Incompreensão escrita por Aleksia Kyle


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oiiii!

Chegando na prorrogação do segundo tempo, mas tô aqui com mais uma original para o Projeto de Escrita Criativa! ♥

A música de hoje foi escolhida por mim, mas isso não quer dizer que fui uma das primeiras a escrever, pelo contrário estou sendo a última! rsrs

Bom, a música de hoje é A lenda do Peixe Frances, da banda Validuaté! ♥

E essa é a última entrega da rodada onde só temos que usar o título da história, mas eu sugiro que vocês escutem a música, porque ela é linda! Link dela nas notas finais! ♥

Boa leitura!



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— O senhor sabe por um acaso se a Dona Sinhá se casou?

A garota de olhos negros vibrantes e atentos para aquela conversa perguntara ao jovem homem que havia se interessado em lhe ajudar em sua pesquisa. Aquela pergunta não era muito relevante se vista de fora, porém na cabeça dela era a mais importante de todas... o homem a olhou de lado com um sorriso lépido e com isso lhe respondeu com uma nova pergunta...

— Menina, por um acaso já ouviu sobre a lenda do peixe francês?

— Como?

Ela se aproximou mais ainda do homem, arrastando sua cadeira para mais perto. A garota sabia que não poderia ter feito aquilo, pois além de não estar em sua própria casa para arranhar a cerâmica, com toda a certeza o barulho que fez no ato estaria presente na gravação e isso seria um trabalho a mais durante a transcrição daquela entrevista. Porém, ela só desejava conseguir respostas para todos os questionamentos que lhe passavam pela mente desde o momento que chegou naquela cidade e foi apresentada ao mundo de Dona Marieta... aquela senhorinha de quase 100 anos, que era a personagem principal de sua pesquisa.

Mas quem era aquele senhor e a Dona Sinhá? Bom, ele era um dos milhares de afilhados de Dona Marieta, que nunca se casará... era conhecida na região como Mãe Marieta, ela colocará no mundo mais da metade da população adulta daquela cidade e de algumas outras da vizinhança. Além de uma das melhores parteiras que aquela terra já vira florescer, ela também era uma eximia pesquisadora sobre a história e a cultura daquela localidade, muitos vinham de longe mexer em seu acervo particular, mas nunca ninguém havia se interessado em contar sobre a vida daquela que deu a vida por tudo e por todos.

Aquela moça de cabelos aos ventos e negros como a noite havia escutado muito sobre ela ao longo do tempo, amigos da família sempre comentavam, mas ela não nunca a conheceu... sempre foi da cidade grande e só ia ao interior uma vez na vida e pronto. Quando precisava dá um rumo a própria vida lembrou das histórias que lhe contavam sobre Dona Marieta, e assim, passou a pesquisar tudo sobre ela. Se ela estava viva? Claro que não! Era o que pensava no início, mas no momento que um tio lhe avisará que sim... que ela ainda estava viva, não pensou duas vezes... pegou o primeiro ônibus rumo ao interior, com uma mochila com a cor igual daquela terra árida da caatinga fazendo já divisa com o cerrado.

Ela chegará cedo ali trazendo apenas uma certeza: necessitava encontrar Mãe Marieta. Saiu caminhando pela cidade, batendo de porta em porta até conseguir localizar a casa dela em frente ao principal rio da cidade. A visão ali deveria ser maravilhosa ao entardecer... ela confirmara o pensamento naquela mesma tarde, quando ficou esperando que o afilhado de sua personagem principal chegasse com ela da capital.

O destino gostava de brincar com sua cara... ela havia ido para o interior enquanto Dona Marieta havia feito o caminho inverso.

Mesmo após descobrir isso ela não se deixou abalar, saiu novamente perambulando pelas ladeiras da cidade, que iriam lhe render pernas totalmente exaustas depois, e foi conversando com um ali, outro aqui e mais um outro bem ali. E nisso descobriu algumas histórias sobre as “Damas da quadra”.

Era assim que Dona Marieta e as amigas – Sinhá, Bizé e Luzia –, eram conhecidas na cidade. Foi naqueles declives que ela descobriu que Bizé e Luzia haviam sido “moça véia”, nunca se casaram, num tempo em que era muito raro uma mulher não se casar. Quando jovem ela já sabia que Mãe Marieta também tinha tido o mesmo destino, mas de Dona Sinhá, nada sabia.

Ela morrera há muitos anos e da família não restava mais ninguém na cidade. E ali naquela calçada, assistindo o por do sol enquanto olhava uma borboleta transpassar o céu que começava a ficar estrelado entre o brilho alaranjado do sol se pondo, teorias começaram a crescer e se fortificar na mente da jovem.

E ali no momento em que aquele senhor lhe contava a tal da lenda do peixe francês, ela via as suas teorias sobre as amigas serem concretizadas, enquanto tinha a certeza de que havia escolhido realmente a profissão de seus sonhos.

A garota nunca se esqueceria da lenda do peixe que se apaixonou por uma borboleta, que com o tempo ele pensara ter se perdido, mas que a reencontrou no décimo terceiro mês, como também daquelas quatro mulheres que sofreram com a incompreensão de um tempo retrógrado pelo simples fato de se amarem mais do que simples amigas.


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Notas finais do capítulo

Link: https://www.youtube.com/watch?v=KILNd3AMMdc

Galera, essa história saiu agorinha, mas a ideia eu tive logo depois da última entrega do PEC. Eu fui para algumas cidades no interior do meu estado fazer algumas entrevistas para o meu trabalho, junto com um amigo. E em uma das cidades conhecemos quatro figuras, e nós dois nos encantamos por elas.

Eu tinha que escever sobre elas, era uma forma de manter a minha memória sobre elas o mais viva possível e bom, a lenda do peixe francês e toda a sua poesia me ajudou nisso.

Então... muito obrigada por chegarem até aqui e um salve ao PEC! ♥

Nós vemos na próxima rodada, daqui a 15 dias!



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