P.O.V. Ness.

A festa ontem foi muito louca. O ponche tava batizado, tinha mais álcool do que ponche e barris de cerveja, eu só me lembro do começo da festa.

Acordei com o sol na cara e uma dor de cabeça horrível. A primeira coisa que aconteceu a seguir foi eu sentir cheiro de perfume masculino.

Eu olhei em volta e estava num quarto de homem, a cama de mogno, os lençóis de seda brancos, os quadros nas paredes e eu comecei a entrar em pânico.

Eu levantei e vi a mancha de sangue no lençol branco.

—Não. Não.

As minhas partes íntimas estavam sangrando e com certeza não era menstruação.

—Bom dia linda.

Eu não conseguia responder. O meu cérebro estava dando pau.

—Renesmee?

—Eu não lembro de nada. Não foi assim que eu sonhei a que a minha primeira vez fosse.

—A sua... sua primeira vez? Você nunca tinha...

Eu neguei com a cabeça. 

—Porque você não me disse?

—Eu sei lá! Eu tava bêbada! Eu nem lembro o que aconteceu! Eu não senti nada! Nem dor, nem prazer nem nada! Eu vou... vou pra casa.

Eu vesti a minha roupa de volta e sai. Eu tava entorpecida e o cenário ao meu redor não ajudava. Tinha gente dormindo pra todos os lados, poças de vômito, pessoas dormindo no chão. 

Quando eu cheguei em casa eu me enfiei embaixo do chuveiro e fiquei repetindo pra mim mesma:

—Tudo acontece por uma razão. Existe um propósito para tudo o que Deus cria.

Passou-se algumas semanas e eu descobri. Descobri o propósito.

Eu fiz o teste de sangue no hospital e o médico me deu a notícia que eu pensei que jamais ouviria.

Eu peguei o exame e fui até a residência dos Mikaelson. Eu respirei fundo e toquei a campainha.

Esperei e atenderam a porta.

—E a que devo a honra da sua presença?

—Eu vim falar com o Elijah.

—Me acompanhe por favor.

Eu fiquei de prontidão, depois do ataque no baile.

—Elijah, duplicata. Duplicata, Elijah.

Eu olhei pra ele com cara feia.

—Renesmee. Você está bem?

—Estou. Estou melhor do que bem na verdade. É melhor você sentar.

—Porque?

—Porque eu comecei a passar mal a algumas semanas e eu fui ao hospital hoje.

—E você está bem?

—Eu to grávida. E é teu. 

—É meu?

—Você foi o único cara com quem eu dormi na vida e por tanto eu posso garantir. É teu.

—Você tem certeza de que não é um engano?

—Quando eu fiz o teste da farmácia eu pensei que fosse por isso que eu fui no hospital! E olha só, não é engano não. Ta escrito ai no papel.

Ele praticamente tomou o papel da minha mão e quando leu o que tava escrito lá falou:

—Impossível.

—É. Foi o que eu pensei.

—Você não pode estar caindo nessa Elijah. Vampiros não podem procriar.

—Mas, eu não sou totalmente vampira. Eu sou meio bruxa.

—O que ta acontecendo? Porque essas caras? Parece que estourou uma bomba.

—É porque estourou. A sua amiga duplicata ta grávida do nosso irmão.

—Você tá atrás de dinheiro!

—Não Rebekah. Eu to falando a verdade.

—Sim. É verdade.

—É?

—Rebekah, escuta.

P.O.V. Rebekah.

Deu pra ouvir direitinho o coração do bebê batendo. E o coração com certeza não era um coração humano.

—Puta que pariu!

—Acredita em mim agora?

—Sim. Acredito.

Eu nem sei como isso é possível, mas se a Caroline conseguiu engravidar do Nik porque a Ness não poderia ficar grávida do Elijah?

—A nossa teoria do lobisomem foi pelo ralo hoje.

—Teoria do lobisomem?

—Nós achávamos que o Nik conseguiu engravidar a Hayley e a Caroline porque ele é metade lobisomem, mas isso agora se provou falso. Já que o Elijah não é meio lobisomem e ele te engravidou.

—Tudo bem. E o que acontece agora?

—Agora você é o membro mais importante dessa família que precisa de um lar.

—Você falando desse jeito parece que eu to esperando o filho de Deus. Tudo bem que eu pensei que nunca teria um filho, tipo nunca mesmo. Eu tava pensando em dar um chá de bebê. Tenho que contar para os meus pais que estou grávida.

P.O.V. Bella.

O telefone tocou e eu atendi.

—Alô?

—Oi mãe.

—Porque esse oi mãe? O que foi que você aprontou?

—Eu... eu... bom eu... eu vou ter um bebê!

Disse ela um tanto em pânico.

—O que? Isso é alguma pegadinha ou algum trabalho de escola?

—Não mãe, eu vou ter um bebê. Um bebê de verdade, que vive, respira e faz cocô.

—Como? Como aconteceu?

—Eu fiquei bêbada e perdi a minha virgindade e eu vou ter um bebê.

—Ao menos sabe quem é o pai?!

—Quem é o pai de quem?

—Agora não Emmett!

—Ai que estresse.

—Responde!

—Sei.

—E o pai já sabe?

—Sabe.

—E o que ele disse?

—Ele vai assumir o bebê. Como explodiram a minha casa eu to morando com ele.

—Explodiram a sua casa?!

—É. Comigo dentro, mas eu to legal.

—Com você dentro?! E quem explodiu a sua casa?

—Klaus Mikaelson.

—E quem é o pai do bebê?

—Elijah Mikaelson.

—Se ta tirando uma onda com a minha cara, certo?!

—Não. Ele é que é o pai.

—Ele está ai?

—Está.

—Coloca ele no telefone.

P.O.V. Elijah.

Ela estendeu o telefone pra mim chorando e tremendo e disse:

—É pra você.

—Quem é?

—Minha mãe.

—Alô.

—É o Elijah Mikaelson?

—Sou eu mesmo senhora Cullen.

—Então, você desvirginou e engravidou a minha filhinha? Bonito ein? Se aproveitando da inocência dela!

—Eu lhe prometo que não faltará nada a ela ou á criança. Nenhum mal lhes acontecerá, eu não permitirei.

—E tu acha que eu ainda acredito em papai noel?! Todo mundo sabe que tua palavra não vale nada! Quando eu chegar ai se ela tiver com um fio de cabelo fora do lugar nós vamos sair na porrada!

—Desligou. A sua mãe é um amor.

—Olha o que fala da minha mãe!

—Tudo bem. Eu me rendo. Mas, como pode Cassie Blake ser sua prima?

—Ela não é minha prima. Ela é filha de um dos descendentes vivos do pai do meu pai. Ela e a Di. Mas, pra descomplicar somos primas.

—E quem é o pai do seu pai? 

—O pai biológico do meu pai é Francis Balcoin. O senhor Masen sempre soube que o meu pai não era filho dele, mas ele amava muito a minha vó e decidiu que ia ser o pai do meu pai. Ele admirava a honestidade dela, porque mesmo correndo risco de virar mãe solteira e ser envergonhada perante a sociedade ela contou a verdade pro vô Anthony. O casamento deles foi arranjado, minha mãe amava o Francis, mas aprendeu a amar o vô Anthony.

—E o seu pai sabe sobre isso?

—Ele sabe. Ele só descobriu depois que a vó Lizzie morreu, ela contou pro vô Carslile e pediu pra ele contar pro meu pai depois que salvasse ele. Mas, pra todos os efeitos ele é filho de Anthony Masen. Francis Balcoin não significa nada pra ele. É apenas um nome.

De repente tocaram a campainha.

—Puts!

—Porque essa reação?

Tocaram a campainha de novo e de novo. Tocaram a campainha furiosamente.

—Vou atender antes que ela arrombe a porta.

Renesmee abriu a porta e disse:

—Oi mãe.

A belíssima mulher começou a analisar a filha de cima a baixo.

—Eu to bem mãe.

—Ainda bem né. Vem cá bebê!

Ela puxou a filha para perto. Dando lhe um abraço.

—Eu vou mandar prepararem um quarto para a senhora.

—O único jeito que eu vou ficar sob o mesmo teto que você é se eu tiver num caixão! 

—Mãe, olha o barraco mãe.

—A outra morreu minha filha! Cortaram a garganta dela! Essa gente vive para destruir.

—Eu não gostei da sua mãe.

—Ótimo. Porque eu também não gosto de você! Devo começar a recitar a lista de vítimas?

—Mamãe, por favor.

—Como queira. Tatia, Elena, Katerina, essa tal dessa Hayley, Genevieve, Ester, o filho do governador, a bruxa Davina, Tim, Jenna, Monique e Sophie Deverroux.

—Mamãe, ele não vai me machucar.

—Não enquanto estiver grávida, mas e depois? Mikaelson retribuem amizade e confiança com traição e morte é fato científico! Querida, você caiu no conto do vigário.

—Eu sou telepata mãe! Eu sou vidente, eu posso prever cada movimento deles antes que eles o façam!

—Mas, não previu o incêndio!

—Mãe, você tá surtando.

—E não era pra estar?! Vai pra onde quer que estejam te mantendo, faça suas malas porque você vai pra casa com a gente.

—Não.

—Não?

—Eu sou mais poderosa do que você! Eu fico onde eu quiser, quando eu quiser e com quem eu quiser!

A senhora Cullen foi arremessada longe.

—Como disse aquele carinha que eu não lembro o nome, diga ao povo que fico!

—Foi o Dom Pedro I.

—Querida, o seu nariz está sangrando.

Disse a mãe que já havia se recuperado do ataque. Então ela caiu desmaiada.

—A minha filhinha! Eu culpo você.

Nós corremos com ela para o hospital, mas os médicos não encontraram nada fisicamente errado com ela.

—O que ela tem doutor?

—Nada. Não há causa física para o desmaio, ela pode ter ficado estressada ou exausta.

—Será que eu posso examiná-la?

—E você é médico?

—Sou sim Doutor. Aqui o meu CRM.

—Tudo bem.

O Doutor a examinou e chegou a uma conclusão que nenhum outro médico chegaria.

—É a criança. Ela viu Bella como uma ameaça, uma presença hostil e usou de seus poderes que nos são desconhecidos para tentar defender a si mesma e a mãe. Mas, como ela está dentro do corpo de Renesmee acabou atacando a própria mãe. Minha neta já está se recuperando e estará nova em folha em algumas horas.