Lady and the Tramp escrita por Deh


Capítulo 11
XI – Culpa e desculpas




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Harold Levinson está se embriagando na biblioteca e ninguém tem a intenção de incomoda-lo, mas Violet Crawley é alguém que odeia auto piedade. Ela olha o estado do genro e segura a língua para não dizer nada, ela sabe que ele notou sua presença. Sentando em uma poltrona ela o encara, ela não irá iniciar a conversa.

“Diga, eu sei que você está louca para me culpar” Ele diz e ela quase tem pena dele, quase, ela nota que seu silêncio o irrita, ele toma mais um gole de whisky suspirando ela finalmente diz na esperança de colocar algum juízo na cabeça do jovem herdeiro “Você deveria ver seus filhos” Ele a olha irritado “Eu já os vi” Ela o fita, ele parece uma criança teimosa “Quando nasceram e isso foi há um dia” Ele bufa e ergue a voz “Você não entende? Sem ela nada mais faz sentido” Ela sabe o que ele está falando, ela conhece o sentimento, então se levanta “Quando você chegou ontem, pensei que eu estava errada sobre você, mas no fim não estava, você não passa de um garoto mimado” e se dirige para fora da sala. Ela conhece a dor de perder a pessoa que ama, mas ela não desistiu de sua vida quando Patrick a deixou, longe disso, ela continuou forte para seus filhos e netos, ela estava ao lado de Cora quando Robert foi para guerra, ela estava com Rosamund enquanto ela sofria por Marmaduke, ela manteve-se firme porquê seus filhos precisavam, era tão difícil assim para o senhor Levinson entender?

Ele está irritado após a partida da sogra e logo sai da biblioteca também, ele perambula pela casa, agradecendo mentalmente por não encontrar ninguém. Seus pés acabam levando-o para o berçário, ele não tem certeza se deve ou não entrar, ele não sabe se pode fazer isso, mas ele respira fundo e abre a porta, a primeira coisa que nota é Cora ninando um bebê, ele demora a entrar, mas o faz. Aproximando-se da irmã, a mesma para de cantar, ele está bem próximo a ela, quando deixa o olhar vagar pelo bebê, é Cora quem fala “Violet disse que ela parece muito com Rosamund” Seu rosto se contorce na menção do nome da amada. Se Cora percebeu, ela optou por ignorar, pois logo pergunta “Você quer pega-la?” Harold a olha estranhamente “Eu não sei como fazer isso Cora” Ela não lhe dá ouvidos “Sente-se naquela cadeira” Ela diz indicando a cadeira de balanço próxima a janela, sabendo que é uma batalha perdida ele faz o que a irmã ordenou, ela lhe dá as instruções e quando dá por si, ele está segurando sua pequena garota “Ela é tão pequena” Ele ergue o olhar para encarar a condessa. “O doutor Clarkson disse que apesar de pequena, ela é saudável, ela ficará bem” Ele volta a observar a recém-nascida, ele vê os fiapos de cabelos alaranjados “Eu não posso cuidar deles sozinhos Cora” Ela se aproxima do irmão e aperta o ombro dele “Você não está sozinho Harold, você tem a mim, a mamãe, Robert e até mesmo Violet” Mas apesar do apoio que a irmã lhe proporciona ele a olha perdido. “Mas eu preciso de Rosamund” Ele diz se levantando e entregando o bebê de volta para a irmã.

O pai de dois sai do quarto e entra em outro cômodo, ele suspira ao ver a mulher deitada na cama. Tão pálida quanto os lençóis, o que evidencia ainda mais seus cabelos cor de fogo, ele se senta ao lado dela e aperta sua mão, ele fica assim por um bom tempo, tentando encontrar as palavras certas “Rosamund... não me deixe. Eu preciso de você, as crianças precisam de você.” Se ela não ficasse por ele, que ficasse pelas crianças, ele não se importaria. “Você tem que vê-los, eles são tão pequenos” Ele sorri levemente “Lily se parece muito com você”  Ele a observa na esperança dela abrir os olhos e fazer algum comentário, mas ela não faz. Ele suspira “Desculpe-me Rose, eu sei que te machuquei. Eu não deveria ter dado ouvidos a você, eu deveria ter vindo atrás de você. Eu estava tão viciado em você, que eu não percebi o quanto amava você até lhe perder. Minha cama era extremamente grande, o café da manhã sem seus comentários não havia graça, jantar sem ter você para contar sobre meu dia, eu senti tanto a sua falta. Desculpe-me Rose, eu só preciso que você saiba que eu amo você” Ele riu “Quem diria em? O playboy americano acabou se apaixonando pela esposa britânica, mas é verdade Rose, você é o amor da minha vida”. Ele terminou e nem percebeu que as lágrimas rolavam pelo seu rosto, ele segurou para que os soluços não lhe escapassem.

Quando viu a porta entreaberta, ela planejou sentar-se ao lado da filha pela noite. Ela não planejava encontrar o genro ao lado da filha, abrindo o coração para a esposa, sabia que tinha que sair sem ser vista, mas seus pés congelaram e ela ouviu toda a declaração. Quando ela percebeu que ele estava chorando, ela saiu dali, pois não sabia se seria capaz de segurar as próprias lágrimas, mas antes que voltasse ao seu próprio quarto, ela garantiu que ninguém incomodasse o que poderia ser os últimos momentos do senhor Levinson com a esposa.


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