O Lobo que corria com Dragões escrita por Izabell Hiddlesworth


Capítulo 6
O Lobo que corria com Dragões


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Primeiramente, mil desculpas pela demora em trazer a última parte! Ela já estava pronta há milênios, só esperando para ter as arestas aparadas. Mas cá estou, e cá estão Jon e Daenerys. ♥

Boa leitura!



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Jon
       17 anos

 

 Demorou duas semanas para que Ygritte deixasse de fazer graça e lhe desse uma resposta apropriada. E quando ela finalmente aceitou seu convite para o baile, Jon sentiu-se o garoto mais sortudo do colégio. Mas ainda assim havia algo faltando.

 Ingenuamente, ele julgou que fosse o interesse de Ygritte. Enquanto os pares de seus amigos queriam escolher flores, combinar roupas e ensaiar a valsa, Jon só recebia um dar de ombros.

— Essas coisas são importantes — exasperou durante algum almoço.

— Você não sabe de nada, Jon Stark — foi tudo o que Ygritte lhe disse.

 Não, não sei. Se soubesse, entenderia porque crianças são tias de outras crianças. No entanto, ele não retrucou.

 Desde então, evitou tocar no assunto do baile com ela. Parecia uma boa estratégia deixar que Ygritte respirasse e resolvesse as coisas por si mesma. Porém, na tão esperada noite, depois de Jon ter passado a tarde toda mandando-lhe mensagens para confirmar o encontro, aquilo soou péssimo. E quando a mãe lhe deu a rosa de inverno para presentear seu par, teve de dizer a verdade:

— Ela não gosta de flores. Não gosta de nada disso de baile.

 Ele suspirou pesadamente, dando meia volta para ver na roupa no espelho. Sua mãe mandara fazer um gibão de um tecido que imitava veludo cinza e trazia um lobo gigante no peito. A capa de pele de lobo falsa descia até a dobra de seus joelhos e cobria lhe o pescoço, abotoada com um broche de cabeça de dragão.

— Ela vai rir de mim.

— Por quê? — A mãe estalou a língua. — Você está digno de um príncipe!

— Oh, esse é mesmo nosso filho? — O pai adentrou a sala com um brilho nos olhos que era em parte orgulho, em parte graça. — Quase não reconheci. Está bem vestido uma vez na vida.

— Ele acha que está ridículo. — Encostada na mesa atrás de Jon, sua mãe cruzou os braços.

— Eu não disse isso.

— Disse que a garota vai rir de você.

— Por quê? Você está perfeito. — O pai gesticulou para ele, colocando-se ao lado da esposa e passando um braço pela cintura dela. Ainda vestia o jaleco do hospital, mas estava lá, tal como prometera, para ver Jon partir para seu primeiro baile. — As garotas riem de caras bem vestidos agora? Na minha época não era assim.

— Mamãe disse que riu quando o senhor foi chutar a bola num jogo, mas chutou o ar e caiu no campo. 

 Os pais trocaram um olhar ligeiramente tenso, que Lyanna logo rompeu com uma gargalhada deleitosa.

— Como pôde? — o pai inquiriu, atacando-a com cócegas.

— Ah, você foi maravilhoso naquele dia!

— Só naquele dia?

 Jon virou-se para observá-los. A mãe ria com um ar juvenil, envolvida nos braços de seu pai. Eram como dois adolescentes. Como eu gostaria de estar com Ygritte.

 No caminho para  o baile, Jon tentou se comunicar com ela numa dezena de mensagens pelo celular. Tinha de saber se ficaria sem par. Nesse caso, seria melhor voltar para casa depressa, antes que alguém do colégio o visse e a notícia de que fora dispensado circulasse.

— Seus primos já estão lá? — a mãe quis saber, contorcendo-se no banco do carona para fitá-lo.

— Robb sim. Mas parece que Joffrey ainda não foi buscar Sansa — Jon falou depressa, ocupado demais com as próprias preocupações.

— E a Danny e o Viserys?

— Não sei… Provavelmente, sim. A Daenerys é da comissão do baile.

 Estavam a dois quarteirões do colégio, e os joelhos dele começaram a se sacudir nervosamente. Havia já uma fileira de carros tentando se aproximar da entrada principal mais à frente. Aqui e ali era possível entrever elaborados vestidos e casacos de festa. Jon remexeu-se impaciente, buscando por qualquer sinal dos cabelos de fogo de Ygritte.

— Podemos te deixar por ali, filho? — Rhaegar o encarou pelo espelho retrovisor. — Acho que vai demorar até eu conseguir chegar mais perto.

— Tudo bem. — Jon passou uma mão pelos cabelos ondulados, preparando-se para descer do carro. — Então… Até mais tarde. Amo vocês.

 Do lado de fora, a noite estava fria e barulhenta, com buzinas irritadiças soando por todo lado. Jon abaixou o rosto por detrás da gola de pelos, tentando proteger-se do vento. Estava a meio caminho de alcançar a calçada quando ouviu a buzina do carro do pai.

— Jon!

 Ele virou-se depressa. A mãe estava atravessada por sobre o banco do motorista, agitando uma caixinha pela janela.

— A flor!

 O carro atrás deles buzinou para que andassem. Jon correu para apanhar a caixinha, já partindo os lábios para dizer que Ygritte iria rir dele.

— Mãe…

— Se ela não quiser, você vai encontrar outra pessoa para dar. — A mãe lhe piscou. — Vamos estar torcendo por você!

— Divirta-se! — O pai deu uma buzinada, arrancando com o carro.

 Jon os observou partir, com a caixinha da flor nas mãos. O restante da fileira de carros serpenteou pela rua, e alguém lhe gritou para que saísse do caminho. Ele recuou para a calçada apressado, misturando-se a um pequeno fluxo de alunos.

 A flor era uma das rosas azuis do canteiro favorito da mãe. Estava completamente aberta, com pétalas grandes e bonitas. Uma das flores especiais. Ele não tinha mais tanta certeza se gostaria que Ygritte aceitasse o presente. Rosas azuis deveriam ser dadas para pessoas igualmente especiais.

— Jon!

 Seu pescoço foi enlaçado, e por pouco não tropeçou nos pés de quem o abraçava. Sabia, pelo cheiro e pela voz animada, que era Robb. Quando ele o soltou, identificou logo uma pequena garrafa de cerveja em sua mão. Ah, tia Catelyn ficaria furiosa se soubesse. Atrás do primo vinham os amigos da sala, rindo um tanto bobos, com as bochechas coradas do frio – e do álcool, Jon suspeitava.

— Você estava demorando, então a gente já deu um pulo na adega. — Robb riu-se, empurrando-o levemente para frente. — Pensei que a Ygritte tinha te dado um pé na bunda. 

 Jon tentou ignorá-lo, ocupando-se em cumprimentar os demais. Enquanto andavam até a entrada abarrotada do colégio, ele manteve-se alheio às conversas. Queria encontrar Ygritte depressa, ter certeza de que não estava levando um fora. Embora a hipótese fosse forte desde o momento em que fizera o convite, ainda não havia planejado o que faria se ela se confirmasse. Talvez ligar para os pais e pedir que o buscassem fosse algo proibido para sua idade.

— Você não tinha convidado a Jeyne Westerling? — Theon inquiriu a Robb assim que passaram pelos portões.

— Tinha. Mas ela mudou de ideia há uns dois dias. — Robb deu um muxoxo. — Disse alguma coisa sobre as pessoas julgarem ela por ser de outro colégio.

— Bem, acho que isso deixa todo mundo aqui sem par. — Samwell forçou uma risadinha acanhada.

— Então, Ygritte te deu mesmo um pé na bunda? — Robb cutucou Jon nas costelas com o cenho franzido.

 Estavam, então, na altura da entrada principal. No gramado à direita, a comissão de baile montara um cenário com neve e esculturas de gelo falsas para as fotos. Atrás do último arbusto, Jon teve um vislumbre de cabelos ruivos. No breu, era difícil saber se os olhos não o enganavam. Porém, um segundo mais tarde, a dona dos cabelos levantou-se e se virou na direção das luzes do cenário de inverno.

 É ela.

— Jon? — Samwell agitou a mão grande diante de seu rosto.

— Podem entrar primeiro. — Ele afastou-se, caminhando na direção do arbusto. — Encontro com vocês depois.

— O quê? — Robb perguntou confuso.

 Os passos de Jon costuraram por entre os outros convidados do baile. Quanto mais se aproximava do arbusto, mais nítida se tornava a risada de Ygritte. Ela estava acompanhada de dois ou três rapazes e uma outra garota. Nenhum deles vestira-se a caráter, e tampouco pareciam interessados no baile. Jon diminuiu o ritmo, tornando-se consciente do gibão e da capa de pele. Com certeza vão rir de mim, respirou fundo.

— Ah, Jon Targaryen! — Ygritte abriu-lhe os abraços assim que o viu, mas não saiu do lugar. Um copo cheio de um líquido esverdeado balançava em sua mão. Estava usando uma jaqueta da Universidade de Porto Real, jeans e coturnos; nada do código de vestimenta do baile. — Você me achou! Que pena, achei que esse era um ótimo esconderijo.

— Você estava se escondendo? — Jon balbuciou. De repente, sentia-se patético. — Não viu minhas mensagens?

 Ygritte arregalou os olhos para ele, metendo a mão no bolso da jaqueta, de onde tirou o celular. Depois de uma rápida olhada no visor, ela ergueu os ombros com um ar de culpa.

— Foi mal.

— Caramba, que fantasia é essa? — Um dos garotos sentados no gramado apontou para Jon em meio a uma risada.

— Você não vai entrar? — Jon voltou-se de costas para ele, tentando manter o foco em Ygritte.

— Vou, vou. — Ela sentou-se na grama, sorvendo goles largos do copo. — Mas não agora.

— Quer um copo de fogo-vivo? — A outra garota lhe ofereceu.

 Jon não conhecia ninguém ali além de Ygritte, e tinha a leve impressão de que nenhum deles pertencia ao colégio. E a jaqueta que ela usava era outro detalhe que não se encaixava ali.

— Senta, Jon Targaryen. Nós podemos dançar mais tarde. — Ygritte puxou o joelho de sua calça. A voz estava lânguida, e as palavras não soava tão claras. — Quer dizer… Se eu ainda conseguir ficar de pé.

 Os amigos dela gargalharam, gracejando sobre já estarem ficando bêbados.

 Jon lançou um olhar por sobre o ombro, tentando ver se os amigos ainda o esperavam. Se voltasse para eles, seria alvo de um ataque de risos, mas conseguiria aproveitar o baile. Além dos primos, dos amigos, de Dany e seus pais, ninguém mais sabia que Ygritte seria seu par. Desistir de insistir na companhia dela não deveria lhe render tanta vergonha, ou a perda de seu baile de inverno.

 Porém, Jon era demasiado teimoso – coisa que herdara da mãe. Simplesmente dar as costas a Ygritte soava como um tremendo desonra. Assim, ela não precisou convidá-lo para se sentar uma segunda vez.

— Você não trouxe uma fantasia para o baile? — a garota perguntou a Ygritte, antes de contorcer-se num soluço.

— Não, ia dar muito trabalho. — Ela deu de ombros. — E a gente nem vai ficar muito tempo. Não é, Jon?

 Não era bem uma pergunta.

 Durante os vinte minutos seguintes, Jon ficou em silêncio, observando Ygritte e os amigos beberem e rirem dos trajes dos outros alunos. As vozes deles quase se sobrepunham ao som da música que vinha do ginásio. Aquilo não era nada do que havia imaginado para a noite. Mesmo assim, aguentou o quanto pôde, esperançoso de que Ygritte fosse finalmente querer dançar.

— Oh-oh…

— Caramba, agora parece que você se mijou!

 Jon forçou-se a voltar a prestar atenção no que acontecia. Um dos garotos arregalava os olhos para as pernas de Ygritte, que estavam lavadas com vinho barato. O copo de plástico que ela segurava havia entornado sobre seu colo.

— Que merda…

— Acho que você já está bom, não? — Jon inclinou-se para ela, fazendo menção de tomar-lhe o copo.

— Ei! — Ygritte se desvencilhou, ofendida. — Você não sabe de nada, Jon Stark Targaryen. Eu é que digo quando está bom.

 Os garotos do grupo trocaram dele com barulhos guturais, como macacos ensandecidos. Então, a amiga de Ygritte interveio, fazendo-a se levantar para que fossem limpá-la.

— Nós vamos procurar um banheiro aberto. Esperem aqui e não acabem com as bebidas.

 Jon as observou irem mais fundo no canteiro e darem a volta para o caminho do ginásio. Não ousou dizer uma palavra sequer. Em parte, porque ficara receoso pela última experiência. Em parte, porque já não sentia que era importante ir ao baile com Ygritte.

 Você não sabe mesmo de nada, Jon. Ele suspirou, tomando fôlego e coragem para se colocar de pé.

— Ei, não vai esperar por elas? — um dos rapazes perguntou, num tom de protesto.

 Jon acenou para eles por cima do ombro e rumou para as portas do colégio. O peso na consciência por ter abandonado seu par o atormentou apenas até que entrasse no saguão. Ela me abandonou primeiro.

 A noite não precisava ser jogada fora. Se guardasse a rosa de inverno no armário e encontrasse os amigos, ficaria bem. Eles ririam do fracasso de seu encontro, naturalmente. Mas isso deixava todos no mesmo barco.

 Enquanto andava pelos corredores escuros até seu armário, Jon sacou a caixinha do bolso da capa.

 Deveria ter previsto aquela dor de cabeça desde o princípio. Se tivesse sido mais esperto, teria chamado Daenerys para o baile e lhe dado a rosa. Seria uma escolha segura, feliz. Uma escolha especial.

— Mas eu não sei de nada. — Ele soltou um riso frouxo e amargo.

 Um barulho num corredor próximo o sobressaltou. O colégio deveria estar vazio àquela hora, com todos se preparando para a valsa no ginásio.

 Jon desviou-se de seu caminho para ir atrás do barulho. Pé ante pé, caminhou até o corredor, parando ao perceber uma luz dentro de um armário aberto. À frente, parcamente iluminada, uma garota de cabelos claros resmungava para os pés.

— Daenerys?

 Antes que ela respondesse, ele ligou a lanterna do próprio celular. Daenerys foi despida do breu, revelando-se num vestido azul-gelo, cujos brocados e pedrarias luziam à lanterna. O penteado ameaçava afrouxar, e seus pés estavam descalços sob as saias do vestido. Mas ah, ela era a própria rainha da beleza e do amor.

 Jon aproximou-se, quase hipnotizado pelo encanto. Suas botas esbarraram numa caixa e ele se viu pisando num amontoado de band-aids.

— Uau — murmurou, abaixando-se para recolher a bagunça.

— Ah, não se incomode, eu vou arrumar isso — a voz de Dany soou trêmula.

 Ela ajoelhou-se ao seu lado, espalhando as mãos nervosas pelos band-aids. Jon apoiou o celular no rodapé dos armários, rindo-se. Uma situação como aquela também estava tremendamente longe do que havia esperado para aquela noite.

— Você não deveria estar… não sei… lá no ginásio?

— Sim, sim. — Dany pôs uma mecha do cabelo atrás da orelha num gesto afetado. — Mas os sapatos estavam me machucando, e Quentyn Martell não parava de me perseguir, então…

 Ela escorregou nas saias do vestido, caindo para trás.

— Ai… — murmurou, envergonhada.

— Machucou?

— Acho que não — ela respondeu, apesar do esgar de dor.

 Jon terminou de recolher e devolver os band-aids à caixa. Devagar, como se lidasse com um pássaro acuado, a entregou para Daenerys. Ela contorceu-se desajeitadamente no chão, subindo as saias do vestido para alcançar os pés.

— Acho que um vestido tão bonito não foi feito para ficar assim no chão — disse Jon, pondo-se de pé num pulo e estendeu a mão para Dany. — Vem, eu faço o curativo para você.

 Daenerys hesitou, mas ele inclinou-se para ela e a levantou com facilidade. Então, tranquilamente, tomou-lhe a caixa de band-aids e ajoelhou-se com um farfalhar da capa.

— Com licença — pediu, trazendo o pé direito dela para cima de sua coxa.

 Dany comprimiu um suspiro quando teve de se apoiar nos armários para não cair. Porém, Jon fingiu não notar. Pôs um band-aid de cada vez em seus calcanhares, com cuidado e delicadeza. A pele sob seu toque era macia e fria, o que o preocupou.

— Não está com frio? — perguntou ao terminar.

 Daenerys tentou negar, mas o tremor de seus braços era nítido.

 Jon não hesitou em desprender o broche da capa e passá-la por sobre os ombros de Daenerys. Como um cavalheiro deveria fazer. Gostaria que a mãe pudesse vê-ló naquele momento, digno de um príncipe.

— Obrigada — Daenerys murmurou, encolhendo-se dentro da capa. — Mas pode pegar de volta se ficar com frio.

— Eu espero que você tenha um sapato para trocar — ele pontuou, enquanto recuperava o celular. — Não é bom ficar assim, descalça.

— Ah, eu trouxe uma sapatilha. — Dany voltou-se para o armário, puxando um saco de pano para fora. — Mas acho que não vai adiantar muita coisa.

 Quando ela deu um passo para o lado, Jon entreviu uma pelúcia no fundo do armário. Sem pensar, ele aproximou-se para apanhá-la, apenas para descobrir Fantasma, seu antigo lobo de pelúcia.

— Você ainda tem ele — soou meio como uma pergunta, meio como um atestado de surpresa.

 Daenerys enrubesceu. Tímida, porém determinada, ela ficou na ponta dos pés para tentar apanhar o lobo.

— Eu sei, parece muito infantil — disse de um gole só, sem fôlego. — Mas foi o único que sobreviveu à operação “Vamos doar tudo isso” da minha mãe.

— Então você o guarda aqui no colégio?

— Não! — ela respondeu depressa, de olhos arregalados, como se se defendesse de uma acusação terrível. — Eu… — A voz baixou, de novo feita em murmúrio. — Eu o carrego comigo.

 Eles ficaram em silêncio por um instante. A música do ginásio os alcançava suavemente, perdendo-se no vazio das paredes. Alguém estava falando ao microfone, falando algo sobre valsa, reis e rainhas.

 Movido por uma espécie de encanto, Jon eliminou a distância entre ele e Daenerys, deitando um beijo sobre seus cabelos prateados.

— Eu estou feliz por ter guardado o Fantasma. — Sorriu terno, como se os dois fossem crianças novamente.

 Dany hesitante. Os dedos finos apertavam Fantasma com urgência.

— Você não deveria estar no ginásio com Ygritte? — inquiriu, virando-se para devolver Fantasma ao armário. — A valsa vai começar daqui a pouco.

 Jon titubeou, observando-a trancar o armário e diminuir a intensidade da lanterna do celular. Deveria estar com Ygritte? Algo lhe dizia que sim. Mas essa era uma voz ínfima, tola. Uma voz que não sabia de nada.

 Antes que Daenerys pudesse se ocupar em calçar as sapatilhas, ele adiantou-se para pegar a caixinha com a rosa de inverno – esquecida no chão.

— Eu vou me arriscar a tentar outro par — disse, tomando a mão direita de Daenerys na sua. — Você me daria a honra de uma valsa?

 Dany tentou balbuciar algo, mas tudo o que conseguiu foi um nervoso meneio de cabeça. Jon sorriu no breu, prendendo o delicado bracelete com a rosa em seu pulso. A rosa parecia ter sido feita especialmente para aquele momento, para aquela garota especial. Aquela garota que era sua tia, mas que às vezes parecia sua irmã, e em outras, a detentora de seu coração.

 Seu baile de inverno não havia saído nem um pouco como o planejado. No entanto, quando Jon emoldurou o rosto de Daenerys entre as mãos e reclamou um beijo de seus lábios surpresos, soube que não poderia ter imaginado uma noite melhor.

 Pouca coisa importava naquele precioso espaço de espaço de tempo. Por ora, na quentura de uma paixão juvenil, bastava que soubessem que lobos corriam bem com dragões.


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Notas finais do capítulo

Espero que não tenham ficado bravos com a Ygritte! A minha intenção não foi torná-la uma garota "ruim". Ela só não é muito dada a bailes e encontros clichés. ♥

Eu adorei, adorei, adorei escrever sobre esse shipp (mesmo não shippando, haha). E caso vocês tenham gostado da história, tenho uma sobre Lyanna e Rhaegar: https://fanfiction.com.br/historia/739920/O_Amor_Vai_Nos_Dilacerar/. ♥

Obrigada a todos que chegaram até aqui! ♥ ♥

beijos de vinho da Árvore,
Lollallyn.



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