Palácio de Ilusões escrita por Raíssa Duarte


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oiê! O/
Sejam muito bem vindos á minha fic! Espero poder interagir com todos pelos comentários, então não sejam tímidos! Comentem, favoritem e recomendem!
Sem mais delongas, muitos beijos! :3



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A Princesa Rowen estava concentrada em seus estudos quando a porta abriu-se, interrompendo seu preceptor.
    A senhora sua mãe, a Rainha Rosalie, acompanhada de uma criada sorridente, Melody, que carregava uma caixa lindamente embrulhada de tamanho considerável.
   -Adivinhe o que acabou de chegar de Devouir? – Sua mãe sorria de maneira maliciosa, segurando uma carta lacrada.
   Rowen sorriu. Mais um presente.
  Com a ajuda de sua ama, Constance que estava sempre ao seu lado, Rowen abriu a caixa, encontrando uma grande quantidade de tecido ricamente trabalhado. Ouviu sua mãe pedir licença ao instrutor, uma espécie de desculpa por ter interrompido seu trabalho. Mas rainhas também não pediam nada.
   -É seda. – Observou Rosalie. – Podemos usar para mais coisas em seu enxoval. Seu marido gostará de saber que fez de fato algo com o presente que enviou á você.
   A princesa recebia muitas coisas de seu noivo; vestidos, livros, sapatos, coisas delicadas e românticas, escolhidas especialmente para ela. Isso sem mencionar as cartas repletas de carinho e poemas, revelando que seu futuro marido possuía uma alma sensível. Rowen estava quase completamente encantada com ele, apesar de terem se encontrado pela última vez quando ainda eram crianças. Ele alguns anos mais velho do que ela. Mas a senhora sua mãe dissera-lhe que os sentimentos amadureceriam com o tempo, assim como eles mesmos. Aparentemente, ela tinha razão.
   -Como Rowen está indo, Senhor? – Sua mãe perguntou visivelmente interessada.
Grato por não ser mais ignorado, o instrutor desatou a falar sobre o progresso da menina.
    -Majestade, a princesa progride a cada aula. Tem habilidade em pronunciar monólogos facilmente e memoriza rapidamente as palavras. Creio que muito em breve já será fluente.
    A verdade é que Rowen já era fluente em devouriano, mas seus pais não se contentariam com nada menos do que a perfeição. Ela era uma princesa, afinal. E seria uma rainha também.
    Sua mãe exigiu que ela lesse vários trechos de livros vindos de Devouir, enviados por seu prometido. Ela leu-os sem erros, conseguindo elogios de sua ama, mas não de sua mãe.
      Rosalie não elogiava. Nunca.
  Rowen sempre tentava compreender a senhora sua mãe, e a maneira rígida como a controlava. Talvez pelo fato de querer a filha absolutamente impecável e não gerar boatos maldosos quando fosse para Devouir, ou talvez porque não dera á luz nenhum filho após Rowen, e quisesse compensar á todos mostrando o quanto sua filha era capaz, para uma garota.
    -Tenho certeza de que o rei ficará satisfeito. – Rosalie comentou com o professor. E aquilo seria o melhor elogio que receberia dela.
Orgulhoso, o homem inchou o peito, e retornou para seu lugar.
   -Quando terminar seus estudos escreva uma carta de volta para Edric. – Ordenou sua mãe acenando para Melody, indicando que deveria levar o presente e guardá-lo. – Tal dedicação merece mais em retorno.


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Maldição, estavam atacando o bordel.
          Ou estavam atacando sua cabeça.
      Com um gemido sofrido, afastou os braços e pernas enroscados ao seu redor. Cabelo emaranhado surgiu em sua vista. O dele. Ou das garotas, ele não sabia bem.
      -Levante sua bunda real daí, Edric! Seu valete está aqui e diz que seu pai quer sua cabeça!
      Edric revirou os olhos. Seu pai sempre queria sua cabeça.
  Com cuidado, levantou-se para não acordar as meninas que voltaram a dormir após o susto das batidas na porta.
    O que foi em vão, pois novas batidas ecoaram, assustando-as, fazendo com que dessem pequenos gritos.
     O Príncipe Herdeiro grunhiu.
    -Meninas... – Gemeu – Não gritem, por favor... Ao menos não de susto.
    -Edric! – A voz alta de Fergus soou – A guarda real virá, e seria desconcertante para Lady Lefol, ela não quer confusão.
    A mulher que todos respeitavam; Lady Lefol, a dona do bordel. Edric realmente não a queria como inimiga.
   Vestiu-se apressadamente, e saiu do quarto, encontrando seu amigo e os dois guardas que o seguiam sempre para prostíbulo, para sua segurança. E seu valete.
     -Majestade, - gaguejou – o senhor seu pai...
     -Eu já sei, acalme-se... – Deu batidinhas tranqüilizadoras no ombro do homem, mas não adiantou, ele ainda parecia amedrontado.

♡♡♡♡♡♡♡♡
    Quando chegaram no palácio, Edric aprumou-se o máximo possível, mas lavar-se levaria mais tempo e embora a perspectiva de irritar seu pai sempre fosse divertida, por conta de sua ressaca, ele não queria sermão. Ao menos não naquele momento.
    Os criados abriram as portas do escritório rapidamente, assim que viram seu príncipe, fazendo um barulho maior do que o habitual, cortando a explicação de qualquer lorde para o qual Edric não ligava, deixando a todos em um silêncio constrangedor.
     Se o olhar do rei Edward queimasse, seu filho estaria fulminado, reduzido á cinzas.
      -Bom dia. – Saudou. Embora provavelmente fosse mais de meio-dia. – Continuem, milordes.
       Depois de olhares reprovadores, seu pai quebrou o silêncio.
    -A reunião já acabou. –Ele acenou e todos os lordes saíram, deixando-o sozinho com seu progenitor.
      Edric recusou-se a ser intimidado pelo olhar de Edward, e sentou-se relaxadamente na cadeira estofada. Quando viu a garrafa de vinho, estendeu-se para alcançá-la. Sua garganta estava seca e sua cabeça estourando.
    Seu pai calmamente afastou a bandeja com o recipiente e taças para longe de seu alcance.
      -Eu mandei chamá-lo á horas. Onde estava?
       Fora do castelo.
      -No momento, custa-me lembrar.
  -Você sabia á que horas a reunião começaria, e ainda assim insiste em comportar-se de maneira infantil.
      -Só estava me divertindo.
    -É só o que faz. Crie algum bom senso e compareça ás malditas reuniões.
     -Eu compareci.
     -Na hora.
     Seu pai sentou-se no maior assento. O que Edric ocuparia quando seu pai morresse. Estavam bem ferrados.
    -Mandei um embaixador hoje para Amorim. Vamos definir a data de seu casamento.
      Puta. Merda.
     Agora Edric realmente necessitava de uma bebida forte.
    -Enviei também um presente uma semana atrás. Deve ter chegado esta manhã.
     -Desculpe se não me importo. – Sorriu docemente.
   -Ah, mas eu espero que se importe. O reino do leste está se fortalecendo, e dizem que são bárbaros ávidos por poder e violência. O reino Amorim é rico e juntarmos o nosso com o deles seria uma excelente precaução contra o leste, á menos, é claro, que queira sua bela cabeça dourada numa estaca.
     Bem... Edric não queria sua bela cabeça dourada em uma estaca.
      -Quando a garota estiver aqui, faça o que faz de melhor e a mantenha presa em seu... charme. Noivados podem ser desfeitos, e eu odiaria perder Amorim porque você se recusa á cumprir com seu papel.
     Edric gargalhou;
        -Quer que eu engane a garota?
       -Não será difícil. Ela tem quinze anos e é tola como uma porta. Virá até você esperando um conto de fadas, dê o que ela quiser.
         -Não posso fingir para sempre.
   -Então finja até o casamento, até engravidá-la, depois retorne para suas prostitutas e bebida, contanto que lembre-se de respeitar seu dever para com o reino. Faça o que desejar em seu tempo livre, mas quando eu disser para vir á uma reunião, venha. Sóbrio.
      Edric acenou apenas para dar fim á discussão

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Andando pelos corredores, Edric queria retornar para seu quarto e esperar até a dor de cabeça passar, ao dormir.
    Encontrou sua madrasta, Kayla, andando com seu irmão mais novo, Edmond, seguida por seu séquito de damas.
     -Edric! – Cumprimentou- Os criados procuraram por você a manhã inteira...
    -Edric! – Berrou Edmond, lançando-se sobre ele, abraçando suas pernas.
     A cabeça do príncipe mais velho latejou.
    -Vá com calma, Ed...
     Kayla arqueou uma sobrancelha loura.
    -Você está cheirando á bebida. E outra coisa.
     Edric riu.
     -Não mencione a outra coisa, Edmond está aqui.
     -Seu pai...
    -Quer minha cabeça... – Completou. – Acredite, ele já me deu seu sermão diário.
    -Comprometa-se, Edric... Ao menos um pouco. Muitos dependerão de você no futuro.
  Edric sentiu um arrepio em sua pele. Não queria ninguém dependendo dele.
     -Conselho aceito. – Sorriu galantemente. Fez uma pequena reverência para sua rainha. Despediu dela e de seu irmão, dando uma piscadela para as damas, indo para seu quarto.
   Não queria casar-se, ficar amarrado á uma jovem tola e apaixonada, seguindo-o para todos os cantos, impedindo-o de aproveitar sua liberdade.
   Mas também não queria perder sua boa vida. Gostava dela. Gostava muito.
      Bem... Pensou enquanto caía na enorme cama macia de qualquer jeito. Deveria aproveitar o máximo que poderia então, antes que a garota chegasse com uma coleira.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Deixem-me ficar sabendo ;)
Beijinhos ;3



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