Quantas dúvidas escrita por DiHen Gomes


Capítulo 65
65 - Bia




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Pela segunda vez não sou a última a sair da igreja após o Conexão. Meck fica com o pastor quando Zaki me leva para o shopping. Na verdade, nem estou muito a fim de sair com ele. Algo está estranho. Não faz nem três semanas que estamos namorando e já não estou gostando muito.

Tento me soltar dele caminhando rumo às lojas que não lhe interessam, de artigos majoritariamente femininos, mas ele aperta mais minha mão e vem comigo.

— Então, Zaki, ficou sabendo do filho do Felipe? Estou ansiosa para ver como está o Paulinho!

— Sim. Ele foi encontrado! Graças a Deus. Felipe é um jovem abençoado, mas não tanto quanto você.

Ugh! Continuamos dando voltas nos corredores até pararmos na área de alimentação, na frente do MacBurger’s.

— Que tal pagar um lanchinho, Zaki?

Entramos na fila, mas quando chega nossa vez, Zaki pede apenas um combo e sai da frente para dar a vez para mim. Olho para ele com a testa franzida.

— Boa ideia, obreira Bianca. Dividiremos a conta exatamente como deve ser, cada um paga o seu. Afinal, não somos casados ainda.

— Hã? E assim nem seremos… — resmungo baixinho, e a atendente pergunta o que eu disse, talvez pensando que era meu pedido. — Não, eu estou com ele. Obrigada.

Depois de um bom tempo (para quem está com a barriga roncando), Zaki volta à fila e pede outro combo, mas me deixa sozinha esperando enquanto vai à mesa e começa a comer o seu. Quando volto, ele já está na metade do hambúrguer.

— O que foi isso, Zaki?

— Amor…

— Nada de me chamar de amor, certo?

— Bianca, só quero ser justo com você. Afinal, para você não deve ser tudo perfeitamente certo?

A única coisa perfeitamente certa em mim é uma revolta. Mas o ronco do estômago me ajuda a acalmar e dar a primeira mordida no lanche. Isso me acalma totalmente; é quase tão bom quanto rissole com suco de laranja.

— Quais são seus objetivos de vida? — pergunto, do nada. — O meu é ganhar almas. Nada mais. Tudo que faço é para isso, direta ou indiretamente. E você?

Zaki engole seco e com barulho.

— Bom, eu tenho negócios. Ser um grande empresário é meu objetivo. Poder lhe oferecer uma vida de qualidade é minha visão.

— E as almas? Você não é do Força Jovem?

— Sim, sou. Universitários. Estou estudando para isso. E, claro, se Deus pedir algo, vou dar, para patrocinar a obra. Imagine só: você à frente das pessoas e eu dando todo o apoio necessário para o trabalho? Arrebentaria.

A cada tópico lançado por mim, Zaki se mostra mais autoconfiante, mas ultrapassa o normal. Ele é perfeitinho demais. Chega a ser insuportável imaginar um futuro com ele. Antes que minha cabeça comece a doer, me levanto para ir embora (e é claro que pego as batatas fritas, que ainda não acabaram).

— Zaki, não dá. Vamos terminar isso logo.

— Já estou acabando, Bianca.

— Não tô falando desse lanche, rapaz. Nós. Não tem como continuarmos.

— Bianca? Bianca? — ele diz, ficando em pé também. Só o vejo pelo canto do olho, pois sigo até a escada rolante para ir embora. — Espere-me. Eu a levo para sua casa.

Este rapaz é realmente insistente, mas parece ser a única característica boa dele. Não está fácil encontrar algo bom a mais, mas espero em Deus que encontre. Afinal, ninguém é perfeito, certo?


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