31 de Outubro de 1979

Casa de Sirius Black

— Se Lily sonhar que estou fumando vai me matar — comentou melancolicamente James Potter com seu baseado em mãos. Sirius olhou com certo nojo para a aliança em seu dedo, amava Lily Evans (Potter, blergh), mas não conseguia negar que ela o transformou num monstro. Quem diria que o mais cafajeste aluno de Hogwarts se casaria com alguém? James era um herói, ninguém nunca levaria a mesma quantidade de garotas para a cama como o Potter fizera, Sirius o admirava por esse feito. Ver que sua "carreira" promissora havia chegado ao fim, e logo com Evans (mais conhecida como Yoko Evans), era no mínimo triste.

— Pelo menos você tem alguém para se importar com você — respondeu Remo.

Sirius se serviu de cerveja amanteigada. Sua cabeça estava girando demais para mais um copo de whisky de fogo, tomou tudo numa golada só e então tragou seu baseado outra vez.

— Como foi com Dorcas? — questionou James

— Ela me odeia — Remo suspirou — Não tive coragem de dizer a ela que… vocês sabem…

— Seu probleminha cabeludo — riu James — O que ela disse quando você terminou com ela?

— Jogou todas as minhas coisas na rua, aliás, posso morar com você por um tempo Almofadinhas?

— Mi casa es su casa, Aluado — Sirius tragou o baseado novamente — Lembram quando Remo beijou Dorcas pela primeira vez? — gargalhou — A coitadinha teve que ir para a enfermaria, não conseguia acreditar que alguém a havia beijado na boca.

— Eu também não acreditava que estava beijando alguém na boca.

Remo e James gargalharam. Logo as garrafas de whisky de fogo e cerveja amanteigada estavam vazias. As lembranças de Hogwarts os fizeram rir o suficiente para que seus estômagos ficassem doloridos.

Sirius deitou-se no colo de Remo enquanto ainda conversavam.

— Vocês sabem onde Rabicho se meteu? — perguntou Remo, sua cabeça agora estava apoiada no sofá enquanto os cabelos de Sirius lhe faziam cócegas nas pernas.

— Não o vi — respondeu James — Vocês não acham que ele está meio estranho?

— Eu acho que sei porque ele some — disse Sirius, sombriamente. Ambos aguardaram pacientemente pela resposta de Almofadinhas — Rabicho é apaixonado por Pontas, ele está triste desde o casamento.

— O que?

— Falando em casamento, acho que vou pedir a mão de Marlene.

James deixou seu baseado cair e Remo ergueu a cabeça do sofá, tossindo. O cigarro de James queimou o tapete e levantou um pequeno filete de fogo.

— Aguamenti — um jato de água saiu da varinha de James, dando fim ao fogo. Sirius, entretanto, não se abalou de forma alguma. — Você e Marlene vão casar?

— Não tem outro jeito de ficar com ela — respondeu Sirius sabiamente — Será o fim para toda as outras garotas, mas infelizmente quero só estar com Lene.

Quase no mesmo segundo, o enorme crack de aparatação chamou a atenção dos marotos. O coração de James quase saiu pela boca ao dar de cara com a própria esposa e Marlene ao seu lado.

Lily brigou com o  rapaz aos berros por estar fumando, e enquanto Lupin tentava apartar a briga (sentindo medo, por James), Marlene indicou com a cabeça a Sirius que ambos deveriam sair da sala e ir para o quarto conversar. O Black jogou fora o cigarro e a seguiu até o quarto, para ficarem a sós.

— Precisamos conversar, Sirius!

— É, precisamos mesmo — ele sentou-se na própria cama e olhou para a garota loira em sua frente.

— Olhe, Sirius, a gente tem brigado tanto ultimamente e eu não gosto de brigar com você, de verdade, eu me importo muito com a nossa relação, mas se a gente não…

— O que você acha de a gente se casar? — questionou distraidamente, olhando as próprias unhas — Não foi você quem pegou o buquê de Lily?

— Você… é sério? Você não está brincando comigo, está? — Sirius apenas assentiu, um sorriso travesso nos lábios, a expressão no rosto de Marlene era impagável, parecia a mesma Marlene de cinco anos atrás — Sirius se isto for uma brincadeira, não tem graça nenhuma.

— Lene… — Sirius revirou os olhos — Não estou brincando, estou falando sério, você quer se casar comigo?

— Eu quero!

— Certo, pegue uma blusa de frio, vamos comprar as alianças.

Sirius e Marlene saíram de mãos dadas do quarto. Lily e James ainda berravam, nada de anormal, mas Remo tremia da cabeça aos pés e entre os dois, tentava em vão acalmá-los.

— Aonde vocês pensam que vão? — berrou Remo

Mas o casal aparatou antes de ter tempo de responder.