Nami e Penélope seguiram sem rumo, procurando algo que pudesse ajudá-las a escapar daquela ilha e encontrar a tripulação da ruiva. Seus pés pareciam que afundavam mais a cada segundo, dificultando a caminhada.

Ao longe, a ruiva viu uma montanha, talvez não fosse a melhor ideia ir até lá, mas não tinham muito a perder. Andaram até a mesma calmamente, se surpreendendo ao encontrarem uma porta.

— Devemos entrar? — perguntou Penélope receosa.

— Com certeza — bateu na porta que abriu sozinha.

Entraram com cautela, vendo que o interior da montanha era uma casa. Olharam tudo e viram que tinha sala, cozinha, dois banheiros e cinco quartos.

— Caramba, é a primeira vez que vejo algo assim — a loira olhava para tudo com curiosidade.

— Realmente não é normal uma cassa assim, mas não é tão incomum — disse um senhor baixinho de cabelos brancos sentado no sofá.

— Ah, realmente tinha alguém... Desculpa invadir sua casa assim, sua porta estava aberta então entramos... — explicou Nami.

— Sem problemas, me chamo Eugênio, fico feliz por ter visitantes depois de tantos anos. Nami e Penélope, certo?

— Sim, como o senhor sabe?

— Com isso — mostrou os cartazes de procurado das duas. — Para vocês estarem longe de suas tripulações, devem provavelmente estar fugindo daquele bando de malucos por cabelos.

— Exatamente.

— Ótimo, faz um tempo que aqueles pirralhos ficam perturbando minha paz... Se vocês me ajudarem eu ajudo vocês, e de quebra você pode voltar a ser a Capitã da tripulação — apontou para Penélope.

— Não queremos incomodar.

— Sem problemas, agora fiquem a vontade aqui, podem comer e descansar. Enfim, façam o que quiserem, eles não vem até aqui, pois me acham inofensivo. Minhas câmeras me mostraram que temos mais ajuda dentro da ilha, vou lá buscar eles — não esperou resposta, saiu pela porta, deixando as duas estáticas lá dentro.

— Eu estou com a impressão de que podemos confiar nesse senhor, mas não tenho certeza...

— Ou é isso, ou nos acharem. Prefiro ficar aqui do que dentro de uma caixa de novo — a loira sentou em um dos sofá.

— É, você tem razão.

—— // ——

Minutos depois.

A ruiva ouviu um barulho na porta e logo correu para pegar algo que pudesse usar de arma, no caso uma vassoura. Ficou atrás da porta esperando a mesma abrir. Quando abriu ela rapidamente largou a vassoura e se jogou em cima da pessoa que entrava.

— Zoro, não acredito que é você — sorriu abraçando o esverdeado.

— Nami, você está bem? Como se sente? Machucaram você? Eu vou matar aqueles malditos.

— Estou perfeitamente bem, mas porque está com essa peruca e... Que cachorro fofinho!

— Não sou fofo, sua maldita — Chopper sorriu envergonhado.

— Chopper? Meus Deus, nem te reconheci... O que vocês dois estavam fazendo vestidos assim?

— Estávamos nos infiltrando naquela tripulação de malucos por cabelos — respondeu Zoro.

— Francamente, vocês dois são malucos, mas fico feliz de terem vindo me ajudar — sorriu carinhosa.

— Nami, está tudo bem ai? Eu ouvi vozes... — Penélope desceu a escada devagar. 

— Estou ótima, vem aqui, quero te apresentar para eles.

Apresentações feitas e histórias contadas de forma resumida, os quatro ficaram em silêncio pensando no que deveriam fazer para escapar daquela enrascada, e ainda devolver a loira para seu posto de Capitã.

— A gente conseguiu se infiltrar facilmente, talvez isso ajude em algo... — falou Chopper, tentando ajudar.

— Chopper, é isso! — Nami olhou animada para a rena. — Eu tenho um plano perfeito!

O plano de Nami consistia em usar os disfarces dos dois para fingir um novo sequestro. Enquanto Chopper voltaria para a sede dos cabeleireiros malucos com um bilhete, Zoro ficaria com as duas na casa, “preso” em uma cadeira e com uma mordaça na boca, como um refém.

Nesse tempo em que planejavam tudo, o Seu Eugênio chegou na cada, trazendo algumas cordas que, de acordo com ele, serviriam para prender um possível invasor. Contaram tudo e rapidamente ele aceitou participar desse “teatrinho”, como o mesmo intitulou, e também seria um refém, afinal seria bem estranho ele passeando sua casa enquanto na mesma tinha duas piratas sequestrando um terceiro.

Para que tudo ficasse bem mais realista, Nami fez algumas manchas com ketchup na roupa de Chopper, e colou um bilhete escrito por ela mesma no focinho do mesmo.

— Pronto, Chopper. Agora é só você sair correndo, como se estivesse machucado e latir desesperadamente para o cara que estava supervisionando vocês — instruiu a ruiva.

— Certo, pode contar comigo — correu animado para fora da casa.

— Posso ser preso agora? — perguntou Zoro sentando em uma cadeira.

— Se você faz tanta questão — Nami sorriu animada.

— Vocês são piratas bem engraçados, sabe — seu Eugênio ria com gosto, sentando na cadeira ao lado do espadachim.

Os dois foram amarrados de uma forma que aparentasse estar bem firme, mas na verdade eles estavam muito bem soltos. As espadas de Zoro foram colocadas bem próxima do mesmo.

— Quer deixar algo perto do senhor também? — perguntou Penélope atenciosa.

— Olha, acho que uma vassoura é mais que o suficiente — sorriu.

— O senhor é dos meus — Nami pegou uma vassoura, e a colocou ao lado da cadeira dele. — Ótimo, agora só precisamos esperar.

—— // ——

Chopper corria do jeito mais atrapalhado que conseguia, sempre mancando o máximo possível sua pata traseira direita. Chegou ofegante onde estavam os piratas reunidos na frente do submarino usado por Nami.

— Au, au, au — latiu para o homem que estava “cuidando” deles.

— Oe, o que faz aqui sozinho, rapaz? Cadê seu dono? — abaixou-se para olhar melhor para Chopper, vendo um bilhete.

Assim que ele pegou o bilhete, Chopper conseguiu finalmente descobrir o nome do homem que estava em um crachá no seu pescoço, era Tomas.

Tomas encarava o bilhete ainda meio desconfiado, até Chopper latir de novo, o incentivando a ler.

Estamos com um de seus companheiros, adoraríamos negociar a cabeça dele.

Ass. Fugitivas que vocês tanto procuram. 

— Isso ainda é estranho...

— Auuuuuu — Chopper fez cara de dor, enquanto tentava pular no colo de seu “salvador”.

— Ok, garoto. Primeiro quero que você fiquei aqui quietinho. James, Henry, vamos atrás do novo recruta — chamou dois homens gêmeos grandalhões, e saiu por onde Chopper tinha ido.

A rena esperou que eles se afastassem um pouco, e começou a fazer o mesmo caminho que eles, sempre tomando cuidado para não ser visto. Poucos minutos depois ele ficou parado, olhando os três entrando na casa.

—— // ——

— O que raios vocês duas pensam que estão fazend... — Tomas entrou na casa e só encontrou os dois homens presos. — Desamarrem eles.

Na hora em que os dois homens se aproximaram da cadeira, tudo pareceu ficar em câmera lenta, Nami nocauteou um deles, enquanto seu Eugênio desmaiou o outro. Ao mesmo tempo Zoro se levantou, apontando uma de suas espadas para Tomas, que agora estava preso por uma corda de cabelo, feita por Penélope.

— Acho que a palhaçada acabou — Nami sorriu sapeca.

— Posso tirar essa fantasia agora? — Chopper chegou na porta, vendo a loira prendendo os dois que estavam desacordados.

— Você fala? — Tomas o olhou curioso.

— Acho que isso não vem ao caso, precisamos de algumas pequenas informações — Zoro se aproximou.

— Ok — suspirou derrotado. — O que vocês querem saber?

Tomas contou tudo o que sabia, desde os horários de sua atual Capitã, até a senha para entrar em sua sala, enquanto Nami anotava todos os mínimos detalhes em uma folha.

— Então ela controla tudo através de câmeras, com certeza ela sabe da nossa existência — Chopper analisou o que foi dito.

— Sim, ela sempre observa tudo, para evitar que alguém se rebele ou tente fugir...

— Temos que arrumar um jeito de tirar ela de lá, senão vamos ficar aqui presos para sempre, ou pior, podemos acabar voltando para aquela ilha — Nami olhou para o nada, tentando pensar em algo.

— Aquela garota vem nessa ilha uma vez por mês, ela sempre aparece por aqui para comprar meu silêncio, como se eu conseguisse contar para alguém o que acontece. Sou apenas um senhor que vive em uma ilha isolada, desde que ela subiu de posto... — seu Eugênio repensou o que tinha falado. — Ela vai vir amanhã, é a nossa chance!

— Ótimo, já resolvemos um problema. E você e esses dois caras ali, vão nos ajudar ou querem continuar presos?— Zoro ameaçou.

— Faço qualquer coisa para sair do controle daquela mulher, mas não posso ajudar muito. Lembra do chip que eu falei? Uma hora ou outra ela vai ver onde estamos... — Tomas explicou rapidamente.

— Pessoal — Penélope olhou para todos com os olhos brilhando. — Eu definitivamente tenho um plano — pulou feliz. 

A loira explicou o seu plano com todos os máximos detalhes, em poucos minutos todos estavam arrumados para sair da casa, prontos para executar o plano mais louco que alguém poderia pensar naquele momento.