Ressurgindo. escrita por Svartrose


Capítulo 1
O prelúdio do fim.


Notas iniciais do capítulo

Estou nervosa mas bora kkkkk

Boa Leitura! ♥

Desculpa os erros.

Espero que gostem ♥

Historia editada.



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"Se isso é para terminar num incêndio 

Então, deveríamos nos queimar juntos 

Veja as chamas subirem bem alto à noite 

Chamando o pai, oh, ficamos aqui e nós iremos 

Ver as chamas queimarem e queimarem

                                  A encosta da montanha"

I See Fire

 

 

 

A roupa não era algo que atrapalhava a caminhada curta da jovem, o vestido longo, cobria seus pés, mas o tecido era leve e estava acostumada, por entre as pessoas da vila, que por ventura estava em movimento, a cabeça levemente abaixada e os olhos vez ou outra buscando o chão, conversas e burburinhos baixo, alimentos e barulhos de pés e cascos de cavalos entonavam ao redor do comercio livre e dentro dele também afinal. Em seu braço esquerdo, suspendendo uma cesta com alguns vegetais que levaria para casa, se distanciava do centro, buscando pelas ruelas estreitas o caminho para o lar. Não tardava para chegar ao casebre onde vivia com sua família, seus pais e seus três irmãos, era a terceira filha do casal. Era uma moça que possuía 16 outonos, a pele branca, o cabelo acastanhado juntamente com os olhos um tom mais escuro que os fios, faziam um contraste bonito no rosto, sobrancelhas castanhas em um leve arco em seu final e a boca desenhada de forma pequena a deixavam mais delicada, porém sua personalidade um contraste, era forte, determinada.

—Achei que demoraria mais.

Virou a cabeça em direção da voz de seu irmão caçula que adentrava a cozinha, ainda abaixada sobre seus pés no solo para alcançar a parte de baixo do armário rustico de madeira, onde estava guardando os alimentos.

—Não tinha muito o que fazer por lá hoje.

Se levantando, arrumando o vestido com a mão esquerda esticando o tecido, e com a direita usou para alcançar a cesta, dobrando um pouco os joelhos para alcança-la, exterminou a distância entre ela e seu irmão, colocando a mão livre no ombro de Daw, guiando os passos para o compartimento onde seus pais e outros irmãos estavam, que era ligado a cozinha, em um estilo de sala para receber visitas.

A casa em que viviam era rustica, trabalha em madeira de boa qualidade para aguentar chuvas torrenciais e ventos, sem muitos adornos, porém sua mãe não abria a mão de ter um jardim apresentável e magnifico era um passa tempo dela com os filhos. Acomodou-se no chão, entre Didacus, o primeiro filho, e Cataline, a segunda filha, seus pais, Blazh e Elena estavam no solo também, sentados de forma confortável, Daw estava ao lado da mãe, o círculo estava completo. As luzes das velas iluminavam o suficiente o ambiente e estavam espalhadas pela casa mantidas em segurança por uma espécie de lampião trabalhado em vidros e ferros escuros, o sol já tinha cedido lugar a uma lua minguante brilhante no topo do céu.

—A história de hoje, vai ser um pouquinho diferente. –A voz de Blazh se fez presente, a curiosidade e adrenalina correu nas veias dos mais novos ali, enquanto a voz do pai retornou a soar pela sala.

—Em um vilarejo distante, uma família vivia com seus dois filhos, uma família comum de agricultores, mas ligados por laços e segredos que ninguém suspeitava, e nem podiam pela própria segurança. Um mal se assolou da vila, como se fosse ocasionado por magia, animais começaram a morrer, plantas e flores aparentavam doenças, o vento trazia um zumbido diferente, um frio mais constante e um cheiro mais mórbido. O primeiro ataque mais certeiro veio em forma de uma tempestade ventos, raios e trovões soaram por cada tabua de cada casa de lá. O segundo tomou forma como uma seca, os dois rios que abastecia a vila, secaram tão rápidos como o sol cede seu lugar a lua em um entardecer. O terceiro, veio como fogo, em pequenas chamas, até devastar cada casa, as famílias que conseguiram se salvar, perderam tudo, a vila prospera não passava mais de uma vila em cinzas agora. 

Os que restaram, um grupo com um total de 25 pessoas, saíram em peregrinação para uma outra vila vizinha, ao norte de onde uma vez residiram. Deixaram para trás, lembranças, casas, uma vida que conheciam, muitos deixaram seus entes amados por lá já que faleceram. Um total de um dia e meio de viagem, e as primeiras casas foram vistas um suspiro coletivo de graças foi emitido. Eles se reuniram na praça, os moradores nativos do vilarejo, após ouvirem os relatos e o pedido de auxilio, cederam. Algumas famílias acolheram o máximo que podia de pessoas em suas casas, e a vida aparentemente seguia. Meses se passaram, anos venceram e uma explicação nunca foi encontrada, os moradores não retornaram, permaneceram na vila que agora chamavam de lar. Então, a calmaria começou a ceder, quando os primeiros animais mortos apareceram, as plantas e flores perderam a vitalidade aos poucos, e foi quando o vento mudou que perceberam definitivamente, o mal ainda persistia ao redor dali. Os moradores da antiga vila reconheceram os sinais e informaram os nativos.

No dia seguinte um mensageiro chegou, vindo do sul, onde informou que algumas vilas do sul, sudeste e noroeste tinham pegado fogo. Os sinais eram os mesmos, animais mortos, flores e plantas não possuíam a mesma vida, o vento mudara, então a tempestade, uma seca rigorosa e por fim o fogo que ninguém sabia de onde começava mas terminava do mesmo modo. Temeram, por suas vidas, por suas famílias, por seu lar. Tinha uma família ali, aquela, a família agricultora com dois filhos, conectaram os fatos e os padrões, e se assustaram na conclusão que chegaram, eles conheciam aquilo afinal, porém era algo que eles não queriam ter o conhecimento, fizeram força por todos esses anos para esquecer sobre, mas aparentemente nada pode ser esquecido para sempre. Era magia, provinda de seres da natureza que odiavam o avanço da civilização através dos séculos e sempre tentaram para-la.

Na mesma noite, enquanto a família jantava, o filho mais velho sugeriu que lutassem, podiam ir atrás da coisa e matá-la, foi apoiado por sua irmã mais nova, sua mãe o reprovou e seu pai se preocupou, os jovens sempre tiveram um espirito de aventura, é isso é fascinante, mas esse mesmo espirito pode levar muitos a morte. Após conversas, o dia amanheceu e o plano estava feito, durante o dia os moradores da vila se reuniram em uma taberna, e foi exposto os pontos de vista, verdades foram ditas por forças maiores, no fim da tarde, chegaram em um acordo, uma parte do bar estava destruída por algumas brigas, mas estava tudo bem por agora.

 Mãe e a filha, juntamente com as demais mulheres e crianças da vila, iriam para o mais distante dali, enquanto os homens e uma dúzia de mulheres corajosas guerreiras iria caçar o que estava matando tantas vilas. A tempestade veio, e logo após ela, deram o início a busca pela sobrevivência. A seca assolou todos, parecia que estava acompanhado cada passo dado deles, isso era frustrante, as mulheres não levantaram acampamento em nenhum momento, já os homens e as poucas mulheres que levantariam a espada continuaram pelos arredores da vila, seguindo qualquer pista que podiam conseguir, foram subdivididas em pequenos grupos para isso. Agora restava somente a terceira parte, o fogo. Durante a noite, o que veio, foi uma criatura, seus olhos verdes vivos transmitiam fúria. Ela se sentiu desafiada por aqueles humanos que julgava ser inferiores, estavam na praça os humanos a cercaram, a criatura era alta, passava dos dois metros e tinham uma escuridão a rodeando, como se fosse uma manta sobre seu corpo, os defensores estavam com as lanças e espadas cortando o ar, em cada olhar um sentimento pesava, raiva pela destruição e morte que a criatura levou a cada canto. Em um movimento de mãos provinda da maldade em aspecto humano as casas se incendiaram, foi a deixa para avançarem sobre ela. Passos, gritos, metais se chocando, eram ouvidos, ela era forte demais para os humanos.

Pai e filho, por fim abaixaram as armas, o céu escureceu e a lua começava a brilhar, o ar e atmosfera mudou de uma forma mais drástica, a morte ficou mais evidente pelo ar que ali cortava, eles se afastaram do grupo as armas caíram no chão, temeram pois não podiam controlar-se e sentiam que algo estava mais do que errado naquela lua que surgiu aos céus.

Algumas pessoas já tinham morrido e estavam caídas pela praça, sangue corria por ali, pai e filho sentiram o controle esvaziar-se de suas consciências, tentaram avisar aos demais ou até acharem uma rota de fuga para longe dali, longe de inocentes, porém as garras rescenderam contra a pele das mãos, os dentes se tornaram maiores e mais mortais, os ossos saíram do lugar e se desenvolveram, quebrando-se em alguns processos, retornando novamente ao seu lugar, pelos cresceram de forma rápida como uma armadura revestindo um corpo, os olhos mudaram, agora eram de um vermelho alaranjado que trazia a frieza e inconsciência de seus atos, rosnados emitidos serviram de alerta pois a morte de uma forma mais efetiva estava presente ali, por um minuto todos pararam, levando os olhos aos lobisomens transformados que ninguém notara que acontecia, os humanos sabiam sobre eles, mas ainda sim temeram, era de conhecimento que na transformação perdia-se a consciência humana, em instinto, eles se afastaram, recolhendo-se as margens do local, sem fazerem alarde, aproveitaram que as três criaturas estavam com a atenção voltada entre si mesmos.

Um passo foi dado, logo a briga começou, era uma mistura de sangue, gritos animalescos e rosnados que traziam eco de morte, tempos depois, os três estavam em estados debilitados, uma jovem aproveitou o momento de desconcertamento das criaturas que se olhavam de forma intensa buscando onde acertar o golpe final, manejou a espada saiu de seu lugar na escuridão, sentiu braços a agarrarem, mas se desvinculou deles, passos leves, alcançou a adaga em sua cintura, chegando por trás, manejou a espada e a lamina cortou o ar e o pescoço da criatura, a cabeça caiu, a adaga adentrou no corpo logo depois, sendo girada em 360 graus na altura que jugava ser o coração da criatura mística, o corpo caiu aos seus pés, quando seus olhos negros encontraram os dois pares de olhos vermelhos alaranjados a dez passos, soltou a espada, em baque mudo a lamina encontrou o chão, seu instinto dizia para correr, e foi o que fez, correu. Aproveitou o fogo que estava pela cidade para afastar os lobisomens, estes por fim saíram da vila.

No grupo das mulheres que buscavam refugio, a mãe e a filha que lideravam também tinham se afastado do grupo, que levaram para fora da confusão, mais cedo, com a ajuda das demais mulheres, cercaram com lenhas e atiçaram fogo ao redor do acampamento, era para a segurança de todas. Já longes suficientes perderam a consciência humana, e a aparência fora tomada por suas formas animais, eles eram uma família de lobisomens, e naquela noite, retornaram de forma inconsciente ao primeiro lar, na antiga vila onde moravam, rosnados cortaram a noite, no céu a lua brilhou mais ainda.

A criatura que antes dizimou vilas, famílias inteiras, estava morta. A lua que exerceu poder sobre aqueles lobisomens, é a mesma que subirá ao céu amanhã.—Fez uma pausa, esticando as pernas ocasionando um curto e seco estralo nos ossos. E retomou a fala em seguida. 

— A lua de sangue, lua azul e Super lua,  por isso quero todos em casa bem antes do entardecer, iremos sair da vila, eles farão o círculo de fogo para evitar que fazemos algo ruim por aqui.

—É verdadeira? A história? – Questionou Maria, enquanto se levantavam do chão, juntamente com a família.

Daw esboçava uma cara de sono. Seu pai a olhou e deu nos ombros.

—Somos lobisomens, então creio que há grandes chances de ser verdadeira, a lenda menciona que esse tipo de lua sobe ao céus a cada 100 anos. –Ele sorriu e Maria acompanhou nesse gesto, naquela noite todos obtiveram um sono tranquilo, mas a história rondava a mente dos jovens ainda pela manhã.

O fato e, talvez isso tenha sido um erro emergido pela inocência humana, é que ninguém se apegou que aquele acontecimento da lua, influencia não somente aos lobisomens, mas ela também influenciaria outros seres que a humanidade nem sequer julgava conhecer. Ainda mais uma lua como aquela, que reunia três eventos, Super lua, lua de sangue e a lua azul, quando a criatura começou a dizimar as vilas não era movida somente pelo ódio a humanidade, tinha um rito mais antigo que a própria criatura, que dizia em uma língua mais antiga que a própria humanidade: "Quando a Lua mais forte subir aos céus, feitiços poderão ser feitos, sacrifícios serão realizados, é aquele que conseguir completar o ciclo, viverá de forma eterna, para isso deverá levar água, seca e fogo, e por fim perecerá, para então ressurgir em 100 anos, pois o fenômeno lunar que rege as magias profundas do rito brilhará no alto dos céu a cada 100 anos. Então morrerá em algo centenário para ressurgir um centenário depois. O centenário que trará morte, caos, destruição e ate vida se for utilizado para o bem."

As vilas carbonizadas, todas as pessoas e animais que residiam ali reduzidas a cinza, eram o sacrifício, a tempestade, a seca e o fogo eram as ultimas etapas. Então o último golpe foi dado na praça, quando a jovem aproveitou uma oportunidade muito bem vista para findar a vida daquele ser, permitiu que a eternidade fosse vivida. A história não mencionara, mas no outro dia, quando os moradores rondavam pelo vilarejo, procuravam não só restaurar as casas perdidas e suas vidas mas também um corpo degolado do ser místico que deveria estar na praça, deveria mas não estava, nem cinzas dele foram encontradas, resquícios nem nada, era como se nunca  ele estivesse existido, sumiu como magia. 

Quando o dia amanheceu para a família de lobisomens, seguiu aparentemente normal, até o horário do entardecer, quando Elena retornou para o lar, tinha ido ver uma amiga que estava nos meses finais de gestação e aparentava ter mais atenção e requerendo mais cuidados, e aproveitou para passar no comercio a procura de tecidos, com uma cara confusa e preocupada, quando questionada por seu marido e seus filhos o que tinha acontecido, balbuciou apenas:

—Animais mortos, uma dezena, espalhados pela vila, mencionaram que eles apareceram deste de manhã, deste da primeira hora que o sol brilhou nos céus.

A família estranhou e uma preocupação surgiu em seus pensamentos e íntimos, mas seguiram com o plano que tinham para o dia, naquela noite a Lua era uma mistura de eventos, a vila estava rodeada por fogo para manter animais selvagens e lobisomens afastados por aquela noite, uma proteção frágil porém eficiente por aquelas horas escuras.

A Vila no outro dia acordou com um ar diferente, uma tempestade se arrastava até ali, as nuvens negras que vinham do Norte deixavam isso claro, levando chuva, seca, fogo, destruição e morte. Era só o princípio de uma nova era. O vento trazia um aroma que possuía características de morte.

 Isso não era nada bom, pois trazia uma certeza de que talvez histórias fossem verdadeiras.

Uma criatura mistica dava sinais de seu despertar e parecia um tanto mais furiosa que 100 anos atrás. 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ♥



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