, Aquamarine e Topaz... que eu havia matado a pouco tempo atras-
—Interessante. -Disse a General- Gostaria de te convidar para entrar na Divisão O.
—Divisão O? Bem... o que é isso?
—É uma divisão especial do exército comanda por mim. É formada por Gems que se destacam em combate. As duas ali fazem parte dela. -Disse, apontando para a Amethyst e a Jasper que também estavam na nave- Você lutara ao lado de Gems fortes, ou seja, terá mais chances de sobreviver a uma batalha. E também poderá participar de assuntos políticos de menor importância. Então, o que acha?
Pensei um pouco, era realmente uma ótima oferta. Eu sairia apenas ganhando.
—Bem, acho que aceito.
—Ótimo.
A General então apertou um botão em sua cadeira, e um painel holográfico apareceu um sua frente, e ela então começou a apertar alguns botões.
—Irei informar sobre sua transferência para a Divisão O... ah sim, quase ia esquecendo, também já farei a encomenda de sua Pearl. -Disse a General-
—Uma Pearl? -Fiquei meio espantada, uma Pearl era algo que apenas as Gems mais importantes possuíam-
—Claro, todos os soldados da divisão possuem uma. Vocês são importantes, afinal, são meus representantes diretos em batalha, e eu sou uma das Gems mais importantes da corte de Yellow Diamond.
—Mas, não sei se vou querer uma. -Eu achava aquilo errado, uma Pearl era como uma escrava-
—Como assim? -A General pareceu um tanto nervosa, mas logo se acalmou- Você vai ter uma Pearl, todos da divisão tem e você não sera diferente. E isso vai te ajudar, pois agora como eu já havia dito, você poderá participar de atos políticos de menor importância, e então terá que preencher vários documentos entre outras coisas.
Tive que aceitar. Após aquela conversa, me sentei em uma cadeira nos fundos da nave e fiquei o resto da viagem refletindo: Era bem provável que Aquamarine e Emerald, minhas antigas companheiras, estavam em Homeworld, afinal, Topaz não viria aqui sozinha. E pensando nisso relembrei da batalha que tive contra Topaz, aquela que antes era minha líder de equipe e que havia se tornado minha inimiga. Me lembrei do momento em que dei o último golpe, o momento em que ela estourou, o som do estouro misturado com o "Creck" da pedra de partindo ecoou em minha cabeça. Eu havia matado uma Gem, uma ex companheira. Os pensamentos começaram a me assombrar, então, para me livrar daquilo, comecei a pensar no futuro. O que aconteceria comigo agora que estava nessa tal Divisão O? Eu iria mesmo ter uma Pearl? Sera que ela seria boa como Ruby era? Comecei a pensar em Ruby, eu nunca mais iria vê-la. Comecei a lembrar dos momentos que passamos juntas antes da batalha. Já não tinha volta, tudo o que restara para mim era dor. Dor por causa da traição, dor por causa da perda.
Depois de algumas horas chegamos á algo parecido com um quartel normal, mas a diferença é que ele possuía várias construções ao redor, como se fossem casas. Após a nave pousar, desci seguindo a General, que me levou para um "tour" pelo local. Tudo era realmente idêntico a um quartel, exceto pelas "casas", que foram o ultimo local que a General havia me mostrado. Era onde as Gems da divisão ficavam, como um quarto separado para cada uma, com uma área de trabalho e um pequeno campo de treino individual.
—E essa é a sua -Disse a General, me levando até uma das casas-
Ela pegou minha mão e a colocou na porta, então apertou alguns botões que fizeram a porta soltar uma luz em volta de minha mão. Ela então se abriu.
—Pronto, agora você já esta escaneada, é só aproveitar.
A General então me deu algumas últimas instruções, e então foi embora, me deixando em minha nova moradia.
Continua...
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Obrigado por ler até aqui. Não sei se este capítulo ficou tão interessante, pois foquei mais nos sentimentos do que na ação, mas é ele que da início a uma das partes mais emocionantes da história (na minha opinião). Espero que tenham gostado, e até a próxima.