Konohamaru e seu time já estavam no portão de Konoha. Uma coisa que intrigava o jovem Jounin era: Quem havia solicitado a missão? Eles sabiam que era para resgatar Izumi, porém não tinham dados da pessoa que solicitou a missão. Isso o deixou confuso, pois Izumi estava se comunicando com ele por cartas e flores que simbolizam seu estado de espírito no momento.

Não poderia ser ninguém da família dela, já que todos estavam mortos. A não ser que mais alguém se importe com ela. Mas quem? Konohamaru foi tirado de seus pensamentos por Sarada, que o encarava seriamente.

— Essa garota, a Izumi… Ela deve ser muito importante pra você, não é Konohamaru-sensei? - A garota questionou o analisando.

— Ela é só uma amiga de longa data… - O moreno respondeu rapidamente, tentando não ficar envergonhado.

— Ele ficou vermelho! Quer dizer que você sente algo a mais por ela, não é? - Boruto perguntou em tom travesso.

— Não vamos falar disso. Estamos perdendo tempo aqui. - O sensei falou e logo saiu correndo.

— É, realmente ela é importante pra ele. - Mitsuki concluiu com um sorriso no rosto.

— Vamos, senão ficaremos para trás. - Sarada falou e logo todos estavam atrás de seu sensei.

Uma boa parte do caminho eles corriam em silêncio. Até Boruto, que costumava falar muito, estava quieto e concentrado. Sarada percebeu isso e ficou preocupada, mesmo não demonstrando. Para quebrar o silêncio do loiro, ela se aproximou e começou uma conversa.

— Hey baka, está tudo bem? - A garota questionou, olhando fixamente para ele.

— Estou… Só estou meio preocupado com o sensei. - Boruto respondeu seriamente.

— Nossa, não é do seu feitio se preocupar tanto assim com os outros. - Sarada retrucou, sorrindo provocativa.

— Não enche. A garota está tentando se isolar de todo mundo. Vai saber o que ela pretende fazer? - O loiro resmungou.

— Isso é verdade. Ela se escondeu bem, já que o deserto que leva a Suna é perigoso. - Sarada falou pensativa.

— Ela está pensando em acabar com seu sofrimento. - Konohamaru falou, depois de muito tempo em silêncio.

— Acabar com o sofrimento? Mas se matar não é uma solução! - Boruto retrucou nervoso.

— Eu sei. Mas, quando uma pessoa está com feridas profundas em sua alma, é inevitável não pensar nisso. - O moreno falou em tom de preocupação.

— Hey Boruto, quem sabe você consiga fazê-la mudar de ideia? - Mitsuki falou, depois de escutar a conversa por um tempo.

— Eu? Não sei nem o que falar! Como espera que eu a impeça de cometer suicídio? - O loiro retrucou histérico.

— Use o seu próprio jeito natural de conversar com as pessoas e fazer amigos. - Mitsuki falou sorrindo.

— Isso não vai funcionar agora, Mitsuki! - O loiro falou.

— Pessoal, parem. - O Jounin falou, parando de pular pelas árvores.

— O que aconteceu, Konohamaru-nii-chan? - Boruto perguntou, parando ao lado do moreno.

— É sensei. E olhem para cima. - O moreno apontou para um pássaro que segurava uma flor e um envelope. Estava rodeando o grupo.

— Um pássaro mensageiro… - Sarada falou intrigada.

— Pássaro mensageiro? Quem usa essa coisa velha para se comunicar nos dias de hoje? - O loiro questionou, olhando para o pássaro que descia em sua direção.

— Meu pai usa, Boruto. - Sarada falou friamente.

— Ahn… Tirando o tio Sasuke? - Boruto tentou consertar, mas foi um fracasso.

— É o pássaro de Izumi. - Konohamaru concluiu depois de vê-lo pousar em seu braço direito.

— Uma ervilha doce? Existem tantas flores mais bonitas! Por que uma ervilha doce? - O loiro questionou.

— Se não me engano, ervilha doce significa “adeus”, na simbologia das flores. - Mitsuki falou com um semblante sério.

— Temos que ir. - Konohamaru falou depois de ler a carta. Então, sem aviso prévio, saiu correndo novamente.

— O que será que estava escrito na carta? - O loiro perguntou.

— Pela aflição do sensei e pela flor enviada junto com a carta, ela deve estar se preparando para a morte. - Mitsuki respondeu.

— Será que vamos conseguir chegar a tempo…? - Sarada perguntou preocupada.

— Temos que conseguir. - Konohamaru respondeu mais para si mesmo.

“Konohamaru,

Sinto muito, mas a dor de perder a família e perder meu futuro com a pessoa que gosto está acabando comigo. Eu sempre tive baixa autoestima, mas quando estava com você, não sei, parece que tudo mudava pra melhor. Agora, não tenho minha família que me apoiava e nem você aqui por perto. Queria lhe dizer minha localização, mas sinto que, se eu vê-lo agora, só vou conseguir pensar que sou mais inútil ainda, por pensar em me matar. Então, para poupar você e as pessoas que gosto, irei morrer aqui, sozinha. Foi muito bom conhecer você, o time sete, o Hokage, a Hinata e a Himawari. Vocês são pessoas muito queridas para mim, então irei fazer um favor para todos. Vou sumir e peço que, por gentileza, esqueça que algum dia existi. Isso será melhor para todos. Gostaria de falar mais uma coisa. Nunca falei isso para ninguém, então sinta-se privilegiado. Eu te amo.

Izumi.”

A carta que Izumi escreveu ficava ecoando na cabeça do Jounin. Era como se não houvesse mais som algum no mundo, só a voz da garota e as palavras escritas na carta. Aquilo era um absurdo. Como poderia esquecê-la? Viveram juntos por muito tempo, e agora quer que a esqueça? Isso nunca irá acontecer. Não iria se dar por vencido. Não descansará até encontrar sua amiga e amor da vida.

Passou a correr o máximo que pode entre as árvores, deixando o time a uns metros para trás. Os três tentavam acompanhá-lo, porém era difícil correr na velocidade que o moreno estava.

Logo chegaram ao deserto. Ficaram correndo por um tempo, até perceberem que o pássaro que havia lhes entregado a carta estava rodeando uma área bem isolada.

Correram até lá. Konohamaru estava desesperado, pensando que não chegariam a tempo. Estava aflito. Chegando na entrada da caverna onde o pássaro rodeava, encontraram uma cena chocante.