Mero Professor Mpreg escrita por AloisFox


Capítulo 12
XII Covinhas




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Pov's Jin

 

Assim que Hoseok saiu da sala do médico, fui até ele.
— Sobre o que conversaram? – Perguntei, enquanto andávamos para fora do hospital.
— Eu pedi ajuda.
— Como assim? – Questionei–o, confuso.
— Expliquei a nossa situação a ele, Jin. Disse que não temos condições de pagar qualquer remédio agora.
— Por quê?! – Perguntei, arregalando os olhos e me voltando para ele. — Hoseok, o meu bebê precisa desse remédio. Você não deveria ter dito que não temos como pagar. Agora ele não nos ajudará e o meu bebê… e o meu bebê vai… – Não conseguia concluir a frase, me doía o peito só de pensar que esse bebê poderia ter o mesmo fim que o seu irmãozinho.
— Fique calmo, Jin. Nada acontecerá com o Cookie. Eu conversei com o doutor e ele disse que nos ajudará. – Me explicou e sorriu fechado.
— Ele… não se recusou a fazer o remédio ou nos atender novamente? – Perguntei, um pouco incrédulo.
— Não. – Respondeu, logo senti um enorme alívio. Coloquei a mão no peito e senti o meu coração ainda palpitando pelo susto.
— Hoseok… você quase me matou do coração. – Disse, rindo de nervoso.
— Ele está sendo muito bom conosco, não podíamos enganá-lo.
— Eu sei. – Disse, coçando a nuca. – Mas não tínhamos certeza se ele concordaria em nos ajudar mesmo sem termos como pagá-lo agora.
— De qualquer forma, Jin. Ele já fez bastante por nós, não contar a ele seria babaquice.
— Bem… de qualquer forma está tudo certo. É um alívio saber que ele nos ajudará mesmo sabendo que não o pagaremos agora. — Disse, sorrindo fechado e passando de leve a mão sobre a pequena elevação no meu abdômen. Hoseok pôs sua mão sobre a minha, mas assim que percebeu os olhares desconfiados, tirou. Chamamos um táxi, não demorou e chegamos em casa. Ficamos no sofá pelo resto do dia, olhando qualquer filme que passava na TV. Eu deveria agradecer ao doutor por toda atenção que ele me deu hoje mais cedo, não só por isso, mas também pelo enorme apoio que ele está nos dando. Peguei meu celular e enviei uma mensagem para ele.

 

Você: Muito obrigado. — Enviei. Minutos depois recebi uma notificação.

Kim Namjoon: Disponha, Seokjin. Se cuide e cuide muito bem desse bebê :) — Respondeu.

Você: Se importaria de sair amanhã comigo? Eu queria conversar contigo, se possível. — Não sei aonde eu estava com a cabeça, mas queria saber mais dele. Afinal, por que um desconhecido está me ajudando tanto? Ele pode ser uma ótima pessoa? Pode, mas… se propor a trabalhar sem receber é no mínimo estranho.

Kim Namjoon: Eu não sei se é o uma boa ideia… — Respondeu.

Você: Por favor! – Implorei.

Kim Namjoon: Tudo bem. Alguma preferência de local?

Você: Há uma lanchonete próxima ao parque da cidade. Você pode ir até ela?

Kim Namjoon: Posso. Mas só a partir das 8h.

Você:Perfeito! Obrigado mais uma vez, doutor. —Agradeci por fim.

 

— Com quem você está conversando? – Hoseok perguntou, enxugando os cabelos com uma toalha.

— Vá se vestir, está frio, Hope. – Sugeri, já que ele só estava com uma toalha envolta dos quadris.

— Antes responda.

— Eu estava falando com o médico.

— Por quê?

— Eu quero me encontrar com ele.

— Por quê?

— Porque quero conversar com ele, Hoseok.

— Sobre o que?

— Pare de me fazer tantas perguntas! Está me deixando irritado.

— Então me conta tudo que eu paro de fazer perguntas.

— Hoseok, eu preciso agradecer pessoalmente.

— É só isso mesmo? – Ele perguntou, semicerrando os olhos.

— Sim, Hope. – Respondi, revirando os olhos.

— Quando vai sair com ele?

— Amanhã, depois das 8 horas.

— Vai voltar que horas?

— Hoseok, para! Você está parecendo a minha mãe.

— Me desculpe por me preocupar contigo, senhor Seokjin. – Ele disse, me dando as costas.

— Hope, desculpe. É só que você está fazendo tempestade em um copo d’água.

— Ok.

— Hope…

— Me deixa um pouco sozinho. Eu preciso pensar um pouco.

— Mas… o que eu te fiz?

— Nada. Eu só quero pensar um pouco.

— Você está bravo comigo?

— Não.

— Tá bom… eu vou tomar um banho e depois conversamos? – Ele deu de ombros. Não estava entendendo o motivo dessa brusca mudança de humor, a pouco tempo ele estava me abraçando no sofá mas agora está assim. – O Cookie vai ficar triste com você por tratar o omma dele dessa forma. – Disse, na tentativa de fazê-lo voltar a ser carinhoso comigo.

— Assim como?

— Você está bravo comigo, Hoseok. Eu te conheço.

— Não estou! – Ele disse, em seguida bufou. – Ok… talvez eu esteja.

— Por quê? Não vá me dizer que está com ciúmes. – Disse, ri sarcástico e ele me olhou de canto. – Hope… você está mesmo com ciúmes? – Perguntei, cruzando os braços e franzindo o cenho.

— Acho que um pouco. – Admitiu.

— Mas ele é só o nosso médico!

— E também é bonito, gentil…

— Com todo esse ciúme eu até cogitaria a hipótese de que você está a fim de mim.

— Então… talvez devêssemos conversar sobre isso.

— Isso é sério? – Perguntei, pouco assustado.

— É claro que não, idiota. --Ele disse, rindo.- Convenhamos, se eu ficasse contigo pareceria incesto. – Suspirei aliviado, não saberia como reagir caso ele tentasse qualquer coisa comigo.

— Você quase me matou do coração. Pela segunda vez hoje!

— Haham, senhor exagerado. Vá tomar um banho e depois venha dormir. – Ele disse, se tapando com a coberta.

— Você não vai se vestir? – Perguntei e ele levantou as cobertas para me mostrar a camisa branca e calça cinza de moletom que usava.-Como você se vestiu tão rápido?

— A roupa que eu ia usar estava aqui. Você tem mais algum questionamento ou vai ir de uma vez? Eu quero dormir. – Tudo seguiu normalmente depois dessa… estranha conversa que tivemos. Admito ainda ter uma pulga atrás da orelha em relação ao Hope gostar de mim, mas como ele mesmo disse… se ficássemos pareceria incesto. No dia seguinte, acordei cedo para trabalhar. Era sexta-feira, então tudo estava mais tranquilo por causa do final de semana. Quando voltei para casa, tomei um banho e enviei uma mensagem ao médico, perguntando se sairíamos hoje. Cerca de uma hora se passou e ele me respondeu.

 

Você: Você conseguirá se encontrar comigo hoje?

Kim Namjoon: Sim. Já estou me arrumando. Você já está na lanchonete?

Você: Ainda não, são 7 e meia.

Kim Namjoon: Podemos nos encontrar um pouco mais cedo? Consegui sair do hospital mais cedo hoje.

Você: Tudo bem, 7:45 estarei na lanchonete então.

Kim Namjoon: Ok. Logo eu chego :)

 

O tempo passou rápido, quando vi já eram 7:40. Assim que abri a porta, Hoseok perguntou onde eu ia.

— Encontrar com o médico. – Respondi.

— Não volte tarde. – Pediu, enquanto brincava com o Mickey em cima do sofá.

— Pode deixar. Tchau, Hope. – Me despedi e ele acenou para mim, sem tirar os olhos do cachorrinho que brincava com a bola de borracha. Quando cheguei à lanchonete, ele ainda não estava lá. Esperei durante um tempo e ele chegou, um pouco depois do horário combinado (assim como eu) mas chegou. — Olá, doutor. – Disse, me levantando e o reverenciando.

— Pode me chamar só de Namjoon… não estamos no hospital. – Ele disse, coçando a nuca sem jeito.

— Ah… certo, me desculpe. – Pedi, me sentando novamente.

— Você está bem, Seokjin?

— Sim, eu… só queria conversar um pouco contigo.

— Pode falar. -Ele disse, sentando-se a minha frente.

— Por quê…? – Perguntei, sem olhá-lo nos olhos.

— O que?

— Por que você está me ajudando? Hoseok disse que você deixará nós quitarmos a dívida depois. É verdade, não é?

— Sim, Por quê?

— Eu… só achei estranho. Talvez eu seja um idiota por tocar no assunto, mas… eu só queria entender por que você está tão disposto a nos ajudar. – Ele se calou por alguns instantes, parecia pensativo.

— Não acho digno um médico permitir que uma criança morra porque os responsáveis por ela não tem uma boa situação financeira. É claro que não vou atender todas as pessoas que não tem boas condições, mas… você é especial.

— Por quê?

— O seu, será o primeiro caso de gravidez masculina que vou acompanhar. Você é importante para mim adquirir mais conhecimento na área da obstetrícia.

— É… por isso? – O questionei, mesmo já estando satisfeito com a resposta que ele havia me dado.

— Não só por isso, mas também porque… bem, eu acho que há alguma razão para você ter sido “colocado no meu caminho”. – Ele disse, fazendo aspas com os dedos.

— Você é religioso? – Perguntei e ele riu.

— Nenhum pouco, mas as vezes acredito no acaso. – Respondeu, sorrindo fechado.

— Obrigado… – Agradeci, sem jeito. – Se não fosse por você eu não sei o que faria.

— Por nada. – Respondeu, sorrindo, deixando a mostra duas cozinhas que eu ainda não tinha percebido.

— Você… tem covinhas. – Comentei por impulso e ele riu.

— Tenho. – Ele disse, ainda sorridente.

— Posso tocar? – Perguntei, com medo da resposta. Espero que ele não considere uma invasão tal pedido.

— Só se você deixar eu tocar na sua barriga. – Sorri e assenti em resposta, ele então se levantou e sentou ao meu lado. A primeira coisa que me chamou atenção foi o perfume que ele exalava, apesar de forte, me agradava.

— Você cheira bem. – Comentei sem pensar. Ultimamente pareço uma criança, falando tudo o que vem a mente.

— Obrigado. – Agradeceu, rindo. – Você também tem. – Ele sorriu fechado e auxiliou meu dedo indicado até o “buraquinho” na sua bochecha, o que me fez sorrir.

— Deve ser legal.

— O quê?

— Ter covinhas.

— Mais ou menos… é difícil parecer badboy com elas.

— Você tenta ser um badboy? – Perguntei, rindo.

— Quando era mais novo sim, por incrível que pareça. Agora é minha vez. – Ele disse, me estendendo uma das mãos. Peguei e a coloquei sobre o meu abdômen, ele acariciou com delicadeza a região, o que me fez sorrir.

— Por que quis ser obstetra? – Perguntei.

— Eu não sei ao certo, mas acho prazeroso acompanhar a evolução de um ser tão pequeno e incrível como um bebê. – Respondeu, ainda fitando e acariciando a saliência na minha barriga. – Já pensaram em um nome?

— Ainda não… mas o chamamos de Cookie.

— Por quê? – Perguntou, franzindo o cenho.

— Porque o Hope disse que ele parecia um biscoitinho no ultrassom. – Respondi, rindo.

— Ele devia estar com fome quando o viu. – Comentou, rindo também. – Você acha que é um menino?

— Eu não sei… tudo aconteceu tão de repente que nem pensei tanto nisso.

— O pai dele não é mesmo aquele homem que te acompanhava? – Neguei em resposta.

— O pai dele te deixou? – Perguntou, aparentemente sem jeito.

— Mais ou menos isso. – Respondi, sem querer dar detalhes. Senti meus olhos se encherem de lágrimas… não acredito que ainda me abalo com esse assunto. – Desculpe. – Pedi, limpando os olhos.

— Eu que peço. – Ele disse, segurando uma das minhas mãos e limpando as lágrimas que insistiam em cair. – Olha… o que acha de irmos ao parque? Eu não tenho nada pra fazer e como hoje é sexta-feira…

— Seria ótimo, mas… eu não tenho muito dinheiro. – Disse, sem jeito. Realmente queria ficar um pouco mais com ele, porém não tinha condições de pagar qualquer coisa além das batatas fritas que pedi.

— Eu trouxe um pouco a mais de dinheiro. Se for só esse o problema…

— Pagaria para mim?

— Sim. Afinal, sou eu que estou convidando.

— Obrigado. Eu acho que… podemos ir então.


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