Localização: desconhecida.

Um barulho estranho invadiu a escuridão de seus pensamentos o fazendo despertar. Sentou-se e olhou em volta, mas nada viu, pois a mesma escuridão que momentos antes dominava seus pensamentos agora se projetava para além da sua cabeça.

Novamente ouviu aquele barulho estridente. Um grito.

Não soube da onde veio e ficou em estado de alerta, logo ouviu o que parecia ser um choro e seus nervos começaram a relaxar.

—Quem esta ai?- perguntou desconfiado, se achando ridículo com toda aquela situação.

Um silêncio se seguiu, o deixando intrigado.

—Não me lembro do meu nome.- respondeu uma voz feminina.

Por um momento o menino sentiu-se aliviado, pois não era o único ali, mas então pensou nas palavras que ouviu e uma enorme angustia o atingiu, afinal, ele também não se lembrava de nada, apenas seu nome. Kol.

[...]

—Mas o que diabos esta acontecendo?- perguntou-se.

A pobre garota tinha acabado de despertar da inconsciência e já se encontrava desorientada. Levantou-se e bateu no que parecia ser uma parede, mas não pode ter certeza, já que não enxergava absolutamente nada. Caiu sentada e preferiu não se levantar novamente, era melhor evitar possíveis machucados, pois não conhecia nada do lugar onde estava e neste caso, era melhor manter-se o mais intacta possível.

—Oh, droga, cadê a merda do interruptor?- reclamou uma voz masculina, não muito distante.

—Quem esta ai? -perguntou a garota, assustada.

—Tristan, meu nome é Tristan, quem é você?- respondeu a voz, cautelosa.

—Grace. -respondeu a garota.

—Você pode me explicar o que está acontecendo, Grace?

Grace soltou uma risada seca e se recostou a na parede invisível.

—Não, eu não faço ideia. Achei que estava sozinha até ouvir você. -respondeu.-O mais estranho é que não consigo me lembrar de nada, apenas meu nome.

—Agora que você falou… também não consigo pensar em nada sobre a minha vida.

—Espero estar errada, mas não tenho um bom pressentimento daqui.- comentou a garota, temerosa.

—Espero que esteja errada, também.-concordou Tristan.

[…]

—Você sabe o que está acontecendo?- perguntou a garota.

—Não faço a mínima ideia.- respondeu Kol.

—Acho que estamos pressos.- comentou.- Aparentemente eu encontrei uma barreira e ela é bem resistente, mas o engraçado é que nossas vozes não produzem eco. Então, ou esse lugar está cheio de coisas que não podemos ver, ou é a prova de som.

—Devem ser isolantes.- concordou Kol, agora mais atento.- Mas para que?

—Sinceramente, acho que prefiro não saber.- falou a menina.- Mas então, do que você se lembra?

—Hmm, apenas meu nome.- falou Kol, frustrado.

—Sorte sua. Eu só lembro de estar tudo escuro e então acordar e o que antes parecia algo da minha cabeça ter se tornado real.- resmungou ela.

—Não se preocupe, vamos dar um jeito nisso.- encorajou Kol, o que fez a menina abrir um pequeno sorriso, mas que não pode ser apreciado, por causa da escuridão ao redor.

—E não me leve a mal, quero confiar em você, já que, aparentemente, somos os únicos aqui, mas, você tem que concordar que é difícil confiar em alguém nessas condições.

—Sim, eu concordo completamente.- respondeu Kol, rindo com a sinceridade da outra.

[...]

—E então... –começou Tristan, agora sentado.- Vamos esperar?

—Acho que é a única coisa que nos resta a fazer.- falou Grace, dando de ombros.

—Mas vamos esperar pelo que?- insistiu Tristan.

—Olha, eu não faço ideia do que está acontecendo! Só sei que acordei nesse breu dos infernos e com alguém que eu definitivamente não conheço.- retrucou Grace.

—Não é culpa minha!- protestou Tristan.

—Não importa.- falou Grace, calmamente.- Apenas vamos esperar, uma hora algo deve acontecer, ai saberemos o que fazer.

—Ok.- concordou Tristan.

Não era algo que deixava ambos satisfeitos, mas era a única coisa que podiam fazer, afinal, tudo ali era estranho e desconhecido, e neste caso o melhor a se fazer era esperar e ver o que aconteceria em breve.