I'm sorry for the things that I did not say
Like how you are the best thing in my world
And how I'm so proud to call you my girl

(Desculpe-me pelas coisas que eu não disse
Tipo como você é a melhor coisa do meu mundo
E como eu tenho orgulho de te chamar de minha garota) Sorry, Blame It On Me - Akon

Em algum momento da madrugada (eu não me lembrava exatamente que horas), Emmett havia me levado para conhecer todos os cômodos, inclusive seu quarto, que agora seria meu também, mas somente se eu quisesse, segundo ele. Como se fosse possível eu não querer estar perto de Emmett o tempo todo. Cada vez que ele me beijava eu quase sentia meu coração bater, mesmo não sendo possível. Até sem batimentos cardíacos ele fazia com que minha felicidade quase não coubesse dentro do peito.

– Rose, vem cá. - ouvi a voz que eu mais gostava no mundo todo me chamar e olhei-o. Ele estava mais bonito do que nos segundos anteriores, se é que isso era possível. Vestido com uma regata cinza e uma samba-canção de seda verde, estava deitado na cama com os cachinhos negros bagunçados caindo sobre sua testa e seu sorriso de covinhas que eu tanto amava estampado no rosto do modo mais inocente e doce da face da Terra. Eu inevitavelmente sorri e um segundo depois estava deitada ao seu lado, com a cabeça apoiada em seu peito enquanto seus braços me seguravam pela cintura feito aço.

Ele afundou seu rosto em meus cabelos e sussurrou:

– Eu cheguei a pensar que nunca mais sentiria o seu perfume de novo. Achei que nunca mais teria você assim, tão frágil e delicada deitada ao meu lado. - ele parou por um segundo, como se procurasse forças pra continuar e logo depois completou - A saudade quase me enlouqueceu Rosalie.

– Shhhh... - eu levantei-me levemente para olha-lo nos olhos e o calei colocando meu dedo indicador sobre seus lábios, depois completei - Eu sei de tudo meu amor, senti o mesmo. Cheguei a pensar que morrer fosse a melhor solução, não tinha graça viver sem você, nada fazia sentido sabe? Doía tanto, uma dor que nada nunca vai poder se comparar, nada mesmo, mas isso importa mais. Temos que pensar que nada nunca mais vai nos separar, seremos eu e você contra o mundo pra sempre.

– Ah meu amor, você não faz ideia do quanto eu sonhei com o dia que você estaria aqui em meus braços novamente. - ele sorriu mostrando suas covinhas que eu tanto amava. Automaticamente minhas mãos foram para seu rosto, uma em cima de cada covinha. Ele sorriu ainda mais e me beijou. Eu deitei sobre seu peito enquanto ele me beijava. Emmett tirava delicadamente as mechas de cabelo que caiam sobre meus olhos e vez ou outra beijava minha testa, meus olhos, meu nariz, minhas bochechas e meu queixo.

– Eu te amo tanto. - ele sussurrou e passou a beijar meu pescoço.

– Eu também. - respondi.

Em momento algum eu havia aberto meus olhos e tinha certeza de que Emmett mantinha os seus fechados também. Nós sempre fomos o tipo de casal que preferia sentir do que ver.

Ele havia afastado todo o meu cabelo para um lado só, e sua mão quente e grande segurava minha nuca, enquanto a outra se mantinha em minha cintura. Ele agora beijava alternadamente meu pescoço e minha orelha. A cada toque dele todo o meu corpo se arrepiava. Era uma sensação gostosa e conhecida. Emmett tinha um efeito inacreditável sobre mim e não era de agora. Sempre fora assim, desde a primeira vez que nossos olhares de encontraram, naquele pequeno playground no prédio em que moravámos quando eramos apenas crianças.

– Rose, tem alguém batento na porta. - Emmett disse segurando meu queixo para que eu o olhasse.

– Eu não escutei, estava um pouco distraída. - admiti.

– Posso mandar entrar? Pelo cheiro parece Esme. - ele disse.

Respirei fundo e senti o cheiro doce de Esme. Mesmo em tão pouco tempo eu já conseguia saber quem era quem.

– Pode. - murmurei.

– Esme, entre. - ele falou em voz alta.

– Obrigada queridos. - Esme disse aparecendo na porta. Só então me dei conta de que ainda estava deitada sobre o peito de Emmett, e rolei para o lado dele.

– Ér.. Hum... Não queria atrapalhar, me desculpem. - ela disse sem jeito.

– Não estavámos fazendo nada, não se preocupe. - falei rapidamente.

– Ah sim. - ela sorriu e continuou - Vim aqui pra informar que temos notícia de Edward.

Ao ouvir aquilo meu sorriso desapareceu e eu olhei para Emmett que também não sorria

.- E o que é? - ele disse tentando parecer calmo, mas eu sabia que ele não estava, seu braço havia se apertado protetoramente em volta de minha cintura.

– Ele está por aqui, Jasper sentiu seu cheiro e suas emoções. Ele parece meio magoado e ás vezes raivoso. - ela parou de repente, como se medisse as palavras.

– Conte-nos tudo Esme. - supliquei.

– Não nos esconda nada, por favor. - Emmett pediu.

– Bem, é que... Ele anda rodando a casa de Isabella Swan mais do que o normal, como se estivesse planejando algo.

– MEU DEUS! - gritei.

– Fiquei calma pequena. - Emmett murmurou.

– Não sabemos o que ele planeja, mas não sei se ele seria capaz de morde-lá. Ele a ama demais para isso.

– Emmett também me amava demais e mesmo assim me mordeu. - falei.

– Mas é diferente querida, você e Emmett desde que nasceram estão destinados um ao outro. O destino pregou uma peça em vocês com a doença de Emmett, a paixão de vocês foi interrompida. Mas depois o destino os uniu novamente, porque a vida devia isso á vocês. - ela disse gentilmente - Mas Edward e Bella nunca tiveram vínculo nenhum, eles não estão predestinados como vocês estavam, o que acontece é que Bella é diferente de todos para Edward, a mente dela é um escudo para o dom dela e isso faz com que ela seja um incógnita para ele. Edward não cogita a ideia de perde-la de jeito algum, mesmo que mordendo-a ele a tenha para sempre. Edward sempre fora mais esquivo a esse assunto de transformação. Nunca transformaria alguém que ele amasse se a pessoa tivesse chance de viver. Ele acha que isso é pior que morrer, que é monstruoso.

– E ele não está errado. - Emmett suspirou e continuou: - Nossa natureza é matar, somos monstros. Eu nunca desejei que você fosse como eu Rose, mas você me pediu, e eu fui egoísta o suficiente para aceitar, porque não consegui imaginar minha eternidade sem você.

Senti meu coração morto se apertar e meus olhos arderem, como se eu estivesse chorando. Um nó se formou em minha garganta e eu segurei um soluço.

Por mais que pudesse ouvir, Esme não estava mais lá nos olhando, a cena tinha ficado íntima demais e ela percebera.

– Você não foi egoísta, você só me poupou de viver infeliz a vida toda.

– Você é a melhor pessoa do mundo, Rosalie Lillian Hale. - ele sussurrou e me puxou para cima de seu peito novamente.

Eu olhei no fundo de seus olhos e sorri. Ele retribuiu meu sorriso e com a mão na minha nuca puxou meu rosto para mais um beijo. Segundos depois, deitei afundando meu rosto em seu peito másculo, sentindo o meu cheiro preferido entre todos os existentes enquanto a famosa sensação de abismo que ele me causava me invadia por inteira.