Lizzy e Gabriel escrita por Thaís


Capítulo 5
Capítulo 5: O jardim de rosas




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—Por favor, sente-se -disse Gabriel- ao arrastar a cadeira para que Lizzy pudesse se sentar.

—Bem, primeiramente, gostaria de agradecer-lhe por ter me dado esta oportunidade de me desculpar com você. E por ter aceitado jantar comigo.

— E segundamente, eu estava pensando sobre a proposta que te fiz, Lizzy. -Se você não quiser morar aqui, por mim, tudo bem. -Mas, gostaria de lhe conceder este emprego, pois, sei que foi um árduo caminho que você trilhou até chegar aqui. Mas, já lhe adianto uma coisa. Se por um acaso, você decida trabalhar neste castelo, sem necessariamente fazer residência aqui, quero que saiba que, você terá um cavalo a sua disposição, para voltar para sua cidade ao entardecer. Porém, você correrá maiores riscos na floresta, se acaso optar por esta última opção. E não menos importante, confesso que, se você fizer essa escolha, isso me deixaria intrigado e até mesmo preocupado com o fato dos perigos que você poderá correr ao fazer o caminho pela floresta. – Disse ele, com uma voz suave de veludo.

Lizzy ficou complacente e comovida com a delicadeza utilizada nas palavras do príncipe. Algo havia totalmente mudado com aquele rude e grotesco rapaz que ela conhecera a algumas semanas. 

—Peço-lhe tempo para pensar Milorde, pois tenho que considerar o fato de que minha mãe ficará sozinha na cidade, mas, em contrapartida, também pretendo ajudá-la com as despesas da casa. Preciso averiguar os fatos com calma para tomar as possíveis providências cabíveis dentro daquilo que você me ofertou. Contudo, quando eu decidi aceitar (se é que me foi dada essa oportunidade) este emprego, deduzi que haveria essa possibilidade, ou seja, o direito de poder ir e vir da cidade até aqui. E, não menos importante, confesso que até cogitei a hipótese de não voltar mais para casa todos os dias, como eu havia planejado antes de conseguir esse emprego. Pois, meu intuito não era morar no castelo, e sim, conseguir um trabalho. Mas, peço-lhe mais uma vez, paciência, Gabriel. Prometo que vou considerar a sua oferta.

— Entendo perfeitamente, senhorita Lizzy! Claro, te concebo o tempo que desejar e precisar. Mas, analise bem as consequências que poderá haver caso não queira mais morar aqui. Digo isso, pois preso pela sua saúde e integridade física e moral. No caso das despesas, fique tranquila, eu mandarei um encarregado do castelo  enviar um de meus homens para levar o dinheiro para sua mãe ou até mesmo para cobrir todas as despesas necessárias.

— Fico muito grata com a sua preocupação e sua boa intenção, Milorde. É muito gentil de sua parte. Mas, ainda sim, preciso pensar.

— Claro, sem problemas. O tempo que precisar. Pense a respeito e me de uma resposta assim que estiver pronta. - E continuou:

— Na verdade, Lizzy, te chamei para o jantar para conversarmos a respeito da sua situação sobre o serviço, mas, meu propósito não era apenas esse. E não menos importante, gostaria de fazer um pedido de desculpas pela maneira como me comportei quando te recebi, Lizzy. Ando um pouco nervoso e introspectivo devido a minha longa estadia ausente neste castelo. Então, quero que esta noite e este jantar, sele a nossa reconciliação. Colocaremos um ponto final no passado, e daqui em diante faremos um novo recomeço.

Lizzy ruborizou novamente. A maneira que ele havia falado, a tocou profundamente. Ela não sabia o que dizer, e com isso, procurava e procurava as palavras "certas" para respondê-lo, mas sem sucesso. Lizzy entorpeceu-se por instante e com tremenda ansiedade, respondeu:

— Mais uma vez, sou grata por ter me concedido este emprego, pois, sem ele, não poderia ajudar minha mãe. E, eu agradeço a sua preocupação para comigo e só o fato de você ter renunciado seu orgulho e o deixado de lado para me fazer esse pedido de desculpas, te deixou uma pessoa melhor esta noite. Devido a isso, eu aceito solenemente suas desculpas. 

"Isso foi um grande avanço da parte dele, pensou Lizzy."

E então, os dois ceiaram e bebericaram sob o majestoso lustre de velas douradas que jazia pendurado sobre a mesa de jantar. Naquela farta mesa, havia um banquete com vários tipos de comida. Lizzy estava na ponta da mesa e Gabriel no outro extremo oposto da mesa. Um de frente para o outro, um olhar para outro olhar, apenas um olhar, e a vida daquelas almas estariam mudadas para sempre. A mesa de jantar não era tão longa e retangular, mas ao mesmo tempo, pequena o suficientemente para deixá-los bem próximos.

~*~

A lua jazia plena, envolta no céu de estrelas como um círculo branco iluminado.

Os grilos e os sapos faziam som ruidosos naquela noite. A fonte central do palácio, jorrava água incessantemente, deixando respingos de água no chão a sua volta. 

Após o jantar, Gabriel fez a Lizzy a seguinte pergunta: 

— Você gosta de rosas¿ Indagou ele.

— Sim, adoro-as, são as mais belas flores que há de existir. Sempre me dediquei em cultivá-las no meu jardim, mas nunca obtive sucesso. -Disse, Lizzy com empolgação.

— Oh, entendo. -Talvez isso pode ter acontecido devido à falta de fertilização do solo. -Gabriel disse com determinação.

— Talvez. Não sei lhe dizer. -Talvez minha terra não seja boa o suficiente para cultivá-las. -Disse Lizzy, um pouco desapontada.

—Não, nada disso senhorita, Lizzy. -Não há terra insuficiente para plantá-las. O que pode existir é terra despreparada para recebê-las.

—Quero que venha comigo, Lizzy, e vou lhe mostrar o meu jardim de rosas que cultivo há anos. E mostrarei também, como cultivá-las. -Disse Gabriel e deixou seu sorriso amostra.

— Ficarei lisonjeada se me mostrar! -disse Lizzy, um pouco intimidada.

Lizzy e Gabriel foram até o jardim das rosas para darem um passeio.

Eles andavam pelo jardim da fonte. O brilho da luz refletia no chafariz. Era lua cheia. Lizzy pode perceber a beleza daquela noite mágica. Logo após passarem pelo canteiro de flores, ela se deparou com um coreto com pequenos musgos  e trepadeiras que os circundava-o. Ao redor do coreto havia uma imensa plantação de rosas vermelhas (voltadas) olhando para o luar. Haviam também grandes gazebos, onde as rosas faziam ali se instalavam e faziam moradia.

Lizzy não sabia descrever tamnha sensação ao ver aquelas belas rosas.

— Oh são tão belas! – disse lizzy, com entonação, abismada com tamanha beleza.

— Ainda não acabou. - disse ele em um tom de mistério.

Ao atravessarem o coreto, logo a frente havia um pequeno portão que dava para um jardim labiríntico, esse, levava para uma estufa (espécie de jardim botânico, com teto de vidro) com uma vasta plantação de rosas de todas as espécies.

 Ele abriu o portão do labirinto, e então, eles entraram. Caminharam pelo jardim de musgos com formato de labirinto e em seguida adentraram na estufa.  A estufa era razoavelmente grande, mas o suficiente para abranger todas as rosas ali contidas. Elas ficavam depositadas em prateleiras de madeira com pequenos vasos de argila que a mantinham plantadas.

Aqui nessa estufa existe um espécime de rosa rara, disse Gabriel. E apontou para uma rosa vermelha distinta, diferente das outras rosas. Ela era grande, suas pétalas parecia um veludo vermelho. Era senão a mais bela de todas as rosas ali contidas.

Ela é maravilhosa! Disse lizzy .

Aquela rosa possuía algo de especial, com tamanho esplendor que não era possível explicar. Era única em meio a tantas outras.

Gabriel pegou uma tesoura de poda que estava depositada sobre a bancada de madeira. Dirigiu-se até aquela rosa e a cortou cuidadosamente desde a raiz deixando de lado sobre a bancada.

— Encabulada, Lizzy não quis perguntar o porque de ele haveria de ter feito isso.

— E, automaticamente ele respondeu vou replantá-la em outro lugar.

Deram mais uma passeio ao redor do jardim sob o luar e um céu de estrelas vibrantes.

Voltaram para o castelo e Gabriel acompanhou lizzy ate seu aposento.

— Essa noite foi maravilhosa. Obrigada pelo jantar e por me proporcionar essa noite magica.

— Que  bom  que gostou, Lizzy. Eu que agradeço por ter aceitado a jantar comigo. Tenha uma boa noite!  E assim se retirou.


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