Nossa Sina escrita por Melinda Nichols


Capítulo 1
Único.


Notas iniciais do capítulo

Olá, decidi vir com esta pequena história justamente por ser pequena (pois ainda tenho um projeto mais longo para ser concluído) e não gastar muito tempo, apesar da dedicação ainda ser a mesma. Espero que aproveitem!



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Há muito eu havia conhecido a garota dos olhos verdes e bochechas tão róseas quanto suas compridas madeixas; no primeiro momento em que nossos olhos se cruzaram ela tinha um lindo sorriso nos lábios pintados de vermelho. O mesmo tom do vestido que costumeiramente cobria a pele pálida e macia que sempre adorei sentir sob meus dedos.

Olhar para ela era como estar presente em um dia de sol: caloroso e agradável, aquele era um de seus muitos encantos. Sua voz possuía firmeza de modo que sempre impôs sua presença, diferente de mim, que aconchegada era por passar desapercebida. Entretanto, ela sempre me dizia como meus olhos eram enigmáticos ou como meus cabelos lembravam-na a uma noite estrelada.

Nunca sequer cogitei reconhecer a beleza em mim, mas passei a me sentir incontestavelmente bela quando acabei por tê-la tão intimamente. O primeiro toque de nossos lábios fora comedido e carregado de uma culpa entre duas pessoas pecadoras; a primeira incriminação havia sido a imposta pela sociedade: éramos duas mulheres, a segunda era inteiramente minha como uma mulher casada.

Para mim era como subir aos céus e tocar o inferno toda vez que dedilhava suas curvas, morrer em deleite toda vez que provava de seu gosto acentuado e feminino, estar em um concerto musical sempre que ouvia seus suspiros e gemidos. Mas o torpor sempre se perdia quando as horas passavam e, frente ao meu marido, precisávamos voltar a ser grandes amigas de infância. Até o dia em que estivemos envolvidas demais para parar e nenhuma de nós se importou com as consequências.

Nos amamos intensamente como se pressentíssemos que seria a última vez, nos agarramos e suamos juntas, fizemos juras que jamais teríamos ousado fazer e meu marido chegou em posse de seu distintivo e arma que a profissão lhe dava direito; descarregou o revolver no peito da minha garota e nas minhas costas. Os tiros não doeram tanto quanto ver a vida abandonar as esmeraldas que eram seus olhos e de repente ela já não era mais como um dia de sol, pois aquela havia sido a nossa sina: amar demais.


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Notas finais do capítulo

Olá novamente, foi breve não é mesmo? Mas, espero ter conseguido transpassar os sentimentos da trama. ^^



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