Três dias depois da conversa na biblioteca, os Levinson’s mais velhos foram embora. Os dois sentaram-se no sofá e poderiam finalmente respirar novamente. Eles almoçaram e depois disso Harold saiu para seus negócios, ela foi tomar chá com algumas amigas.

Com o passar dos dias eles adquiriram uma rotina, tomariam café da manhã juntos e em seguida ele sairia para tratar de negócios e voltaria a tempo de jantarem juntos. Ela aproveitaria o dia com suas tarefas cotidianas, a noite ela o perguntaria como estavam indo os negócios, ele diria que seus investimentos estavam tendo um bom retorno, ela tinha um pouco de conhecimento sobre investimentos que adquiriu após os anos de convivência com Marmaduke, mas não se importava em ver Harold explica-la, ela gostava desse seu lado sério. Um dia ele confessou a ela que estava visitando o banco duas vezes por semana, ela o olhou desconfiada, mas ele lhe garantiu que era apenas para o conselho lembrar que ela tinha um marido que cuidava de seus interesses, ela rolaria os olhos e então teriam outro assunto.

Ela estava acostumando-se com a presença dele e estava sempre ansiosa para seus encontros seja o café da manhã ou o jantar. Ele por sua vez não era diferente, Lady Rosamund havia se tornada uma amiga e confidente em um prazo tão curto, que ele estava começando a temer perde-la.

Houve um convite para um baile de uma das amigas dela, ele não se lembrava exatamente o nome da anfitriã, no passado ele seria o primeiro a chegar ao baile, para poder ver as jovens presentes, mas no presente ele não sabia ao certo se queria ir a esse baile, mas Rosamund o perguntou se ele iria, pois de acordo com ela, ela precisava exibir seu marido americano, e o brilho no olhar dela, não deixaria escolha a não ser perguntar quando seria o evento.

No baile ele estava conversando com algum dos homens que havia conhecido em sua estadia em Londres, mas ele sempre desviava o olhar a procura de sua esposa britânica. Após duas horas nessa situação e impulsionado pelo álcool ele se aproximou de Rosamund e pediu a ela uma dança, ela não negou, mas o olhou desconfiada.

Ele gostava de dançar com ela, agora ele sabia disso. Naquela noite em Downton ele estava tão transtornado com a chegada dos pais, que não havia se concentrado o suficiente para sentir seu perfume de rosas inebriante ou a encarado o suficiente para admirar as sardas que ela possuía no nariz. A cada giro, ele tinha a necessidade de mantê-la cada vez mais próxima de si, o que havia de errado com ele?  

Ela estaria mentindo se dissesse que não gostou de dançar com ele, mas ela também não diria sobre sua aprovação em voz alta. Depois de mais algumas danças, ela se despediu de sua amiga Ruth e o marido dela e ambos foram para casa. Durante o trajeto ela pensou sobre a noite, assim que chegaram ao baile e ela viu as belas jovens ali presentes ela tinha a certeza que seu marido logo estaria dançando com elas e por isso logo se afastou para seu grupo de conhecidas, mas ela se surpreendeu ao vê-lo sempre por homens de negócios e a espiando vez ou outra, sua amiga Celine até mesmo brincou sobre a fascinação de seu marido americano. Ela queria ir até ele e chama-lo para uma dança, mas dessa vez ela não tinha desculpas e se ela interrompesse uma conversa importante e ela a dispensasse? Foi por isso que ela manteve distância, mas quando ele se aproximou dela e pediu uma dança seu coração bateu mais forte, ela não hesitou em acompanha-lo. “Rose?” Ela o ouviu chamar, ela estava tão concentrada em seus pensamentos que nem percebeu que o automóvel havia parado e seu marido já havia descido e estava pronto para ajudá-la.

Eles entram em sua casa, a casa estava silenciosa, mas isso não era novidade para ela, para nenhum dos dois alias. Subindo as escadas lado a lado, era cada vez mais difícil ignorar a presença dele, ele a acompanhou até a porta de seu quarto, ambos pararam diante da porta “Bem... parece que você chegou em segurança” Ele disse e ela viu o lampejo de um sorriso aparecer no rosto dele. Mas ela não estava em segurança, seu coração indomável estava começando a mostrar os sinais de contrair sua razão, ela estava começando a temer suas atitudes se ele não se afastasse logo “Boa noite Harold” Ela disse e o ouviu suspirar “Desculpe-me Rose” Ele disse e ela abriu a boca para questiona-lo, mas imediatamente ela sentiu um braço em sua cintura e uma mão segurando seu queixo, em questões de segundos seus lábios se encontraram.

Sua mente foi lenta em processar a situação, mas seus lábios foram rápidos em retribuir na mesma intensidade. Quando ele afastou a boca da sua, ela estava encostada na porta e sem fôlego, ele deu espaço a ela, mas o que o surpreendeu foi quando ela agarrou-lhe o antebraço “Fique, por favor” Ela lhe pediu em um sussurro e ele não era forte o suficiente para negar-lhe o pedido.

Eles entram no quarto, sem a ajuda de empregados suas roupas estavam amaçadas no chão, mas isso não importava no momento, o que importava ali era cada beijo, cada toque, cada caricia que tinham a oferecer um ao outro, nem mesmo o amanhã poderia ser considerado, pois esse era um ato que não poderia se repetir. E assim naquela noite, seus corações espirituosos colocaram um fim no acordo que suas mentes aguçadas haviam elaborado.