Apocalipse Zumbi: diário dos sobreviventes escrita por BlackTwister


Capítulo 1
Prólogo: o início do fim




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Página 01

Não havia nada que nos avisasse sobre aquilo, apenas aconteceu, de uma hora pra outra tudo mudou, não tínhamos o que fazer, e nem sabíamos. Foi desesperador, botou medo em todos nós, foi uma experiência diferente de tudo... Muito difícil descrever aquilo, mas uma coisa sei, eu Gustavo, Jefferson e alguns amigos sobrevivemos a isso tudo!

E com a nossa sobrevivência, decidi que iria anotar tudo o que aconteceu conosco. Uma longa, boa e devastadora aventura, acho que estas palavras podem definir isso. Ocorreram vária tragédias ao decorrer de tudo, vários milagres também, mas isso é algo que vai ser esclarecer ao decorrer deste diário de sobrevivência.

 

Página 02

 SOBREVIVENTES

Gustavo, Jefferson, Jonathan, Eduardo, Nicolas, Dougliane, Caio, Pedro, Sabrina, Bruna, Clara, Larissa, Estela, Giovanna, Leticia e Camila

 

Página 03

Meu nome é Gustavo e estou prestes a escrever tudo o que aconteceu comigo, durante grandes e intermináveis seis meses, os maiores e piores. Tudo o que eu queria para o meu futuro, acabou, como um sonho fraco e frágil sem se realizar, na verdade todos os sonhos, de todas as pessoas acabaram, dando lugar a um pesadelo sombrio e terrivelmente interminável. O que eu vivi e ainda vivo não desejo a ninguém, mas o que adianta eu desejar... Se sei que isso já aconteceu, não importa o tanto que eu queira "tudo" já aconteceu.

Estávamos todos "bem" de certa forma, mesmo com tanta corrupção no governo, pessoas se sujeitando a cada vez mais assaltos, policiais sendo corrompidos por dinheiro... Tudo normal. Até que aquilo aconteceu. Eu sei de tudo que aconteceu tanto do meu lado, quanto do outro. Resolvi relatar tudo o ocorrido, pelo simples fato de querer desabafar, sem ninguém para isso, eu vou me abrir entre essas páginas, que carregarão todo meu sufoco, indignação, raiva, amor, rancor, carinho, fascinação pelo que vivi... Apenas para isso. Eu não vim até aqui sozinho, e estou agradecido por todos aqueles que tiveram coragem de encarar tudo isso comigo, com medo, mas mantivemos isso em segredo até mesmo de nós mesmos algumas vezes. Tudo isso, entre tudo o que aconteceu, houve partes em que agradeci por ter ocorrido. Partes pequenas, mais boas, umas das pausas da vida. Onde você pode desfrutar da imensidão de alegria, que é viver. Pena que eram poucos esses tempos. Vou começar desde o início, por onde tudo começou...
Nem me reconheço depois desses seis meses.

 

Página 04

23/07/2017

Eu estava no parque com minha família, era um dia especial realmente, já que era difícil sairmos. Sempre a mesma rotina. Eu tinha tirado a maior nota da sala, e isso foi um grande motivo de comemoração em minha família. Lá estava eu e meus irmãos andando pelo parque, pensando na melhor forma de gastar todas as fichas que minha mãe havia me dado. Meus outros dois irmãos: Caio e Hugo. Estavam frustrados por eu ter a nota mais alta, eles haviam reprovado duas vezes, e estavam na mesma sala que a minha, e pra minha não surpresa, eles tinham tirado as piores notas de toda a sala. E até mesmo de toda a escola. Como aqueles dois podiam ser meus irmãos, eles tinham 16 anos, eram gêmeos, musculosos. Seus corpos já eram de homens formados. Andavam a meu lado me empurrando, e me enchendo de deboches. Sempre se irritavam, quando eu conseguia fazer algo que eles não.

Mesmo eu sendo mais novo, mais fraco a suas vistas, ainda podia contar com minha inteligência sendo superior a deles. já que eles quanto a inteligência mais se a pareciam neandertais. Agora imagine. meu pai dava tudo à eles, apenas pelo fato de eles serem melhor nos esportes. Meu pai nunca havia movido uma palha pra mim, nem mesmo me dado apoio quando precisei. Por isso minha mãe vendo tudo, me botou entre sua proteção. Qualquer coisa que acontecia, ela me protegia, pelo simples fato de ela saber que se ela não me protegesse ninguém iria. Eu era o excluído da família em tudo, e não esperava menos que isso todos tinham uma raiva por mim, que eu não conseguia compreender. Nunca havia feito nada de errado pra tal raiva em mim, mas aceitava. Afinal não havia o que fazer quanto a isso.

No parque eu até tinha mais fichas que meus irmãos, mas cada vez que andávamos, eles retiravam uma de minhas mãos. E eu não podia fazer nada eles eram mais altos, mais fortes. Não tinha como eu ir contra eles. Quando vi estava com metade das fichas que minha mãe havia comprado pra mim, depois de ver que meu pai comprou apenas pros meus irmãos. Era o suficiente pra me divertir por um tempo, nunca tinha ido a um parque e aquilo tudo pra mim era tão diferente, tinha muitas pessoas e isso me deixava ainda mais contente, mesmo com deboches de meus irmãos a cada minuto que passava.

Ao longe vi uma garota bem linda, seus cabelos cacheados e marrons. Aquela menina era diferente estava brigando com o guarda. Eu não sabia exatamente o porquê, mas não podia ver tal situação sem fazer nada. Eu parei no caminho, e meus irmãos como era de se esperar não pararam, apenas prosseguirão o caminho. Me arrisco até a dizer que estavam felizes por eu não está ao lado deles. Enquanto eu olhava aquela moça mais de perto atrás de uma banca que havia ali, por sinal bem suja. Dava pra vê-la bem, a cor de seus olhos castanhos, seu cabelo cacheado marrom, sua roupa estava um pouco suja de poeira, e dava de perceber que sua cara estava totalmente fechada, não olhava diretamente para o guarda, quando ele a olhava, ela desviava o olhar para outro lado. Não demorou muito para que o guarda pegasse seu pulso com muita firmeza, que até dali eu conseguia sentir o quanta raiva aquele guarda estava a sentir da menina, ele a olhava com um olhar de perversão, eu conseguia ver dali ele a olhava e lambia os lábios. E ela tentava tirar sua mão, empurrando o braço do homem para trás, mas ele era bem mais forte que ela, e não a retiraria.

A garota era muito linda, isso indicava por que o guarda estava tão interessado nela. Ele a puxou para um lado mais escuro do parque, sem que ninguém percebesse, mas eu estava ali a olhar, e o seguia. Percebi que ele estava prestes a tirar sua calça. O homem era alto, magro, com a cara meio carrancuda. Antes que ele pudesse fazer algo contra a moça, em uma fração de segundo, eu estava indo em direção ao guarda. Que me olhava com uma cara de espanto, já que ele pensava que era o único ali, além da moça óbvio.

Eu estava com um medo horrível daquele homem, via-me sozinho apenas eu, ele e a garota no meio do nada um pouco longe do parque. lá mais parecia um terreno baldio, sem nenhuma árvore, só havia lugares com água empoçada, ratos, lixos... Aquele lugar me dava realmente calafrios, ainda mais pela situação que eu me encontrava. O que eu tinha pensado? Eu era tão idiota, a ponto de arriscar minha pele por uma garota que nunca havia visto antes? Mas meus pés, se lançaram a frente involuntariamente. Meu consciente sabia o que iria acontecer ali e eu não ia aguentar ver aquela cena, e não fazer nada. Mesmo ele sendo o dobro mais alto, mais forte, e até com um cassetete em sua cintura. Que me deixava ainda mais fraco naquela situação. Pensei em correr dali e ir buscar ajuda em um momento, mas se eu fizesse seria uma perda de tempo. O guarda não deixaria eu sair dali ileso. Quando percebi, ele estava me perguntado algo.

"O que acha que faz aqui garoto?" ele disse com a mão já, em seu cassetete. Já era tarde. Estava enrascado até o último fio do meu cabelo.

"Eu vim por..." falei com a voz trêmula com medo e pude perceber que o guarda também notou isso, já que depois ele levantou a voz ainda mais alto contra mim.

"Você está para experimentar o meu cassetete em sua cara." Falou já com o cassetete em mão, mandando-o em minha direção. Congelei por um momento, mas me lembrei daquela garota. E com um golpe de sorte me desviei.

O guarda era mais lento do que eu, por causa de seu tamanho. Eu corri. E puxei a moça, enquanto corríamos em direção ao parque. E o guarda nos seguindo. Por sorte ele não nos alcançou a tempo, e lá estávamos, eu e ela, correndo entre as bancas e os brinquedos do parque. Quando percebemos que já tínhamos saído da vista daquele homem grotesco e nojento. Ela tirou rapidamente sua mão da minha, que estava segurando fortemente por sinal, enquanto corríamos. Parados ali. Ofegantes, depois de tanto correr.

Nunca pensei que poderia correr tanto em minha vida. Até pensei que quando terminasse aquilo tudo poderia entrar pro grupo de atletas de minha escola. Pensei que ela me agradeceria, pelo que eu tinha feito a pouco. Salvado sua vida. Já que obviamente depois de estupra-la, ele com certeza iria matá-la para não deixar que ninguém descobrisse. E depois desse ato iria joga-la em algum lugar ali perto, sem que ninguém soubesse... Além do fato de ter arriscado a minha vida, pra isso não acontecer. Mesmo ela ofegante, cansada, cheia de suor. Eu podia ver seus olhos tão claros, que refletiam por causa das luzes do parque. Eles eram marrons, mas uma cor tão diferente. Nunca tinha visto algo assim. Ela era tão linda, e me olhava rapidamente, e depois desviava o olhar para o chão. Foi então que ela falou algo, quebrando todo o silêncio que havia ali, além de nossas respirações profundas.

"Meu nome é Sabrina prazer..." ela disse com uma voz fraca, por causa de sua respiração.

"prazer... É o meu... É... Bem... O meu nome é Gustavo." Minha voz tremia e automaticamente fiquei com o rosto vermelho. Como eu podia ter tanta vergonha naquele momento? Não sabia como agir diante daquela garota, ela simplesmente me tirava as palavras. Só conseguia ficar olhando sua beleza. Ela era uma das meninas mais lindas que já vi. Ela riu.

"Você é engraçado." com um sorriso. O mais lindo que já havia visto. "Obrigado por ter me ajudado. se não fosse por você. Certamente, agora eu estaria... Bem obrigado." com um sorriso em seu rosto tão grande, que eu podia sentir como ela estava agradecida. Fiquei pensando. Aquilo certamente, valeu a pena. Mesmo eu arriscando minha vida. A ponto de ser lixado por aquele guarda. Mas só de ver aquele sorriso.

Pude ver como tudo valeu a pena. Ela se virou e saiu lentamente olhando para os lados. "Obrigado" ela disse baixo, com a cabeça baixa, mas consegui ouvir. "De nada" foi só o que consegui falar. E ainda baixo o suficiente pra ela não escutar, já que estava indo embora rapidamente, tropeçando nas pessoas que estavam no parque. Enquanto eu voltava pra onde meus irmãos. Pesando em tudo que tinha acontecido. Por que eu deixei ela ir? Ela era tão linda. A menina mais linda que eu já conheci. Quando cheguei em meus irmãos percebi que já estávamos para voltar pra casa, era muito tarde. Tinha ocupado a maior parte do tempo, com aquela garota, mas não me arrependia disso. Quantas vezes eu poderia encontrar uma menina igual a ela? Isso me deixou bastante feliz, por conhece-la, porém triste por ter perdido muito tempo, e não pude aproveitar o parque. Depois de alguns minutos, meus pais estavam na porta acenando pra gente, logo vi que era hora de ir.

Chegando em casa. Fui logo para o quarto. Fiquei a noite toda pensando naquela menina. Ela dizendo seu nome dava voltas em minha cabeça. Sabrina. Não demorou muito pra mim dormi. Afinal estava cansado daquele dia, de ter corrido tanto com a garota, por ter aproveitado aquela roda gigante. Fiquei surpreso por andar nela várias vezes, era o único brinquedo que estava em melhor condição de uso. 

Tudo estava pra mudar em horas, aquele dia. Foi apenas um dia bom pra ficar na lembrança. 


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e tenham apreciado a leitura... será bem-vinda críticas construtivas e sugestões, claro e não se esqueça de comentar isso irá me inspirar e motivar a continuar esse livro. Obrigado se você chegou até aqui. ;)



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