Mero Professor Mpreg escrita por AloisFox


Capítulo 4
IV Uma cena




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Domingo à noite

Pov’s Jin

— Você precisa mesmo ir?

— Sim, Jinnie. Amanhã tenho que ir cedo trabalhar.

— Mas você não pode ficar só mais hoje? – Perguntei e ele negou em resposta. Hoseok pegou o casaco do seu paletó e a sua maleta. Eu já não estava mais com tanto medo, podia me virar sozinho. Mas, mesmo assim, queria que ele continuasse comigo. Antes de sair: Hoseok se aproximou de mim e beijou minha testa.

— Eu venho amanhã, depois do meu expediente. Se cuide, qualquer coisa me ligue.

— Certo… cuide-se também. – Antes de entrar no táxi, ele abanou para mim, logo fiz o mesmo. Eu poderia facilmente me apaixonar pelo Hope, já que ele sempre esteve ao meu lado e sem dúvidas eu não viveria sem ele. Mas o amor que eu sinto pelo Hoseok é como se fosse… de irmão mais velho. Nos conhecemo há tempos, estamos acostumados um com o outro. Assim que fui ao meu quarto, fitei aquela cama por alguns instantes. Pude, mentalmente, recriar tudo o que aconteceu. Fora tão perturbador… não devo pensar nisso. Já passou, Seokjin.

Me deitei, suspirei fundo e fitei o teto por alguns instantes. Peguei o meu celular e programei o despertador para amanhã cedo. As aulas do escinco fundamental ainda não acabaram. Mais duas semanas e eu entro de férias, junto com os alunos que restam. Voltei a pôr o meu celular sobre a cômoda. Foi difícil dormir, me revirei diversas vezes na cama. É bem mais fácil adormecer quando tem alguém ao seu lado, zelando o seu sono.

~Dia seguinte~

Pouco antes do despertador tocar, eu me acordei num susto. Estava ofegante… olhava ao meu redor, procurando por algum intruso. Ninguém além de mim estava no cômodo. Ainda bem que foi apenas um pesadelo. Eu parecia uma criança com medo dos monstros, a diferença é que os monstros que perturbavam o meu sono eram pessoas de carne e osso. Eu estava encharcado de suor… me levantei da cama e fui ao banheiro, tomar um banho. Tem sido difícil pra mim, por mais que eu me lave eu ainda me sinto sujo. Sinto nojo quando lembro do que fizeram comigo. Assim que terminei: fui para a cozinha, comer qualquer coisa. Não demorou e entrei no meu carro para ir ao colégio. Quando saí do carro, eu parecia ser o centro das atenções. Não só alunos mas também colegas de trabalho me observavam com desdém, ou riam de mim. Engoli em seco, eram tantos olhares que eu me sentia pressionado. Por sorte, o sinal tocou. Fui depressa até a sala dos alunos do nono ano, onde eu daria aula naquele período. Assim que entrei: os alunos cochichavam e riam quando olhavam para mim. – Posso saber o que é tão engraçado? – Quando perguntei… praticamente todos riram.

— Com licença. Eu sou a professora que dará aula para eles agora. – Disse, a professora substituta do colégio.

— O quê? Não… este período é meu.

— O diretor pediu para eu vir aqui, substituir você.

— Mas… por quê?

— Vá até a sala dele perguntar isso. – Sugeriu a mulher, dando de ombros e entrando na sala. Peguei as minhas coisas sobre a mesa e saí da sala. Mas antes, ouvi um dos alunos balbuciar… “arrombado”. Engoli em seco, eles não podem ter feito o que eu estou pensado que fizeram. Fui até a sala do diretor e bati de leve na porta. Assim que ele a abriu e me viu, franziu os lábios.

— Ah… você. – Ele disse, desanimado.

— Algum problema, senhor?

— Sente-se, Seokjin. – Pediu, dando espaço para eu entrar na sua sala. – Vou ser franco contigo. – Ele disse, sentando-se também. – Alguns alunos viram até mim e me mostraram um vídeo… erótico, protagonizado por ti. – Ele pôs um celular sobre a mesa e me mostrou uma cena do vídeo, essa em que eu era induzido a fazer sexo oral em Yoongi enquanto era penetrado por Taehyung.

— Eu não quis…

— Posso concluir? – Perguntou, pouco alterado. – Não podemos permitir que alguém como você exerça um cargo de influência como o de um professor nessa escola.

— S-senhor… eu não quis. – Disse, com a voz pouco trêmula.

— Não é o que você demonstra no vídeo. – Eu estava com os olhos fechados, isso aconteceu depois que desmaiei. Fiquei sem reação, eu não podia fazer nada. – Eu sinceramente não esperava isso de você, Seokjin. Poxa, gravar um vídeo desses… com dois alunos ainda. Você não acha que passo dos limites?

— Eu não quis… eu juro. – Senti as minhas lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Abaixei a cabeça e cobri os meus olhos. – Eu não quis… eu fui estuprado.

— Fez ocorrência então? – Neguei e ele suspirou fundo. – Não posso mais mantê-lo aqui. Vou te pagar esse mês, mas tu estás demitido. – Ele disse, empurrando o envelope que estava sobre a mesa para perto de mim. Me levantei e peguei o envelope com dinheiro, o coloquei dentro da minha mochila e saí da sala. Dei de cara com uma das minhas colegas. Ou… ex-colegas agora que fui demitido. Ela me olhou dos pés a cabeça e riu. Quando ela entrou na sala do diretor, pude ouvi-la perguntar “pagou a puta?”. Eu continuava chorando, por mais que eu tentasse me conter… parecia ser impossível. Entrei no meu carro, joguei a minha mochila no banco do passageiro e me apoiei no volante. Está tudo uma merda… a minha vida está uma merda. Dirigi até a minha casa. Se pensei em causar um acidente? É claro que sim. Mas tive ciência de que eu não prejudicaria só a mim mesmo, outras pessoas que não tinham nada a ver poderia se machucar também. Estacionei, suspirei fundo e saí do carro. Eu queria deitar na minha cama, mas… quando olhei, me lembrei que a causa de tudo tinha acontecido ali. Eu não sabia para onde ir, onde me esconder; me sentia cercado por tudo e todos… me sentia encurralado.

~Tempo depois~

Pov’s Hoseok

Estou começando a me preocupar com o Jin, ele não respondeu nenhuma de minhas mensagens ou atendeu alguma das três ligações que fiz para ele. É fim de tarde e eu terminei o meu expediente na empresa, estou indo até a casa dele agora. Paguei o taxista e fui até o apartamento de Jin. Ele me deu a chave de segurança, então foi fácil para eu entrar.

— Jin? – Chamei por ele, indo até seu quarto. – Jin… o que houve? – Perguntei. Ele estava sentado no chão, com os joelhos cruzados e os braços rodeando suas pernas, enquanto escondia seu rosto entre elas. Me aproximei dele, Jin estava dormindo. O chamei mais uma vez e ele acordou. Me abraçou e agradeceu por eu ter vindo. – Jin, o que houve?

— Eles vazaram o vídeo. Chegou até o diretor e eu fui demitido hoje. – Suspirei fundo, eu sabia que algo assim aconteceria.

— Venha, deite-se aqui.

— Eu não quero, Hoseok. Eu estou bem aqui.

— Você está ficando louco? Não quero você no chão. Venha, levante-se daí. É para o seu bem…

— Hoje eu tive um pesadelo, eles estavam me estuprando de novo… nessa cama. Eu acho que fiquei traumatizado.

— Você acha? Eu tenho certeza. – Disse, erguendo-o.

— Está tudo dando errado. Eu não queria que fosse assim.

— Não diga isso, Jin. “Tudo” é muito mais que um emprego.

— Não é só pelo meu emprego, Hope. Eu fui humilhado… e agora todos sabem e podem ver a minha humilhação. Eles estão acabando com a minha vida. – Sentei ele na cama. – Eu não quero ficar aqui.

— Quer ir para minha casa? – Ele assentiu em resposta. – Eu sei que você precisa de um tempo para esfriar a cabeça, pode ficar comigo durante esse tempo.

— Obrigado… – Agradeceu. Apesar de estar com os olhos marejados, deixou cair uma única lágrima… solitária. Limpei seus olhos e lhe abracei com força. De alguma forma eu podia sentir parte da sua angustia e tristeza… era de apertar o coração vê-lo nesse estado.


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