Equinox escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 18
Capítulo 98


Notas iniciais do capítulo

fotos do capítulo 98:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1703561579679118&set=pcb.1703565529678723&type=3&theater



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/753346/chapter/18

8 de janeiro de 2008

Tenho um sonho estranho enquanto estava dormindo.

[Eu estava vendo uma mulher que chamava o marido para tomar o café da manhã. Eu percebi que a mulher tinha um aspecto familiar, e reconheci que ela era Esme ainda humana. Então o homem desconhecido só pode ser o ex-marido dela: Charles. Só de pensar nele tenho vontade de vomitar.

Esme chamava Charles para tomar o desjejum. Nada estranho, ela não fazia nada que pudesse irritá-lo. Ele claramente estava bêbado e por isso ela chamava-o com cuidado. Ele tinha dificuldade até de se levantar da cama:

“Charles, meu amor.”

“Esme, sua vadia, não me amole – ele diz com a voz trôpega. – Não vê que estou com dor de cabeça?”

“Por isso você precisa tomar um café bem forte para curar essa ressaca Charles. Eu acabei de fazer, ainda está quentinho.”

“ ‘Tá’ bom, ‘tá’ bom, eu vou – ele diz se colocando de pé furioso. – Quem sabe assim você para de me encher o saco.”

“ Charles querido, não fale assim comigo. Eu preparei com carinho para você. - Esme diz fazendo uma carinha de choro de partir qualquer coração.” Menos o do ex-marido dela.

“ Então deve ter posto veneno, do jeito que você me ama.”

“Eu jamais seria capaz de fazer uma coisa dessas...”

“Tola sentimental. Você já devia ter se acostumado com meu jeito de ser. Eu sou assim e não vou mudar só por sua causa.”

Ele fica em pé e caminha ao encontro da esposa e os dois seguem rumo às escadas para descer até a cozinha. Não sei por que ele fez o que fez, foi muita maldade, mas ele empurrou Esme que rolou escada abaixo.

Esme! - Foi o meu grito mudo desesperado.

Eu corri para ajudar, tão rápido que parecia que eu estava voando e não me admiro se eu estava mesmo, mas eu não consegui tocar nela, assim como eu fiz quando percebi a intenção demoníaca de Charles e tentei evitar, minha mão atravessou seu corpo. Eu era um fantasma ou um espírito. Esme estava aos meus pés e eu velava por ela enquanto ela estava desacordada.

Charles terminou de descer as escadas e parou esperando Esme acordar. Demorou pouco mais de cinco minutos até que ela abrisse os olhos e olhasse confusa para o ex-marido:

“Charles, porque você fez isso? – ela diz ainda atordoada pela pancada.”

“Você sabe que eu não preciso motivo para fazer nada. Eu faço o que eu quero e eu queria ver você rolando da escada. Se bem que eu teria motivo para isso, você me acordou, sua desgraçada.”

“ Está satisfeito com o que fez? – Esme tenta se levantar e sente muita dor na barriga. Instintivamente ela olha ao redor e percebe quanto sangue tem debaixo de si.”

Antigamente ela pediria desculpa, mas ela não fez nada para justificar o que ele fez. A culpa foi dele e não sua.

“Estou sim– Charles diz ainda mais contente ao ver a expressão da esposa – Parece que eu fiz um belo estrago, não foi? – ele diz presunçosamente.”

“Charles, você... – ela tenta se erguer novamente, mas a dor é incapacitante e a faz voltar a se sentar. – Seu ASSASSINO – ela diz em tom acusatório.”

“O que você disse sua cadela? – ele corre na direção dela e agarra seu pescoço. – Vou lhe mostrar como eu sou assassino.”

“Pode me matar Charles – diz Esme soluçando e engasgando por causa da pressão na garganta. – Você matou nosso filho! – lágrimas escorrem abundantemente por seu rosto, mas é tarde demais. – eu ainda nem sabia que estava grávida, eu suspeitava, mas... Damn Charles, eu o odeio – Esme tenta bater no ex-marido, mas ele segura seu pulso.”

“ Na-na ni-na não. Não faça isso, mocinha, ou você vai se arrepender.”

Por um instante Charles parece chocado e parece refletir no que fez: Será que Esme nunca mais poderá engravidar novamente? Será que por culpa dele que isso aconteceu? Isso é simples de resolver, terá de escolher outra mulher e matar Esme já que ela não poderá mais lhe dar um herdeiro.

“Provavelmente era uma menina fraca como a mãe, se fosse um homem não teria morrido por causa de um tombo apenas.”

Esme olha para Charles indignada. Ela é mulher e nada fraca, pois não morreu com a queda. Não é só por causa do sexo do bebê. É por causa que a gestação estava no início. Ele não sabe de nada, só acha que sabe.

“Você me empurrou! Seu covarde, assassino! Seu monstro!”

Na hora ela nem pensou que talvez nem poderia mais ter filhos, e nem que Charles pensava em se livrar dela. Mas não foi isso que aconteceu e ela engravidou novamente mais tarde, porém o bebê morreu dois dias depois que nasceu.

Charles dá um soco na boca de Esme que a faz morder a língua ou a bochecha. Logo ela sente o gosto de sangue preenchendo sua boca.

Eu me sinto sumindo aos poucos e grito:

“Mamãe!”]

 

...Acordo aos gritos ainda chamando pela minha mãe. Eu abro os olhos e vejo que eu é que estou em meio a uma poça de sangue. O sonho foi um alerta. Odeio esses dias! Odeio ter de passar por isso. Não vou sentir a menor falta quando eu for vampira, na verdade não vejo a hora.

Me levanto e vou ao banheiro me limpar e fico pensando no sonho. Deve ser por isso que eu não gosto de ficar menstruada, porque tanto sangue saindo por ali não me traz uma lembrança boa. Mesmo antes de eu ter esse sonho, eu já não gostava disso. Não sabia porque, mas agora está explicado.

Quando volto ao quarto nem sinal de Esme ainda. ‘Onde será que ela foi?’. Nesse momento eu encontro um bilhete:

“Fui ao continente caçar e volto logo. Me perdoe por sair assim sem avisar.

 

 

Com amor,

Esme”

 

Image 1

 Uma marca de lábios com batom vermelho marcava a capa do papel. Essa assinatura de mamãe, ela gosta de usar batom vermelho que marcam bem a boca. Ela parece muito com aquelas ingênuas da época do cinema mudo e ela é mesmo desse tempo. Não duvido que ela tenha assistindo alguns filmes sem som.

— Já acordei, mãe. Vou ficar bem. – afinal o que poderia me acontecer se eu estou sozinha nessa ilha? Não sou como a Bella que atraio problemas como um imã. - Volte logo! – digo em voz alta, mas apenas para mim mesma e então ela chega de repente e comenta:

— Já estou aqui, sweetie— ela se aproxima de mim. – Espero que você não tenha sentido a minha falta.

— Eu acabei de acordar, mãe – ela sabe, pois me ouviu falando sozinha.

— Eu sei, querida - Esme me dá um abraço. Outra de suas características.

Image 2

— Você está bem? – ela me analisa cuidadosamente. – Parece que esteve chorando. O que houve?

— Foi apenas um sonho ruim, mãe.

— Me conte, por favor, filha. Pode confiar em mim.

— Não quero incomodá-la com uma bobagem da minha cabeça – eu ainda não acreditava que o sonho fosse uma visão do que aconteceu no passado.

— Eu não vou achar bobo, filha. Eu prometo – Esme compreende meu receio em lhe dizer algo que eu penso que é bobo porque meus pais humanos riram de mim quando eu lhes disse algo sério, imagina se eu falasse alguma coisa assim?

Segundos de silêncio até que eu finalmente decido falar o que vi:

— O pesadelo foi com você, mãe. Por isso me abalou tanto. Nada nesse mundo pode me machucar mais do que se acontecer alguma coisa com você.

— Oh querida! – ela me estreita mais em seu peito firme como mármore.

Image 3

— Nada mais pode me machucar, não se preocupe comigo, meu amor.

Na verdade, há sim coisas que podem feri-la, sei muito bem disso. Mas eu não digo nada sobre isso naquele momento. E ela sabe que não diz a verdade. Bom, de certa forma, sim, ela não está mentindo para mim, pois ela não vai se arriscar por qualquer motivo. Não apenas por mim, mas por papai e por toda nossa família. Nós a amamos muito e ela sabe quanto nos magoaria se algo acontecesse com ela.

— Mamãe! – recomeço a chorar ao lembrar do pesadelo.

— Pronto, pronto, eu estou aqui, não precisa ter medo. Eu estou bem – ela diz afagando minhas costas.

— Eu sonhei com você e... seu ex-marido – Argh! Tenho até nojo de pensar nesse cretino. O que ele fez... Eu vi ele fazer, me fez repudiá-lo ainda mais.

— Sobre o quê, querida? – Esme fica espantada por um milésimo de segundo, mas pergunta curiosa.

— Eu vi você acordando ele um dia bêbado e depois ele empurrou você da escada e fez você perder o bebê que esperava. Você nem sabia que estava grávida e ele matou a criança antes mesmo de saber que ela existia. Isso foi muito cruel, foi muito triste – digo soluçando.

Esme dá alguns passos para trás e senta na cama, atônita. Eu continuo falando:

— Mamãe, me desculpe. Acho que estou imaginando coisas, minha cabeça fez isso. Eu pensei que entre Charles ter voltado da guerra e meu irmão nascer, poderia ter acontecido... Eu disse que era bobagem. Me desculpe, mãe.

Ela ergue a cabeça e me fita com firmeza e doçura no olhar ao mesmo tempo:

Image 4

— Carol, não precisa pedir desculpas por isso, não foi culpa sua. Sim, isso aconteceu de verdade, assim mesmo como você disse. Me pergunto como é que você pode saber disso? Mas, se você sabe disso, então... Ou você pode ver o passado, ou... Só eu e meu ex marido poderíamos lembrar daquele dia 13 de abril de 1920. Se você também lembra, você estava lá. Você é minha filha, Carol querida! – Esme coloca a mão sobre o coração. – Por isso que você me ama tanto! Agora tudo faz sentido. Nenhuma mãe tem a chance de conhecer o filho que perdeu, não que eu saiba, talvez no céu. Mas eu tive essa alegria!

Ela me envolve ainda mais próximo de seu coração. Eu sei que ela queria me apertar se isso não fosse me machucar é o que ela faria. ‘Tenha só mais um pouco de paciência, mãe, quando eu for uma vampira você vai poder me abraçar sem medo.’

Esmée, o nome da mamãe escrito em francês, é um nome tão parecido com Aimée, por isso que eu sempre gostei do nome Aimée desde muito pequena. Na verdade, era Esme e eu não me recordava muito bem porque eu ouvi ainda dentro do útero dela, mas a memória do nome veio logo quando eu a conheci.

— Eu me sentia como um fantasma no sonho. Eu vi Charles empurrando você, mas eu não pude detê-lo, pois a minha mão atravessou o corpo dele. Me desculpe, mãe.

— Oh minha filha! Não precisa se desculpar, você tentou ao menos. A culpa não foi sua. Charles matou você!

— Eu não acredito muito em reencarnação...

— Mas talvez nesse caso você voltou à terra porque não teve nem sequer a oportunidade de nascer. O que me diz que seu pai pode ser também reencarnação de Charles. Eu não poderia porque não morri propriamente... mas ele morreu. Ele queria matar você de novo, mas dessa vez eu consegui salvar você antes que ele conseguisse.

— Não creio que Charles teria reencarnado.

— Ele era uma pessoa muito má, mas talvez todo mundo volta. Até gente má.

— Mas e se eu for ele? - não posso evitar ter essa preocupação.

— Não creio que você possa ser ele, querida. Ele não me amava e você me ama muito.

— É verdade mãe, mais do que a minha própria vida. Minha vida agora é sua. Sempre foi, se isso é verdade. Obrigada por ter me salvado nessa vida, mãe.

— Ah minha filha, minha filha! Quem diria que depois de tantos anos estaríamos juntas novamente?! Mais um motivo para ficarmos juntas para sempre. Ao menos Charles acertou que você era uma menina, mas não foi por isso que morreu. Qualquer que seja o sexo do bebê é sempre delicado o começo de uma gravidez. A deixei morrer uma vez e não vou fazer o mesmo de novo, podendo impedir. Não vou deixar você escapar. Eu vou fazer tudo que puder para protegê-la.

— A culpa não foi sua, mãe.

— Sim, eu sei; mas eu não quero perder você nunca mais. MINHA FILHA! Uma vez filha para sempre filha!

— Mas e a minha mãe dessa vida?

— Ela só está fazendo o papel que eu faria se tivesse morrido naturalmente.

— Quer dizer que um de meus irmãos é seu filho?

— Não exatamente.

— Então ele pode estar em qualquer lugar do mundo?

— Vamos encontrá-lo. Agora que eu sei vou procurar por ele.

— Eu vou ajudar. Sou totalmente a favor - não sinto nenhum ciume em dividir a mãe com meus irmãos. não sei como eles pensam, mas eu não tenho nenhum problema com isso.

— Mas primeiro você vai ser imortal e depois de alguns anos vamos buscar seu irmão.

— Sim, mamãe.

...XXX...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Equinox" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.