Save me escrita por KimSorawriter


Capítulo 11
Capítulo 11




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A semana de provas na universidade estava chegando e eu estava muito focada nos estudos. Eu tinha lembretes pregados em todo canto, e Jungkook já havia desistido de pedir que eu jogasse Overwatch com ele, pois meus estudos estavam em primeiro lugar. Tae estava amuado pelos cantos já que eu não tinha tempo de dar atenção pra ele como o habitual, e o Yoongi tinha arrumado um novo hobbie. Ele estava determinado a trabalhar no novo Cypher, ele, Hoseok e Namjoon estavam muito focados nesse novo Cypher. Mas antes de tomar essa decisão ele me escreveu uma pequena carta, e deixou em cima da minha cama, quando eu saí do banho, vi aquele pedaço de papel na cama. Na carta dizia:
"SeoHye, eu sei exatamente como compor uma música, mas não sei escrever uma carta. Eu simplesmente peço que me entenda como você sempre faz. Eu te amo, e acho que dificilmente amarei alguém como amo você, mas nesses dias aqui no meu estúdio eu estive pensando que não seria bom para nós levar isso adiante. Vamos apenas guardar isso como boas lembranças e partir para um novo capítulo de nossas vidas, certo? Você pode contar comigo, e sabe disso. "
— Min Yoongi.

Aquela carta de alguma forma me deu alívio... Era como se um peso tivesse sido tirado de minhas costas eu simplesmente me senti melhor quando percebi que o Yoongi tinha superado, e agora ele estava entusiasmado com o novo Cypher.
Enquanto eu estudava, eu recebi uma mensagem no celular. Era o Taehyung. A mensagem dizia "Posso ir ver você?". Eu respondi: "Rapidamente, sim." Segundos depois a porta se abriu, como se ele estivesse já esperando na porta pela minha mensagem.
— Preciso falar com você, por favor me escute. - ele estava sério.
— Claro, pode falar. - ele tinha minha total atenção.
Quando ele ia começar a falar, Jimin e Jungkook entraram no meu quarto fazendo um estrondo, disseram que eu deveria ir até o telefone fixo, que era urgente pra mim. Eu me levantei e corri até lá. Era meu irmão, ele estava com a voz trêmula e disse que eu deveria voltar pra casa, que nossa mãe estava destruída, pois nosso pai havia falecido. Naquele momento, o telefone caiu da minha mão, e eu entrei em colapso. Eu só queria gritar e chorar. Aquilo não era verdade. Só podia ser um engano. Ele tinha que checar novamente, meu pai não morreu, ele não podia morrer, ele...
Eu fiquei duas horas em um caos total, os meninos não sabiam o que fazer, Hoseok estava sentado ao meu lado segurando pra não chorar, enquanto os meninos observavam de longe. Seokjin estava fazendo um chá pra mim, e o Namjoon estava simplesmente desolado e Taehyung estava num misto de tristeza com preocupação. Quando eu finalmente parei de chorar, me levantei secando o rosto com os pulsos e coloquei um casaco de frio, pois estava de noite, eu peguei minha bolsa com documentos e saí, os meninos imediatamente vieram atrás: "Aonde você vai? O que vai fazer, espera!" Eu não tinha tempo para responder eu precisava ir pro aeroporto, já! Eu chamei um táxi e como não cabiam todos, foram comigo Namjoon, Kookie e Hoseok. No meio do caminho já liguei no aeroporto pra saber quando o próximo voo pros EUA, e a atendente disse que só teria um em dois dias. Eu discuti com ela, mas não houve nada que ela pudesse fazer. Eu estava surtando, quando lembrei de algo.
—Namjoon! Ligue pro Jackson Wang, AGORA!
— Agora?
—Sim! Eu preciso que ele me empreste o jatinho dele, eu tenho que ir pra casa agora!
— Mas sua casa é aqui, com a gente... - disse Jungkook triste.
—Não! Jeon Jungkook, não é! Eu tenho que voltar! - eu não estava medindo minhas palavras no momento - Conseguiu Namjoon?
—Ele demorou atender, mas eu consegui, ele disse que está a caminho do aeroporto. Ele vai com você. Nós não podemos ir, você entende?
— Eu entendo e agradeço por tudo que fizeram por mim até agora.
— Você vai voltar? - perguntou Hoseok
Eu nunca respondi essa pergunta. Apenas continuei meu curso depois que eles desceram do táxi.
Quando eu chegue no aeroporto, Jackson estava me esperando e já foi falando direto:
—Sinto muito pela sua perda. Vou fazer o possível pra ajudar. Amigos do Namjoon são meus amigos, pode ligar sempre que precisar.
—Obrigada. - eu respondi e fiz uma reverência. Talvez aquela calma temporária se desse pelo fato que eu me nagava a acreditar o que havia acontecido.
Entramos no jato que na verdade não era só do Jackson e sim do grupo dele, e dentro havia vários pertences dos membros. Demoramos cerca de 10 hrs pra chegar, eu não estava realmente contando as horas. Só sei que quando chegamos, Jackson nem desceu do avião, ele me deu um abraço apertado e se despediu. Eu saí correndo pra pegar o próximo táxi que eu avistasse.
Assim que eu cheguei no aeroporto de Chicago, senti a diferença do ar entre América e Ásia, mas eu não estava ali pra checar o ar, e sim pra provar pra mim mesma que meu pai não estava morto. Eu encontrei um táxi e disse o endereço de casa. Nunca pensei que um dia eu voltaria nessas circunstâncias. Quando foi chegando até a rua da minha casa, uma rua afastada num bairro afastado, totalmente tranquilo, eu fui ficando nostálgica. Quando enfim desci do carro, eu olhei pra minha casa e meu peito foi apertando. Não era saudade, era tristeza. Minha casa que antes parecia tão iluminada e alegre, estava cinza e sem vida. Eu fui caminhando até a porta, e apertei a campainha. Alguns segundos depois Seojun abriu a porta. Ele olhou pra mim, que estava diferente de quando ele me viu pela última vez há 1 ano e 3 meses atrás. Ele estava frio, e seco, não tivemos vontade de nos abraçar, sei que aquilo foi mútuo. Ele abriu caminho e eu fui entrando. Nada tinha mudado, parecia que eu não punha meus pés lá há 20 anos, mas foram apenas 1 ano e 3 meses. Quando eu entrei lá, lembrei de coisa que não faziam sentido, como o fato que meu aniversário chegaria em breve e eu não poderia comemorar com os meninos. Eu não tinha sequer vontade de comemorar meu aniversário.

*linha temporal*
⦁ SeoHye foi para Coreia do Sul em dezembro de 2016.
⦁ Ela morou 3 meses sozinha. (Dez 2016, Jan 2017, Fev 2017).
⦁ Ela morou um ano com BTS (Mar 2017 - Fev 2018).
⦁ No início de Março de 2018 o pai de SeoHye faleceu.
⦁ O Aniversário de SeoHye era dia 02/Abr.
*fim da linha temporal*

No pequeno corredor da nossa casa, meus passos pareciam gigantes, quando fui avistando a sala, vi um quadro com uma bela foto do nosso pai, com flores ao redor, e mamãe ajoelhada diante do retrato, chorando. Quando eu fitei aquilo, eu senti como se tivesse levado um soco no estômago. Minhas pernas não puderam me sustentar e eu caí no chão aos prantos. Do meu lado estava Seojun, que calmamente explicava a situação.
— Durante um resgate num pós-terremoto, ferragens de uma grande construção desabou e papai estava lá. O lugar era uma usina com vários materiais inflamáveis, que acabaram explodindo. Não tem corpo para velar.
Quanto mais ele falava mais eu chorava e eu simplesmente não queria mais viver. A ultima vez que o vi foi no ultimo Natal, por uma vídeo chamada, estávamos tão, tão felizes.
No noticiário local fizeram uma homenagem aos soldados que morreram cumprindo seu dever. Quando apareceu meu pai e seu nome eu simplesmente me desconectei do mundo, eu não conseguia acreditar. As semanas foram passando rapidamente, mas pra mim eram como eternidade. Eu ficava apenas no meu quarto deitada, sem dormir, com os olhos inchados de tanto chorar. Nossa mãe havia entrado em depressão e dormia na maior parte do tempo por conta dos medicamentos que ela começou a tomar. Só se ouvia algum som em nossa casa quando ela acordava e já começava a chorar. Seojun não derramou uma lágrima sequer, ele sempre se preparou pro momento que nosso pai não voltasse pra casa e ele sabia que ele teria que segurar a barra. Eu sempre tive pena de Seojun nesse ponto, ele não viveu sua adolescência normalmente, ele sempre teve um fardo pra carregar, e agora, éramos dois jovens, um de 18 anos e o outro de 22 anos, órfãos de pai e uma mãe adoentada.
E logo chegou abril, e logo passou abril... E mensagens da Coréia não paravam de chegar. Eram dos meninos. Eu não respondia suas mensagens e nem e-mails, e nem ligações. Aos poucos eles foram parando... E logo chegou o mês de junho e as coisas não mudavam. Eu tinha começado a trabalhar numa livraria, pra ajudar em casa, mamãe não estava trabalhando mais e Seojun não tinha tempo de ficar em casa. Ele estudava e trabalhava e só chegava em casa depois da meia noite. Eu sempre admirei ele pela força de vontade que ele tinha.
Conforme eu fui me adaptando àquela situação, eu fui voltando às memórias de quando eu estava morando com os meninos, e comecei a sentir falta... Minha faculdade foi trancada, o Namjoon se certificou de resolver isso pra mim. Eu estava no mesmo lugar que eu estava antigamente, mas agora não parecia tão bom quanto antes... Eu estava triste e já não era mais sobre meu pai ter falecido, pois meus meses de luto foram o suficiente pra eu chorar e superar. Mas o vazio em meu coração e a saudade eram coisas que jamais curariam.


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