Irmãos, só irmãos escrita por pandora


Capítulo 1
O acordo


Notas iniciais do capítulo

Ooii gente, estou com uma fanfic nova, espero que gostem!



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—Não chora mais Emma, por favor! Fico triste quando você chora! -eu dizia mais uma vez pra menina na minha frente, que já estava soluçando.
—E-e-la foi embora...Rafa, sem ao me-nos dizer um adeus! -ela dizia já limpando as lágrimas.-Ela me abandonou! E agora?

—Eu vou cuidar de você, sempre e para sempre!- disse com um sorriso de canto.

—Queria que você fosse meu irmão!—as palavras saíram em um pequeno sorriso.
         Aquele comentário não me agradara nem um pouco e o pior é que nem sei por que. A Emma era a única menina que eu ficava perto e não me dava vontade de correr! Geralmente as meninas me davam isso. Minha mãe dizia que podia ser devido eu ter oito anos, assim como a Emma. Mas sem ter o que dizer é a contra gosto disse:
—Eu também Em! Agora para de chorar!

POV EMMA
           Minha mãe me abandonou depois de mais uma briga dos meus pais, eram poucos os momentos que éramos felizes. Minha mãe queria outras coisas, ela sempre dizia isso, mas ela me abandonou, assim como o pai do Rafael o abandonou, eles nem olharam pra trás, ao menos uma vez. Já fazia três anos e ainda me lembro como fosse ontem ele correndo pra me contar e como tava chorando, o pai dele agredia a mãe dele, era horrível.
         Acredito que nenhuma criança poderia passar por isso, nenhuma mesmo.


                     APÓS OITO ANOS

Eu estava jogada no sofá, e sempre acabava me pegando pensando no dia em que o Rafael me prometeu que iria cuidar de mim, além de olhar para o colar que ainda usava, sempre colocava por dentro da blusa para que o Rafael não visse, aquele era o símbolo da nossa amizade, me deu no natal, do ano que minha mãe me deixou só para reforçar a promessa que ele acabou esquecendo.
        Que bobagem, hoje em dia nem olha na minha cara, além de contar que transforma meus dias insuportáveis.
—Fala Parker! Cadê o povo dessa casa? -nem havia percebido que ele tinha chegado. -Com essa sua cara feia deve ter espantado todos!— Me levantei, dando espaço pra ele no sofá da grandiosa sala. 

Nossa casa era linda, toda iluminada e decorada por um francês a pedido de Sophie, minha madrasta, mãe do Rafael. 

Sabe aquele ditado que diz cuidado com o que você deseja? Poisé tome cuidado, o meu pedido virou realidade, sou IRMÃ do meu antigo melhor amigo. Nossos pais se casaram quando tínhamos doze anos dando início ao meu inferno.
—Não sei Alcântara, deve tá na empresa ainda! Porque você não foi pra lá? Ah é você tava correndo atrás de uma bola estupida!

Peguei o livro que deixei sobre a mesa de centro que era feita de cristal moldada por cedro, tudo era tão sofisticado, nem se comparava com as antigas casas que tínhamos, a vida simples que levávamos. Tudo isso subiu na cabeça dele, do Rafael. Ele ficou bem mais alto do que eu, seus cabelos loiros ficaram mais claros do que quando éramos criança, e seus olhos azuis tinham perdido o brilho que lembrava ter. Agora que olhei pra ele, ele estava vestido com o uniforme clássico do time do nosso colégio, o Colégio Andrade Viera, um tradicional colégio de Seattle. Depois do casamento so piorou, pensávamos que ia passar a rebeldia, tratava mal a mãe, o meu pai e principalmente eu, na frente de todos ele era meu "irmão", mas quando a sós era o demônio. A rebeldia passou, mas continuou fugindo gentileza, destruía minhas coisa, me ignorava, então comecei a ignora-lo, e a promessa se perdeu no tempo.
—E porque a filha perfeita dos patrões não esta sendo útil lá? Afinal, você é o modelo de filha né? Como nosso pais dizem para todos! -ele dizia tudo com muita ironia.
—Não vou perder meu tempo com você! Tenha uma péssima noite Alcântara!
Comecei a subir as escadas, quando ele falou em tom calmo.
—Sabe Em -quando ele diz meu apelido de criança, alguma coisa ruim viria. -Mais que você se esforce não vai conseguir a vaga da Júlia! Então desista! Conselho de irmão! -e se afundou no sofá.
Eu voltei para onde estava, e me abaixei para falar no ouvido dele.
—Não me meça por seus fracassos, não sou você! Não sou eu que me escondo atrás de uma bola, não sou eu que tenho amigos idiotas, não sou eu que namoro uma estupida como a Livie, principalmente não sou que sou tão vazio por dentro!
E deixei ele lá sozinho com seus pensamentos. Como ele podia ser tão cruel, ele sabia que era meu sonho entrar na academia Júlia, era a maior escola de dança do mundo, mas ele me fazia ficar com medo, mas não ia desistir de nada. Se conseguisse uma vaga, ia pra bem longe dele, e não ia mais ter que olha-lo e lembrar do meu amigo.
Subi apresada pro meu quarto, só queria meu amigo de volta, se soubesse que ele não seria mais ele, nunca teria feito um pedido desses!
POV RAFAEL
—Fui cruel, já sei! -falei mais pra mim do que para o meu amigo.
Sabia que era o sonho dela, e estava destruindo, o que tava fazendo?
Já nao eramos amigos há exatos quatro anos, a idade do casamento do nossos pais, não sabia mais o que dizer, só a magoava e ela era mais cruel ainda.
"Rafael, cara essa tática é horrível, você só fez ela se afastar, era isso que queria?" -meu amigo falava do outro lado, com irritação, ele gostava da minha "irmã", mas como não gostar, mas ele gostava como eu deveria gostar, como irmão que somos, mas eu não conseguia, ela era incrível, inteligente, divertida, além de dizer como era linda.
Após oito anos ela ficava cada dia mais linda, os cabelos negros com a noite moldava a pele branca dela, seus olhos verde hipnotizavam, além de falar da boca carnuda.
—Não né Guilherme! Eu queria ela pra mim! Mas olha só ela me odeia, fui a afastando e quando percebi ela me odiava até demais! Bom depois a gente se fala mano! -esperei o Gui desliga, e tomei a decisão mais sensata que tive.
Subi as escadas como um tufão, e bati na segunda porta a direita do imenso corredor, a porta dela era na frente do meu, suspirei bem fundo e bati.
—Pode entrar! -ela disse com suave.
Abrir a porta, para dizer isso, ela pensava que não era eu, nunca ia no quarto dela. Evitava demais, não conseguia. Jamais nesses quatro anos. O quarto dela, era simples era uma projeção do antigo quarto dela, todo pintado de branco, espaçoso dava dois quartos da antiga casa dela, esse quarto tinha na parede central uma cama gigante de casal, com vários travesseiros, na ala norte tinha uma mesa com um computador, e os diversos livros dela, tinha a barra de ferro de bailarina, na ala sul tinha o guarda-roupa grande, fora as prateleiras que tinha fotos das amigas, dos nossos pais, até uma nossa no natal que tinha há mais de oito anos. As coisas do quarto dela eram as mesma da antiga casa só a poltrona era nova, vermelha combinando com o tapete e as cortinhas! As bonecas estavam arrumadas de forma organizada, era espaçoso por conta dos ensaios que fazia, embora tivesse uma sala só pra ela. Mas preferia ensaiar no quarto para poder me evitar. Ela era muito talentosa, isso tinha que admitir.
—Oi! -disse meio sem graça.
—Sua vadia que chama de namorada não veio bater ponto hoje, então resolveu vim me encher?!
—Sabe Emma, quando sua mãe foi embora! -ela me olhou com o olhar atravessado, sabia que era um assunto delicado.
—O que tem isso? -ela disse devagar.
—Eu prometi que cuidaria de você, e fui um péssimo amigo! Sei que te disse coisas horríveis, e mesmo no início você tentando me entender, eu continuei ate que você começou a revidar! -eu a olhava e ela continuava me encarando. -Quero propor um acordo.
Ela me olhava desconfiada, e disse:
—Que acordo?
—Por nossos pais, uma trégua topa? -estendi a mão.
Ela olhou pra minha mão como se fosse de outro mundo, mas pegou minha mão.
—Aceito, por nossos pais! Mas porque isso?
—Cansei dessas brigas todas, nossos pais vão viajar no fim do mês e não é bom que fiquemos desse jeito!
—Alcântara, se você aprontar algo eu te quebro! – ela disse em tom de ameaça. Sabia que era capaz, ela era faixa roxa de karatê, dizia que era pra dança, mas era uma ótima lutadora também.
—Calma Parker! E eu tenho um jogo e quero estar bem! –ele me olhava ainda desconfiada. – E temos um trabalho pra fazer!
—Eu já disse que não vou fazer tudo sozinha ne? –ela disse me lançando um livro.
—Sei! Podemos fazer agora! –eu disse olhando a capa do livro “Romeu e Julieta”, que clássico, dei um sorriso pra mim mesmo, e ela percebeu.
—O que foi?
—Nada, então? –disse abrindo o livro.
—Agora você tem que ler, e amanha vemos o que fazemos ok?
—Você não acredita ne?
—Sinceramente Rafael isso é estranho você vim aqui e isso, bora com calma ok?
—Tudo bem! Vou ler e fazemos amanha! E Emma qualquer coisa pode dizer quero tentar!
E sair deixando ela sozinha, e me dirigir para meu quarto ler aquele livro idiota seria o maior problema de todos, o trabalho era pra sexta e hoje já era quarta. Porque mudar agora Rafael Alcântara?
Tirei o colar que guardava como um tesouro, nem sei se a Emma ainda tinha o colar que dei, com toda certeza já deve ter jogado fora de raiva, eu teria. O colar que economizei cada centavo que conseguia, vendia bombons, limonada, ajudava na venda, só pra poder dá uma coisa só nossa.
Era a única lembrança quando ela não era minha irmã!


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Notas finais do capítulo

O que acharam desse capítulo? A opinião de vcs é muito importante!



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