Mesa de Bar escrita por Surf


Capítulo 1
Capítulo 1 - Vamos tomar uma breja?


Notas iniciais do capítulo

Faz um bom tempo que não passo por aqui. Espero que gostem.



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Eram seis horas da manhã de um domingo ensolarado quando o despertador no quarto de Lucas começou a tocar. Acordado por um barulho ensurdecedor, escolha arbitrária devido a seu sono pesado, o garoto se levantou da cama para desligar o alarme. Coçou seus olhos castanhos e colocou seus óculos de armação quadrada. Dirigiu-se ao banheiro e foi até a privada para fazer o famoso xixi matinal.

Após sentir-se aliviado. Parou em frente à pia e se encarou no espelho. Sorriu ao reparar que sua pele continuava bronzeada, se sentia mais bonito desse modo. Arrumou seus cabelos pretos de forma que amenizassem sua testa, considerada por ele, grande demais. Seus óculos passavam uma impressão de intelectual, o que de certa forma o agradava. Considerava-se inteligente, mas não era do tipo esnobe sabe tudo.

Para um jovem de 18 anos, pode não ser muito normal estar acordado às 6 horas da manhã num fim de semana. Mas devido sua grande vontade de se tornar independente, estava disposto a regrar seus horários e parar de chegar atrasado nas aulas da faculdade. Afinal, estudar na Universidade do Estado de São Paulo não tinha um preço direto no bolso de seus pais, mas pesava indiretamente no orçamento de todos os cidadãos da região.

Dirigiu-se a cozinha e pegou a garrafa térmica cheia de café, diariamente feito com muito amor por sua mãe todas as noites. Despejou o líquido em sua caneca preta e dirigiu-se à sala onde ligou o aparelho de som, conectado ao celular via bluetooth, fazendo o ambiente ser preenchido pelo som de Igor de Carvalho.

Seu primeiro cigarro foi aceso neste mesmo momento. Agradeceu mentalmente por ter um bom lar onde pudesse aconchegar seus pulmões com a fumaça degradante do tabaco enrolado, acalmar seu espírito com a boa música passando por suas orelhas e apreciar um bom café todas as manhãs.

A manhã passou rápida assim que a última gota de café foi parar no estômago do garoto. Fez algumas leituras necessárias para algumas de suas aulas semanais, cortou suas unhas e deu uma olhada nas colunas do jornal que assinava para saber o que acontecia com a política nacional do país.

Após almoçar, Lucas pegou seu celular e procurou Isa em seus contatos.

— Alô?

— Oi Isa! Tudo bom?

— Tudo e você?

— Também. Tudo certo pra hoje?

— Sim! Assim que a Ana sair do vestibular a gente te avisa pra ir.

— Beleza então, vejo vocês no bar. Beijos.

— Beijos!

Lucas precisava escrever uma resenha para a aula de terça-feira, mas como todo bom jovem deixou a tarde se arrastar sem fazer nada deitado no sofá. Acordar cedo era a parte mais fácil de ser responsável. Eram 18 horas quando seu celular começou a tocar. A tela do aparelho mostrava que a ligação era de Ana.

— Alo?

— Oi Lucas, eu e a Isa já estamos prontas e você?

— Eu também! Em meia hora chego lá. – Ok, até daqui a pouco então! Beijos.

— Beijos.

Em breves cinco minutos, Lucas colocou uma camiseta preta e uma calça jeans e logo em seguida saiu de casa em direção ao metrô. Algumas estações e uma curta caminhada depois, o garoto avistou quatro pessoas sentadas em uma das mesas do bar que ficava na calçada da rua. Cumprimentou Ana, Isabela, Gabriel e Larissa e sentou-se na cadeira que restara.

— E aí, vamos tomar uma cerveja? – disse assim que sentou, já pedindo mais uma cerveja pro garçom

O bar ficava na esquina de duas ruas pouco movimentadas. Bom, ao menos seriam se aquele estabelecimento fornecedor de bebidas alcóolicas não existisse. Durante as noites dos finais de semana, o lugar ficava cheio de universitários sedentos por cerveja. O lugar fazia fama por conta do litrão barato, fazendo com que os jovens se aglomerassem nas ruas pela falta de mesas.

O garçom se aproximou da mesa com um litrão de cerveja.

— Gente, a mesa de vocês está muito perto da rua. Encostem ela na parede ou o bar vai receber uma multa. – disse ele colocando a garrafa na mesa

— Mas moço, quando a gente chegou essas mesas já estavam aqui. E não tem como colocar as duas mesas na parede. – disse Isabela

— Claro que da. É só pedir pra aquela mesa arrastar um pouquinho pro lado. – disse Gabriel

Um dos garotos da mesa ouviu a conversa e antes que alguém pudesse pedir, agitou seus colegas para dar um pouco de espaço para o outro grupo. Lucas fixou seus olhos nele. Um garoto de cabelos castanhos e lábios carnudos que pareciam muito bons de beijar. Um rostinho de inocente, mas feição de quem arranja confusão. Se enquadrava perfeitamente no garoto dos sonhos de Lucas.

Lucas e seus amigos agradeceram a turma ao lado assim que as mesas foram realocadas lado a lado. Após isso, o contato foi quebrado e cada grupo retornou a conversar entre eles.

— Gabriel, você paga de cético, mas eu sei que no fundo você esconde seus delírios piscianos. – disse Larissa fazendo com que toda a mesa risse

— De novo vocês com essa história de signos. – retrucou Gabriel – Eu já falei pra vocês que é tudo genérico.

— Você é um pisciano completamente chato, sabia disso? – respondeu Larissa

— Você está toda nervosinha hoje né Lari, nem parece libriana.

— Ana, me respeita! Eu sou super equilibrada. O Gabriel que é um estraga prazeres, alguém tira ele da mesa.

— Calmô pessoal! Vamos todos fumar um baseado e conhecer a paz de Jah. – disse Lucas pegando seu dixavador– Ana, faz uma piteira pra mim por favor?

— É por isso que aquarianos são pérolas no universo. – disse Larissa fazendo todos rirem novamente

Lucas começou a enrolar o cigarro de maconha na esperança de que, além de deixa-lo chapado, também fosse uma oportunidade para conversar com o garoto da mesa ao lado. Assim que ele terminou, colocou o baseado na boca e acendeu o isqueiro dando a primeira tragada e logo após passando para Ana.

— Ana, você acha que esse garoto do meu lado é gay? – cochichou Lucas

— Difícil. Mas acho que não. E você sabe que tem um péssimo gaydar.

— Merda. – retrucou o garoto

O baseado chegou novamente em Lucas, quando o garoto da mesa ao lado o cutucou.

— Ow, posso dar uns tragos? Um amigo meu já vai chegar com mais, mas ele ta demorando um pouco e eu to morrendo de vontade.

Por um momento o aquariano ficou sem reação, mas logo passou o baseado com gritos de comemoração em sua cabeça.

— Claro, pega aí.


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