A descoberta escrita por Desventuras


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

— A história se passa há alguns anos no futuro. Marinette e Adrien estão na universidade.
— Nesse enredo não estou contando com o episódio que Chat Noir fala para Marinette que sente alguma coisa pela Ladybug! Então a Marinette não sabe que o gatão ama a joaninha :B
— Gente bonita, linda, maravilhosa e amados do meu coração. Eu falo Talismã e Catalismo mesmo, tá bom? Não me julguem por isso ♥



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Muitos anos haviam se passado desde que os jovens escolhidos por Mestre Fu como portadores dos Miraculous da Joaninha e do Gato haviam se encontrado. Ladybug e Chat Noir eram parceiros há mais de seis anos e já tinham livrado Paris de muitos perigos e vilões. Uma coisa, porém, eles não conseguiram ainda: descobrir onde era o covil de Hawk Moth. E não foram poucas as vezes que os heróis chegaram perto da verdade. Perto demais, inclusive. Mas nunca conseguiam ir além de suas suspeitas, fazendo crescer dentro deles um sentimento de frustração enorme. Mas os heróis eram decididos, não se deixariam abalar por isso. Fizeram um pacto entre eles: custe o que custar, encontrariam Hawk Moth e salvariam Paris de sua vilania.

Marinette e Adrien, por outro lado, estavam levando suas vidas. Se conheceram na escola, há seis anos atrás, e demorou um pouco, mas a amizade entre eles finalmente havia crescido. Marinette superou sua timidez e agora conseguia conversar normalmente com o loiro de seus sonhos. E falando nisso, ela ainda o amava. Mas havia se conformado com sua realidade. Talvez eles nunca ficassem juntos, mas ela estava realmente muito feliz de tê-lo como amigo. Já Adrien prestava cada vez mais atenção na amiga. Desde o dia que ela conseguiu conversar normalmente com ele, isso no final do ensino médio, ele percebeu que ela era uma pessoa deslumbrante. Conseguiu enxergar seus talentos e sua doçura. Mas ele não sabia se ela gostava dele... E ainda tinha Ladybug! Ah, sua lady! Ele a amava, isso era verdade. Mas estava desanimando de sempre tentar chamar sua atenção.

Os dois jovens, agora já maiores de idade e donos de seu próprio nariz, haviam entrado para a mesma Universidade e, por mais que estivessem estudando em cursos diferentes, se viam com frequência por estudarem no mesmo campus. Não eram raras as vezes que almoçavam juntos ou iam juntos à biblioteca. Os dois haviam desenvolvido uma amizade muito forte e, por serem amigos há anos, sabiam que podiam contar um com o outro.

Em seu aniversário de 21 anos, Marinette havia ganhado dos pais um apartamento próximo ao campus onde estudava “a fim de não se atrasar tanto”, como os pais falaram. Segundo seus pais o apartamento não era grande, mas era aconchegante. Mas com três quartos, sendo duas suítes, uma sala, uma cozinha e uma lavanderia, a menina achava um exagero. Iria morar sozinha de agora em diante e não tinha ideia de como faria isso. A menina então teve uma ideia. Anunciou no grupo do campus onde estudava, que estava alugando um quarto em seu apartamento, a fim de dividir as contas e arrumar uma companhia para conversar.

Adrien, ao ver aquele anuncio, sentiu os olhos brilharem. Ainda não saberia se Marinette o aceitaria como colega de apartamento, mas resolveu tentar. E ficou surpreso quando a mesma disse sim. Não era sua intenção a ver com maus olhos, longe dele isso. Ele apenas adoraria aproveitar um pouco mais de tempo próximo àquela menina que o deixava tão a vontade. Logo que pode, arrumou suas coisas e, mesmo contra a vontade do pai, se mudou para o apartamento de Marinette.

Os dois dormiriam em suítes vizinhas. Dividiriam a cozinha, a sala, a lavanderia e o quartinho que Marinette havia declarado como ‘quarto do estudo’, que continha duas mesas e várias estantes de livros.

— Marinette? – Disse Adrien abrindo a porta do apartamento e adentrando com algumas malas e sacolas

— Oi – Disse a menina saindo do quarto de estudos e indo ajudar o loiro com as mudanças – Suas coisas já chegaram, estão no quarto. A cama e o baú eu empurrei para a parede, depois você ajeita do seu gosto!

Adrien sorriu ao escutar isso. Não estava acreditando que depois de tantos anos finalmente se sentiria livre das amarras de seu pai e ainda por cima moraria com sua amiga!

— Obrigado, Marinette. Você é maravilhosa! – Disse levando as malas para o quarto e logo voltando para a cozinha.

Marinette estava ajeitando as sacolas de mantimentos que ele havia trazido e se deparou com uma recheada de camembert.

— Céus, Adrien. Você gosta disso? – Ela falou enquanto ria e fazia uma careta para o queijo fedido.

— É... bem. É bem gostoso – O garoto sorriu amarelo enquanto pensava em Plagg.

Depois de tudo ajeitado, os dois colegas se recolheram em seus quartos e foram dormir. Ou pelo menos era isso que eles pensavam.

À meia noite, uma menina vestida de joaninha saía pela janela oeste do apartamento, enquanto, que da janela leste, saltava um menino vestido de gato preto. Encontraram-se na Torre Eiffel em total sincronia de horário.

— My lady, como é bom te ver – Disse o gato em tom galanteador.

— Olá pra você também, gatinho – Disse a joaninha com um sorriso.

Após terem patrulhado a cidade e se certificarem que nenhum vilão maluco estava a solta, retornaram para a Torre Eiffel a fim de aproveitarem um pouco mais da vista da cidade do amor.

— Sabe, my lady – começou o gato – eu realmente queria te perguntar algo...

— Bem, sabe que pode perguntar qualquer coisa, gatinho. Só não sei se vou te responder – Disse ela sorrindo e lançando um olhar para o gatuno. Foi quando ela viu a expressão dele. Ele estava... Tímido? O sorriso da azulada se desfez e ela pode perceber algo que ela nunca havia percebido antes. Ele estava desconcertado. Tímido. Ele estava com medo? – Chat... O que foi? – A menina se aproximou de seu parceiro, preocupada com o que poderia ter acontecido.

O gato a olhou nos olhos. Aqueles olhos azuis que eram sua perdição. Ele sentiu seu estômago contorcer e respirou fundo para não perder a coragem.

— Ladybug, eu... E-eu... E-eu-u – Fechou os olhos e respirou fundo de novo. Ele não podia perder a coragem.

— Chat... – Ela já sabia o que era. Sentiu em seu coração quando viu as bochechas do menino se tingirem de vermelho. Sentiu no mais profundo de seu ser quando o viu desconcertado. Sentiu em seu coração que não poderia magoá-lo. Sentiu seus olhos pinicarem, como ela falaria para ele que gosta de outro sem magoá-lo?

— E-eu te amo, Ladybug. É isso, eu amo você. Eu queria muito que nós pudéssemos nos conhecer e – Ele se calou ao sentir o dedo dela sobre seus lábios. Abriu os olhos lentamente e se deparou com o rosto de sua amada banhado por algumas lágrimas. Ele sentiu seu coração despedaçar naquela hora.

— Chat... Nós não podemos... Me perdoa, Chat. Eu nunca pensaria em te iludir... Ou te magoar. Eu só... Nós não podemos. Me perdoa, gatinho. – Ela lançou um olhar de súplica para o gato. Tentava conter suas lágrimas, mas estas pareciam mais forte do que ela.

Ela não podia negar que sentia algo pelo menino. Afinal, foram seis anos de parceria. Seis anos de companheirismo. Seis anos aguentando as piadas ruins e os trocadilhos de gato. Ela gostava dele sim, mas ela amava Adrien. Não é? Ela o amava. Pelo menos era isso que ela queria acreditar.

Chat Noir ofereceu um sorriso triste para a joaninha. Depositou um beijo em sua bochecha e sem dizer-lhe uma só palavra, se foi. Ladybug ficou ali, parada e sozinha, sentindo as lágrimas brotarem de seus olhos com uma brutalidade enorme.

Quando chegou em casa, Marinette se deparou com Adrien no sofá comendo um pote de sorvetes e assistindo a uma série qualquer. Ela não disse nada, apenas pegou uma colher na cozinha e sentou-se ao lado dele.

— Perdi o sono – Justificou ao receber um olhar curioso do menino.

— Eu também – Ele disse, oferecendo o pote de sorvete para a menina.

Algumas semanas haviam se passado desde a declaração de Chat Noir. Ladybug não queria admitir, mas as coisas haviam mudado entre eles. Ele não a maltratou, não se distanciou. Ele apenas... Mudou? Não existia mais apelidos. My lady e Bugaboo eram palavras extintas do vocabulário do gatuno. Ele ainda a ajudava, ele ainda era seu companheiro, seu parceiro de lutas e de patrulha, mas ele não era mais o seu gatinho. Ela sabia que a culpa havia sido dela e sentia seu coração apertar cada vez que percebia o reflexo de uma tristeza passar pelos olhos de seu gato.

Já Adrien havia tomado uma decisão naquela noite que tinha sido rejeitado. Ele ainda amaria sua lady em segredo, mas tentaria ao máximo reprimir aquele sentimento. Ele sempre se sentira confuso entre Ladybug e Marinette, isso era um fato. E ele usaria isso para tentar reanimar seu coração. Na semana seguinte a declaração, Adrien passou a prestar ainda mais atenção em Marinette e estava decido a tentar algo com a garota. O medo da rejeição ainda existia, mas soube que ele tinha uma chance quando via Marinette se derreter ou sorrir feito boba de algum elogio que ele a fizera.

Assim então aconteceu. Adrien aproveitou uma tarde que Marinette estava fora, para preparar uma surpresa. Fez um jantar maravilhoso, na verdade ele havia ligado para um restaurante e feito um pedido especial. Ele não sabia cozinhar, mas quem se importa não é mesmo? Quando a comida chegou, Adrien separou tudo em vasilhas bonitas que havia encontrado na cozinha. Roubou algumas flores dos vasos da sacada e enfeitou um lindo vasinho. Posicionou algumas velas sobre a mesa e arrumou tudo com muito carinho. “Agora é só esperar ela chegar!” pensou o menino enquanto olhava orgulhoso para todo o trabalho que havia feito.

Marinette chegou da rua exausta. Tinha ido resolver um problema urgente na universidade e acabou encontrando com Alya pela rua, as duas decidiram fazer compras e papear sobre como suas vidas haviam mudado. Ainda eram melhores amigas, mas Alya havia se mudado para uma cidadezinha nos arredores de Paris. Ela e Nino estavam cada vez mais apaixonados e decididos a começarem uma vida juntos. Marinette estava muito feliz pelos amigos, sempre torceu para que ficassem juntos desde aquela que ela prendera os dois na jaula no zoológico. Quando a menina entrou no apartamento, levou um susto. As luzes geralmente sempre acesas foram substituídas pela luz que emanava das velas em cima da mesa de jantar. A mesa estava arrumada para um encontro e o ambiente estava preenchido pelo som de uma música calma e aconchegante.

Quando escutou a porta se abrir, Adrien apareceu vindo da cozinha, com um enorme sorriso estampado no rosto.

— Ah, oi Marinette. Espero que tenha tido um bom dia – Disse o loiro se aproximando da garota.

Marinette não sabia o que falar. Será que Adrien estava esperando alguém e não avisara para ela? Ele não podia fazer isso!

— O-oi, Adrien... E-eu não sabia que estava esperando alguém. Nossa, eu não devo ter recebido sua mensagem. Bem, eu vou para o meu quarto e prometo não te atrapalhar no encontro tá – Disse apressada, já passando pelo menino e praticamente correndo em direção ao quarto.

— Mas o que? Não! Marinette! – Ele segurou o braço da garota, puxando-a para ele e a segurando pelos ombros – Não é isso o que você está pensando! – Sorriu ao ver o nervosismo e a confusão em seu olhar.

— N-não?

— Não! Eu fiz isso para você... Quer dizer, eu fiz isso para nós. V-você jantaria comigo hoje? – Hesitou por um segundo, mas sentia que a coragem necessária para dar continuidade ao seu plano estava dentro dele.

O rosto da menina foi tomado por uma vermelhidão sem fim. Era para ela? Ele havia preparado um jantar para ela? Se ele não a estivesse segurando, provavelmente ela estaria no chão a essa hora.

— E-eu janto... Quer dizer, sim janto você. Quer dizer eu janto com você sim. – Ela sorriu amarelo ao ver o riso brotando nos lábios do garoto – E-eu só vou me arrumar... – Disse apontando para o quarto e correndo para lá quando o menino a soltou.

Ao entrar no quarto, Marinette se permitiu ter um pequeno ataque. Tikki, que havia saído da bolsa da menina, flutuava e ria ao ver a dona naquele estado.

— Se acalma, Marinette! Você precisa se arrumar! – Disse entre os risinhos e com a voz mais doce possível.

— Eu não acredito, Tikki. Aquilo tudo é pra mim! Será que eu morri? Ai meu Deus!

— Marinette? Tá tudo bem ai? – A menina pulou ao ouvir duas batidas na porta seguidas da voz doce e preocupada de Adrien.

— T-tá-ah – Fez uma careta e quase engasgou com o susto – Estou quase pronta! – Disse enquanto tentava se acalmar e olhava para uma Tikki risonha.

Depois de ter se arrumado - e se acalmado o suficiente - Marinette saiu do quarto usando um vestido preto básico, com os cabelos soltos e um pouco de maquiagem no rosto, a fim de esconder as bochechas incrivelmente vermelhas. Os olhos de Adrien brilharam ao ver a menina. Ele soltou aos poucos a respiração conforme ela se aproximava dele e fez uma reverência segurando a mão de Marinette e dando um beijo ali. O coração de Marinette se apertou naquele mesmo instante e se lembrou de seu gatinho e de como o havia magoado algum tempo atrás. Adrien a olhou curioso ao perceber o que sorriso da garota havia vacilado.

— Você está bem? – Disse num tom de preocupação. Será que aquilo era muita coisa? Será que ele havia exagerado? Ou pior, forçado a menina a algo que ela não queria?

— Sim, está tudo bem – Ela disse sorrindo – Só que... Eu acho que esperei muito tempo por isso.

Ela não tinha mentido. Ela realmente havia esperado muito tempo por aquela cena. Mas ela também não havia dito toda a verdade. Ela estava preocupada com Chat Noir desde aquele fatídico dia. Desde então, ela e gato nunca mais haviam parado para conversar depois das patrulhas. Nem durante e nem depois das lutas. Ele havia desistido dela de vez e ela se sentia mal por isso. Não é que ela quisesse que Chat Noir se arrastasse por ela, ou que ele tentasse mais uma vez se declarar. Não era isso. Ela só gostava dele... Não sabia como, mas ela gostava. Será que era possível estar apaixonada por Chat Noir, mas ao mesmo tempo amar Adrien com todo seu coração? Ela não sabia. Foi acordada de seus pensamentos ao sentir o loiro segurar seu rosto com as duas mãos e aproximar o seu rosto do dela. Ele selou seus lábios aos dela por um segundo e logo se afastou.

— Venha, princesa. Vamos comer antes que a comida esfrie... – Ele segurou sua mão e a guiou até a mesa, segurando a cadeira para que ela se sentasse.

Ela não sabia se aquilo era um sonho, mas estava adorando. No começo os dois estavam tímidos demais, mas depois de que Marinette quase derrubou o vinho todo em cima da carne assada que Adrien havia “feito”, os dois se descontraíram e começaram a rir sem parar. Foi um jantar maravilhoso. Na verdade, fora o melhor encontro que os dois tiveram. Após o jantar terminar, Adrien recolheu a mesa com a ajuda de Marinette e serviu a sobremesa. Um delicioso crème brulée que ele havia comprado na padaria dos pais da menina. Quando se sentaram no sofá para conversar após o jantar, Adrien segurou as mãos de Marinette e a olhou nos olhos.

— Marinette... Eu sei que pode parecer abuso da minha parte, ainda mais porque dividimos o apartamento como amigos, mas, Marinette, cada dia que passa eu me sinto mais e mais apaixonado por você...

A menina quase morreu. Ela estava segurando o ar desde que o garoto segurou suas mãos e quando percebeu seus pulmões já doíam. Ela soltou o ar com tudo na cara de Adrien que assustou ao ver a reação de Marinette. Ela estava ofegante agora, devia ter se esquecido de como respirar e não conseguia falar nada, apenas balbuciar algumas meias palavras.

— Marinette, me desculpa se eu forcei as coisas, eu só...

— EUTEAMODESDEAESCOLA – Ela gritou, cortando o que Adrien estava dizendo. Agora foi a vez do garoto de ficar sem reação.

— V-você o q-que? – Ele disse, arregalando os olhos. Como assim? Ele nunca havia percebido!

— E-eu... – Respirou fundo, tomando coragem – Eu amo v-você desde que nós estud-dávamos no colégio. Eu sempre te amei. Eu sempre esperei por esse dia. Eu sempre quis que você me notasse... Eu sempre

Ela foi interrompida pelos lábios do garoto. Ele a beijou docemente e ela paralisou por alguns segundos, mas logo foi tirada do transe quando a língua do menino adentrou sua boca. Ela fechou os olhos e se entregou aquele beijo, levando suas mãos para os cabelos louros e macios de seu amado. O beijo passou de calmo para necessitado. Havia um desejo reprimido ali, uma coisa que nenhum dos dois jamais havia sentido. Quando as mãos de Adrien escorregaram pelas costas de Marinette atingindo sua parte mais baixa, os dois ouviram uma explosão.

“Não pode ser” foi o pensamento que predominou a mente dos dois. Eles se separaram e se olharam, perguntando-se como sairiam dali agora.

— E-eu... Eu acho melhor eu ir dormir... – Disse a menina selando os lábios do amado com os seus – Acho que foi muita informação para a minha cabeça... Mas eu gostei, viu? – Ela sorriu ao ver o sorriso dele,

— Tudo bem, princesa. Eu também vou dormir... Acho que amanhã podemos conversar melhor, não é? – Agora foi a vez dele se selar seus lábios ao dela.

Os dois se levantaram e seguiram cada um para seu quarto. Marinette quase explodiu de felicidade com o que tinha acabado de acontecer e Tikki teve de lembrá-la de suas obrigações, soltando uma pequena risadinha ao ver a cara de indignada de sua portadora.

Adrien, assim que entrou em seu quarto, soltou um suspiro de felicidade ao analisar o que havia acontecido. Ele nem estava acreditando! Estava tudo indo muito bem e a felicidade finalmente entrava em sua vida. Plagg não deixou de comentar que isso era um desperdício de tempo e que se Adrien tivesse aberto o coração para o camembert, ele estaria feliz há muito mais tempo.

Assim então, como de costume, da janela oeste daquele apartamento saiu saltando uma joaninha. E da janela leste um gato preto. Os dois com uma felicidade tão grande dentro do peito que estava até difícil de aguentar.

— Bugaboo, que bom que chegou! – Disse o gato com um sorriso que há tempos a joaninha não via.

— Parece que viu um passarinho verde, gatinho.

— Verde não, azul, my lady! – Ele disse sorrindo.

A menina ficou desorientada por alguns segundos. Não via o garoto sorrir desde... Desde o dia que ela o havia magoado. Por um lado, ficou feliz em vê-lo daquele jeito. Por outro, um pouco curiosa e triste para saber o que, ou quem, o havia feito sorrir daquele jeito.

O vilão da vez era DarkPotato, um agricultor de batatas local que havia brigado com o dono da mercearia porque este não queria pagar o preço justo pelas batatas. DarkPotato atirava batatas explosivas com dois canhões acoplados em suas mãos e conseguia dobrar de tamanho toda vez que estava com mais raiva.

— O akuma deve estar no chapéu! – Disse Chat Noir apontando para o chapéu de agricultor que estava com uma coloração arroxeada.

Ladybug assentiu e logo a luta se deu inicio. DarkPotato atirava contra os heróis sem sucesso, enquanto Ladybug e Chat Noir arrumavam um jeito de acabar logo com ele.

— Talismã! – Gritou a heroína e recebeu em suas mãos uma mangueira de incêndio. Olhou para Chat Noir e viu que o mesmo estava distraindo o vilão, então se concentrou em descobrir como usar seu talismã – Chat! – Gritou a menina – Preciso de destrua isso aqui!

O gato assentiu, gritando seu famoso “Cataclismo!” e destruindo um hidrante anteriormente mostrado pela joaninha. Antes de ser atingido pelo jato de água potente, porém, DarkPotato atirou para todos os lados, atingindo em cheio o apartamento de Marinette e Adrien. Um grito morreu na garganta de Ladybug ao ver aquilo, e usando uma força sobrenatural, ela conseguiu finalizar o vilão. Destruiu seu objeto akumatizado, aniquilou a maldade, libertou a borboletinha e deixou tudo normal outra vez, tudo em tempo recorde.

— Zerou! – Gritou Chat Noir estendendo o punho para a parceira a fim de fazerem seu cumprimento final. Mas o que viu foi uma joaninha apressada em direção ao apartamento que o loiro morava – Ladybug, espera!

— Não dá, preciso ver se o Adrien está bem! – Ela gritou, sem se tocar do que havia dito.

— Ei, espera! Espera ai! – Disse alcançando a menina e a segurando pelos ombros – Você conhece o Adrien?

— E-eu... Sim... – Suspirou derrotada. Talvez agora ele descobrisse quem ela é – Ele mora ali. Preciso ver se ele tá bem...

— Olha, não precisa. Eu vou, tá bem? Você vai se destransformar... – Ele disse tentando conter o nervosismo e apontando para os brincos dela.

— Dá tempo! – Ela disse com uma teimosia sem tamanho, se desvencilhando de Chat Noir e pulando para o apartamento.

Entrou com tudo pela varanda do quarto do menino, chamando-o com certo desespero na voz e procurando por ele pelo quarto e banheiro. Sem conseguir o achar, Ladybug adentrou o apartamento todo, olhando na sala, cozinha e lavanderia. Ouviu quando alguém pousou na mesma varanda que havia entrado e virou-se na hora que Chat Noir adentrou o apartamento também.

— Mas o que... – Ela estava atordoada. O que aquele gato sem noção fazia ali?

— Ladybug, eu... – Ele olhou para a porta do quarto de Marinette. Não era justo com ela se ele tentasse algo com a joaninha – Eu acho melhor você ir embora – Disse cabisbaixo.

Ele caminhou até a cozinha, abrindo a despensa de camembert e pegando um pedaço. Não iria esperar a destransformação.

— Esconder as garras – Foi o que ele disse, antes de ser envolto por uma luz verde.

A menina estava descrente. Como não havia percebido antes?

— Bem, esse sou eu – Disse com um sorriso fraco enquanto pousava um Plagg dramático em cima do balcão da cozinha junto ao seu queijo fedido.

— Eu não... Eu não acredito que é você... – Ela disse ainda atordoada com a revelação. Ladybug aproximou-se de Adrien e segurou seus ombros com as duas mãos – Era você o tempo todo...

— Pelo jeito era né? – Ele sorriu amaralo, tentando se afastar da menina que se aproximava para beijá-lo – Olha, Ladybug, eu estou com outra pessoa agora... – Ele suspirou – E eu gosto dessa pessoa... A Marinette não merece nada de ruim, então... Se puder ir embora...

— Marinette, ein? Que sorte dessa gorota... – Ela disse reprimindo um sorriso e beijando o garoto mesmo assim.

Ele ficou sem reação. Estava paralisado com o que a joaninha havia feito! Ele a segurou pela cintura e separou os dois, olhando-a com espanto. Nesse momento um último bip pode ser ouvido e uma luz vermelha intensa envolveu a garota. O olhar deles estava preso um no outro. Como ele não percebera? Era a sua menina o tempo todo...

— Surpresa – Marinette sorriu amarelo, segurando um pequeno ser vermelho nas mãos.

Ela se soltou do loiro e caminhou até a bancada da cozinha, depositando Tikki ao lado do kwami preto. Abriu um pote de cookies que sempre mantinha cheio e entregou para a amiguinha.

— M-ma-as – Adrien ainda estava atordoado.

— Me desculpe... – Ela disse, se aproximando do menino – Eu não quis ferir seus sentimos naquele outro dia... Eu só... Eu só estava apaixonada pelo Adrien, que eu não sabia ser você, porque se eu soubesse que era você eu teria me apaixonado por você também e...

Ele a interrompeu com um beijo. Não importava quem ela era, ele a amava ainda mais agora. Quem diria que o amor de sua vida sempre esteve por perto? A vida dos dois só estava começando, mas eles sabiam que muitas coisas ainda estavam por vir. Teriam que pegar Howk Moth, estudar, salvar Paris e lutar junto todos os dias. Mas é ai que eles saíram ganhando. Eles estariam juntos, não importa o que acontecesse.


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Notas finais do capítulo

Gente, me falem se vocês gostaram ♥



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