Jhonatan não entendia que espécie de motivo idiota fazia com que sua mãe estivesse carregando um colchão para seu quarto, mas ela estava. Se levantou, ajudando ela a carregar o colchão e encostando-o sobre sua cama.

—Mãe, pela milésima sétima vez: não vamos precisar de outro colchão. —falou já impaciente, havia repetido isso o dia todo e nada dela entender.

—Claro que vão, Jhony! —ela replicou, seus lábios se abriam em um sorriso animado. —Afinal de contas, o Henrique vem para cá.

—Exatamente, mãe. Mas o Henrique é uma pessoa só, o que quer dizer que nós dois podemos tranquilamente dividir minha cama, caberiam umas três pessoas nela. —insistiu de novo, tinha uma cama de casal, não precisava de um colchão extra. 

—Você sabe como são os garotos na sua idade, cheios de drama e masculinidade frágil. —comentou revirando os olhos. —Pode ser que ele fique desconfortável de dormir na mesma cama que você.

Ah, sua mãe definitivamente não conhecia Henrique, nem um pouquinho mesmo. Viu ela sair do quarto e suspirou mal humorado, aquele colchão certamente traria a tona o lado mais cruel do outro garoto, e ele se recusaria a dividir a cama consigo com alguma desculpa como "sua mãe se deu ao trabalho de arranjar um colchão para mim, e eu vou usar ele".

Mas no fim das contas, Jhonatan não queria saber! Se fosse preciso iria dormir apertado naquele colchão de solteiro, mas iria dormir ao lado de Henrique.