Candy Boy escrita por Moony Is Tired


Capítulo 1
C01. Vários Eventos Inesperados


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos ao primeiro capítulo de Candy Boy! Como primeiro capítulo, é certo dizer que não muito pode ser falado no momento sem que seja spoiler!
Ah, sim, eu não uso travessão nessa fanfic para indicar falas, pois me adaptei ao uso de aspas (" "). Espero que isso não seja um problema.

Reforçando, essa fanfic contem: Transexualidade; Um monte de sexualidades diferentes (Homossexualidade, Bissexualidade, Demissexualidade...); Certos niveis de preconceito por parte de alguns personagens; Possíveis menções de violência (Mas nada explicito); Possíveis menções de alcool;

Também gostaria de deixar claro que a timeline desta Fanfic não segue 100% a do jogo; Várias adaptações foram feitas para o funcionamento da história. Kymo e Samuel são ao mesmo tempo tecnicamente “A Docete”; Interpretem isso como desejarem. Rumo ao capitulo!



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Já faziam alguns dias desde que havia sido transferido, e estava fazendo o seu melhor para evitar contato. Enquanto havia colocado em sua cabeça que essa mudança lhe ajudaria a fazer novos amigos, Sam não conseguia juntar a coragem para realmente se apresentar para alguém. Passava o menor tempo o possível nos corredores, não permanecia tempo o suficiente no refeitório para que lhe chamassem a atenção nem entrara em qualquer atividade pós-aula.

De fato, o único aluno que havia conhecido realmente até agora havia sido Nathaniel, o líder dos representantes de turma. Tivera de falar com o rapaz loiro no primeiro dia de aula para resolver seus últimos problemas com a transferência e costumava limitar-se a lhe dar um “oi” educado quando se encontravam nos corredores. Era mais como uma relação de “reconhecimento mútuo”.

Hoje porém havia encontrado o porão destrancado — obviamente por total acidente, não é como se ele tivesse tentado abrir a porta nos últimos dois dias seguidos. — e aquilo parecia uma ótima oportunidade para passar o restante do horário de almoço sozinho.

Procurar um interruptor para acender as luzes foi a primeira coisa que fez. O lugar não parecia nem um pouco tão bagunçado quanto o esperado. No momento em questão, o lugar parecia chato. Sim, as paredes estavam um tanto quanto descascadas e o chão possuía rachaduras por todos os lados, mas não haviam pilhas de caixas ou qualquer coisa assim esperada. Talvez funcionasse bem como um local para eventos escolares, mas, agora mesmo, era apenas um cômodo vazio.

Acabou decidindo por dirigir-se diretamente para um dos cantos do local, sentando-se ali e retirando seu caderno de desenhos da mochila, pensando no que desenharia em seguida.

Não tivera muito tempo de paz, entretanto. Não se passaram mais do que quinze minutos até que ouvisse vozes descendo as escadas. Torcia internamente que não fosse alguém para repreendê-lo e destruir seu esconderijo perfeito antes mesmo de poder aproveitar meia hora ali dentro. Não havia passado nem uma semana inteira no colégio, isso parecia algo definitivamente terrível para o seu registro.

“Eu disse que você tinha esquecido de trancar a porta do porão, Lysandre.” Disse uma das vozes. Logo em seguida, um rapaz de cabelos vermelhos e jaqueta de couro passara pela porta. Sua aparência gritava “bad boy”. Sam instintivamente trouxe suas pernas mais próximas ao corpo.

“Como posso ter esquecido? Tenho certeza de que você foi o último a ficar com as chaves.” Respondera o outro rapaz, um pouco mais alto, de cabelos platinados e roupas formais. O contraste era forte entre esses dois.

“Cheque seus bolsos novamente, eu lembro de ter entregado elas à você.” Revirou os olhos, desviando o olhar em seguida exatamente para onde se encontrava Sam. “Oh, não é esse aquele garoto novo da nossa classe? Admito nunca ter esperado encontrar ele sozinho algum dia.”

Sam mais uma vez fez menção de encolher-se, não se sentia preparado para qualquer tipo de contato no momento. Estava na verdade quase desejando que houvesse sido Nathaniel a encontra-lo ali. O representante de turma poderia reclamar com ele e talvez ameaçar de denunciá-lo caso o encontrasse ali novamente, mas no mínimo ele era bem menos intimidador do que aquele cara.

Lysandre o observava por cima do ombro do rapaz ruivo; “Castiel, você parece estar assustando ele.” Sua voz era bastante calma, parecia não se incomodar nem um pouco com a invasão, ou ao menos não deixava transparecer.

“Heh, não se preocupe, novato, eu não mordo,” riu. “Ao menos não tão cedo.”

Lysandre lhe lançou um olhar repreensivo, mas Castiel não pareceu notar. Sam queria dizer que não estava com medo e talvez até mesmo pedir desculpas e ir embora mas, a verdade era que realmente estava assustado demais para tal. Neste exato momento, não conseguiria levantar-se ou falar nem se tentasse com todas as suas forças. O rapaz de cabelos platina pareceu notar sua apreensão, e aproximou-se calmamente.

“Sinto muito por Castiel, ele tende a ser assim com todo mundo. Ou, ao menos, a maioria...” pareceu devanear por um breve momento. “Bem, certamente que já ouvira que me chamo Lysandre. Qual o seu nome?” Perguntara educadamente, claramente tentando acalma-lo com a voz.

Tomara alguns segundos até que respondesse; “Ah-ah! Me chamo Samuel, é... É um prazer conhece-lo.”

“Igualmente.” Lysandre lhe estendeu uma mão, oferecendo ajuda para que se levantasse. Um breve sorriso apareceu em seu rosto após Sam aceitar seu auxílio, mas logo voltara a encarar Castiel, que parecia um tanto quanto impaciente. “Creio que meu amigo Castiel não esteja muito feliz em encontrar alguém aqui embaixo. Ele gosta da ideia de um local secreto para ensaios.”

“Eu... Uhm, não se preocupe. Eu posso sair agora, sem problemas!” O que traduzia para o dicionário interno oficial de ‘Samville’ para ‘Eu não quero, de maneira alguma, arranjar qualquer tipo de problema com Castiel, porque eu sinceramente prezo pela minha vida.’; Além disso, não parecia nem um pouco sensato aborrece-lo por algo com tão pouca importância.

Lysandre sorriu novamente, voltando-se a Castiel. Parecia feliz de ter resolvido o problema sem qualquer conflito. Sam foi diretamente para a porta. Quase murmurou um ‘tchau’, mas começou a subir as escadas antes de decidir se realmente queria.

Estava novamente sem muito o que fazer. Não conhecia o suficiente da escola para já possuir uma completamente nova ideia de onde se esconder e o horário de almoço só acabaria em meia hora e ainda queria evitar contato por algum tempo. Era bastante óbvio que definitivamente ainda não estava nem um pouquinho mesmo preparado.

Ainda assim, antes que pudesse pensar em qualquer novo lugar para fugir, Nathaniel apareceu em seu campo de vista e parecia um tanto quanto interessado em falar com sua pessoa. Ele se aproximava com passos largos, mas felizmente não parecia possuir qualquer expressão negativa; certamente não era qualquer punição, acreditava ele. A menos, é claro, que Nathaniel possuísse algum tipo de poder sobrenatural que pudesse revelar que ele estava em lugares provavelmente proibidos da escola — quer dizer, havia uma chave, Sam tem quase certeza de que aquela chave não deveria estar com aqueles dois, definitivamente parece algo contra as regras.

O lugar poderia possuir câmeras também. É sempre uma possibilidade. Apesar de que desconfiava que não, ou Castiel e Lysandre já teriam sido expulsos de lá há algum tempo.

“Oh, Samuel, estive realmente lhe procurando.” Sua voz quebrou todos os devaneios dele. Com um tom brevemente autoritário, certamente o de alguém que levava seu trabalho bastante a sério, Nathaniel estranhamente lhe dava vontade de ouvi-lo. “A diretora normalmente lhe falaria sobre isso pessoalmente, mas ela está ocupada no momento. Pois bem, ela gostaria de lhe lembrar das recomendações de que entrasse em algum clube escolar o mais brevemente o possível.”

“Mas são apenas recomendações, não?” A expressão de Sam não demonstrava qualquer nuance de animação. Clubes significavam pessoas, e realmente estava tentando evitá-las no momento.

“Bem, ela diz que é uma recomendação, mas, cá entre nós, digamos que ela fica bastante chateada caso alunos não façam parte de algum. Promove a interação entre os alunos e também estudantes de fora, algo assim...” fizera uma pequena pausa, batendo levemente em sua prancheta com uma caneta em um ritmo definido. “Bem... Eu realmente recomendaria que entrasse em algum logo. Verifique o quadro de avisos, costumam colocar panfletos para os clubes lá.”

Sam suspirou pesadamente. Queria poder continuar adiando isso tudo, mas não valeria a pena discutir; “Certo.” Assentiu com a cabeça. “Mas estou fazendo isso de má vontade.”

“Sinto muito. É como a maioria se sente, admito. Bem, tente escolher uma atividade que lhe agrade, talvez acabe divertido.” Abriu um pequeno sorriso. “Bem, tenho de ir agora. O quadro de avisos fica na entrada, não esqueça!”

Sam acenou brevemente para o rapaz loiro enquanto ele seguia seu caminho, e prosseguiu a fazer o seu também. Andou decidido até a entrada, fazendo todo o seu esforço para evitar todo o contato visual. Finalmente chegara lá.

Haviam algumas pessoas ao redor do quadro, e cerca de uns cinco panfletos com clubes diferentes. Possuíam a indicação de que pequenos papéis em suas bordas fossem arrancados para indicar que iria tomar uma vaga. Infelizmente, três dos clubes pareciam estar lotados no momento — ou é o que lhe dizia a falta de pequenos papéis destacáveis —, limitando-o a duas opções: Basquete, com duas vagas disponíveis, e jardinagem, com cinco. Brincava distraidamente com uma mecha de seu curto cabelo loiro enquanto a ideia de passar um tempo ao ar livre, com nem tantas pessoas, cuidando de plantas ou apenas sentando-se na grama depois de um dia de esforço passava pela sua mente, parecendo um sonho quase inalcançável; entretanto, isso poderia talvez ser facilmente realizado com uma breve inscrição.

Arrancou o papel e saiu de lá imediatamente.

O jardim não era muito longe; de fato, era apenas do outro lado do pátio. Havia apenas um rapaz de cabelos verdes cuidando de algumas plantas num canto, mas não conseguiu reunir coragem para lhe chamar a atenção. Passou alguns poucos segundos distraído, sua atenção oscilando entre ‘tentar reunir coragem’ e ‘eu nunca pensei que terra poderia parecer atraente em alguém’. Tal ação não fora necessária, entretanto, pois aparentemente sua presença fora percebida enquanto o rapaz levantara a cabeça para afastar o cabelo do rosto.

“Oh!” Exclamara. “Olá! Está aqui para se juntar ao clube? Acredito que a líder esteja almoçando no momento.” O rapaz disse, enquanto colocava suas ferramentas na terra ao lado das plantas, levantando-se logo em seguida e aproximando-se de Sam.

“Ah, uhm... Sim.” Respondera, assentindo junto com a cabeça. “Ah, bem... Você faz parte do clube?”

“Oh, não, não.” Balançou a cabeça e fez gestos de negação com os braços. “Não, sou estudante em outra escola, mas trabalho aqui como estagiário no jardim. Se bem que a líder do clube gosta de me deixar como ‘vice presidente’ quando ela não está disponível. Então, digamos que podemos considerar você dentro. Passarei o recado para ela depois.”

“Ah-ah, obrigado.” Ótimo, já se livrara de uma de suas tarefas do dia. Perguntava-se quanto tempo ainda teria antes da próxima aula. “Tem... Alguma coisa para se fazer agora?”

“Admito que não tenho certeza. Podem me considerar o vice o quanto quiserem, mas na verdade eu não entendo muito o que eles fazem além de cuidar das plantas, só sei que fazem. Bem...” fez uma breve pausa antes de lhe estender a mão para um cumprimento. “Pulando diretamente para as apresentações, me chamo Jade. Qual o seu nome?”

“Ah, uhm, Samuel.” Apertou a sua mão. Jade lhe deu um sorriso, e Sam fez o seu esforço para retribuir o gesto. “Bem... Ah, você se importaria se eu... Só me sentasse naquele banco e desenhasse por um tempo? Prometo que não irei incomodar.”

“Sem problemas. Tem uma garota que vem aqui quase todo dia apenas para isso. Realmente, eu na verdade gosto um pouco... Ela realmente sabe como colocar a vida das flores no papel.”

Acabara por agradecer novamente, e Jade voltara ao seu trabalho com as plantas. Perguntava-se o que desenhar no momento. Gostava de criar roupas, mas não sabia que tipo de vestimenta poderia fazer no momento. Sua atenção, entretanto, foi tomada por uma das flores, um lírio solitário entre várias outras plantas. A ideia de que aquilo daria um bom vestido passou por sua cabeça, e quase que de imediato começara a rascunhar.

Quando finalmente chegou a hora de voltar para as aulas, Sam tinha um rascunho feito e pronto para ser colorido quando chegasse em casa. Despediu-se de Jade, seguindo seu caminho para a sala de aula, pensando que o dia não estava indo tão ruim.

Até que o mundo decidiu prová-lo errado.

O corredor estava quase vazio, mas ele viu, do outro lado, uma pessoa que já considerara seu amigo, mas hoje só desejava nunca mais ter que falar com ele. E obviamente ele tinha percebido a sua presença também. Ele sempre percebia.

Kentin veio em sua direção a passos largos, e não havia nada que ele pudesse fazer no momento para evitar aquilo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham apreciado a leitura! Adoraria saber o que acharam deste primeiro capitulo, em especial da caracterização dos personagens.
Gostaria de mencionar a presença de um link para um grupo do Discord presente no meu perfil, para o caso de desejarem conversar sobre a fanfic, receber previews de capítulos futuros, falar sobre o jogo Amor Doce, compartilhar arte ou simplesmente conversar sobre coisas aleatórias!

E a pergunta de interação do dia é: Numa escala de 1 à Diabetes Visual, o que acharam da capa desta fanfic?



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