Lizzy e Gabriel escrita por Thaís


Capítulo 2
Capítulo 2: Portões de Bronze. E o que neles haviam




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Os portões de bronze abriram-se à sua frente, por dois criados a mando do príncipe. Um dos dois criados acompanhou Lizzy até a porta de madeira com grandes argolas pretas penduradas em um molde com formato de leões. Ao passar pelo imenso jardim, Lizzy  pôde observar a imensa plantação de rosas vermelhas e no centro do jardim havia uma linda fonte com formato de um grifo, que jorrava água infinitamente. Ela também pode ver os bancos de madeiras trabalhados e vazados com desenhos.

Não esperou muito tempo enquanto observara a porta diante de si abrindo-se lentamente. Lizzy não pôde conter seu júbilo e esconder em seu semblante o quão surpresa ficou ao vê-lo pela primeira vez. O tão aclamado príncipe do castelo Maverick. 

Em meio a porta, surge um homem alto, de cabelos lisos e louro escuro, com pequenas mechas mais claras reluzindo em meio a cabeleira mais escura, com um olhar intimidador, e um corpo definido por debaixo das vestes. Suas mãos eram finas e tão claras, (que dava pra ver até suas minúsculas vasculaturas) e seus dedos delicados e compridos.

— Olá! - disse ela em um tom de voz quase imperceptível. -Vim em busca de um emprego. -Li o seu anúncio no jornal.

Gabriel ficou parado alguns segundos sem responder absolutamente nada, e em seguida ele disse com tremenda arrogância:

— E o que te faz achar que eu vou lhe dar esse emprego¿ - respondeu ele em um tom de voz sarcástico. (O que era bem previsível se tratando de Gabriel).

— Ah, respondeu ela em um tom confuso e de constrangimento. -Eu não sei, apenas li o seu anúncio, e como já havia lhe dito, achei que deveria tentar essa oportunidade, afinal sou uma camponesa....

Interrompendo-a ele disse: -Vocês habitantes de Cantwick,  acham demais. -Hã! -Qual é o problema de vocês ¿! -disse ele com tom de desprezo na voz. -Vocês veem até mim e acham que vão conseguir um emprego concebido por “Gabriel” assim do nada. -Meros estúpidos. –Você tem ideia de quantos camponeses já recebi hoje em meu castelo em meia hora? Em apenas maldita meia hora?! Enfatizou-o.

Lizzy nada respondeu, e nem podia, pois não sabia onde achar as palavras, que por mais que ela procurasse ,escondiam-se cada vez mais, se perdendo dentro de si.

—Ah! -tentou ela responder -e parou por um instante. -Ela pensou, e depois complementou:

—Milorde. -Disse ela. -Com todo o meu respeito -parou um pouco novamente e avaliou se devia  mesmo dizer aquilo e continuou -eu não sei o que te faz achar no direito de ofender as pessoas e quais são os seus motivos  para ofender os cidadãos de Cantwick. Não é só porque você carrega o título de príncipe, (e realmente isso não me importa) que você tem o direito de nos ofender (ela pensou que não deveria ter dito aquilo, mas, as palavras continuaram a sair bruscamente de sua boca sem controle algum). Apenas vim até aqui, em busca de um emprego, não importa qual, pois preciso muito, e se me permite continuar...

Gabriel fitou-a com uma expressão de desafio.

—Sou uma camponesa de família e saí de meus aposentos durante essa noite, correndo riscos, na tola esperança de encontrar um trabalho digno. -Ela disse sutilmente.

—Você nem ao menos sabe falar corretamente. -Disse Gabriel. -E se você corre riscos, é porque quer. Você fez sua escolha de livre espontânea vontade.

—Correto! -afirmou ela. -Você têm toda razão. -Porém, achei que seria retribuída, mas como você mesmo disse, o nosso problema é o "achar" demais. -disse ela decepcionada. -Pois bem, Lorde Gabriel -disse ela em um tom irônico. -Me perdoe pelo incômodo, mas da próxima vez que não querer ser incomodado, não coloque um anúncio no jornal dizendo para os interessados comparecerem até sua casa. -Passar bem!

Lizzy virou as costas e deu de ombros, deixando Gabriel furioso por ela tê-lo desafiado.

—Que desacato. -Disse ele, enfurecido.

Gabriel mandou os guardas seguirem-na e pegarem Lizzy. E que não a deixassem sair daquele portão.

—O que estão fazendo? -Indagou assustada. -Parem já com isso, vocês são absolutamente loucos! 

—Somos loucos sim, senhorita. -Loucos por desafios! -Disse um dos guardas em um tom de voz deliberadamente suave. -Soltando estrondosas risadas.

—Traguem-na até aqui! - Gritou Gabriel.

Arrastando-a de volta ao príncipe, os guardas se depositaram ao lado de Lizzy, segurando-a fortemente pelos punhos cerrados.

—Oh, mil perdões senhorita...-Ele hesitou (esqueceu o  o nome dela) - S-Senhorita...

—Senhorita Lizzy. -Respondeu ela em um tom de fúria. 

—Eu sequer apresentei meu castelo. -Oh, fui realmente muito mal educado, nem me dei ao trabalho de lhe mostrar. -Queira entrar, por favor. -Ele disse com um sorriso de escárnio.

E então, Lizzy entrou arrastada pelos guardas.

Logo após o ocorrido, a  grande porta de madeira se fechou atrás deles, fazendo um grande barulho estrondoso.


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