A sombra do Aço escrita por valberto


Capítulo 2
Patrulha Exploratória




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Rhaya acordou num susto, tão desorientada quanto podia. Estava escuro dentro do bunker subterrâneo. A única luz vinha do led de sua pistola laser, que brilhava como um ponto de ferro em brasa no meio da escuridão. A desorientação passou no instante que ela se deu conta de quem era e o que estava fazendo ali. O sento de urgência para ajudar seus companheiros tomou conta dela. Tinha uma missão, tinha suas obrigações, tinha de saber...

O desespero a arrancou da cama, mas levanto-a a tropeçar e ir pesadamente ao chão. A incapacidade de agir, somada ao desespero e ao desconhecimento fizeram com que lágrimas caíssem de seus olhos. Ela chorou silenciosamente por vários minutos até que sentiu a cabeça se por no lugar.

Ela se levantou e ativou a lanterna da pistola. Depois ativou o gerador de energia que deveria alimentar o bunker. Ele engasgou um pouco pela poeira acumulada ao longo dos anos, mas num minuto estava funcionando a plena carga. O bunker se iluminou com as lâmpadas florescentes penduradas no teto e o antigo terminal de computador também se ativou com os sons já conhecidos por ela. Mentalmente traçou pequenos objetivos para concluir: precisava reencontrar seus companheiros e cumprir sua missão. Então, o primeiro passo seria saber exatamente onde estava. O terminal era o primeiro lugar para buscar essa informação.

O terminal servia diário que pertencia a um fazendeiro, Phillip Cass, que tinha uma visão bem pessimista do futuro. Era como se, de alguma forma ele soubesse que o mundo estava se encaminhando para o fim. A última entrada em seu diário, 21 de outubro de 2077, dizia que ele estaria de volta em algumas semanas. Tinha que levar a esposa para visitar os pais em Los Angeles. De acordo com o diário do antigo dono deste lugar ela estava numa fazenda, na cidade de Enfield, região que antigamente era chamada de Vermont. Havia alguns pontos de interesse no mapa da região: O museu Shaker (sobre uma antiga vertente da religião católica), o lago Mascoma, entre outros marcos.

Ela já sabia onde estava. Agora precisava saber para onde ir buscar pistas de seus colegas. Era certo que a região estava infestada de Raiders, Gunners ou quem sabe algum outro tipo de gang local. E era certo que estavam procurando por um membro da Irmandade de Aço. Não podia vagar sem rumo com o uniforme de escriba: era como andar por aí com um alvo no peito. Por sorte o senhor Cass deixou algumas roupas que podiam ser bem úteis. Ela manteve as calças e as botas da irmandade, mas resolveu deixar o colete, a camiseta e o boné de lado. Escolheu uma camisa preta e um sobretudo de couro marrom por cima de tudo. O sobretudo iria protegê-la de eventuais chuvas e poeira, além de esconder sua pistola laser. Olhando-se no espelho ela parecia com muita coisa, menos com um membro da irmandade de aço.

Vasculhou a mochila em busca de itens úteis e colocou alguma comida dentro dela. Além de mantê-la alimentada, poderia usar os itens como dinheiro, já que tinha deixado todo seu soldo à bordo do Prydwen. No fundo da mochila achou o seu projeto de horas vagas: uma versão miniaturizada do Pip-boy 2000, com muito menos recursos, mas bem mais leve e discreta. A sua aparência não era das melhores: a carcaça de três relógios de pulso e um relógio de bolso montados sobre uma placa de circuitos e presa numa armação de couro para ser usada no braço. Ele podia ser usado como lanterna, usado como mapa, bússola e podia se ligar a alguns tipos de terminais. Ela apertou alguns parafusos e soldou alguns fios. Estava pronta para partir.

Ela abriu o alçapão devagar, perscrutando à sua volta. Estava realmente diante das ruínas de uma antiga fazenda. As ruínas pareciam ter sido exploradas centenas de vezes. Só não tinham encontrado o bunker porque a entrada estivera soterrada de uma boa camada de lama. Não fosse a chuva de ontem descendo pela ravina ninguém a teria encontrado. Mas Rhaya pensou que precisava manter o velho bunker assim, protegido. Olhou em volta e encontrou um pedaço enorme de tapete. Pesado e encharcado ele era ideal para cobrir a entrada o bunker.   

A próxima etapa era refazer seus passos do dia anterior. Se achasse os destroços do Vertbird poderia tentar achar alguma pista de seus colegas do BG3. Precisou caminhar a metade do dia inteiro para chegar ao local da queda. Os corpos de Brent e Harrys estavam jogados num canto, sem qualquer roupa ou equipamento. Ou seja: havia pelo menos uma power armor nas mãos dos Raiders. Ela observou demoradamente as pegadas na lama. Mas eram muitas e conflitantes. Não havia como seguir uma dela com certeza. Então lembrou-se que estava perto da cidade de Enfield. Talvez ainda restasse alguma comunidade por lá. Poderia ser um bom lugar para começar a sua busca. Com um pouco de sorte, chegaria à cidade antes de anoitecer.


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