To Be a Hero escrita por Tsukimiko san


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Hoje é o aniversário da Chris, a deusa do IwaOi, a verdadeira esposa do Shikamaru! (Kishimoto, canoniza #ShikaChris!) Parabéns manaaaa ♥
ESSA ONE TEM SPOILERS DO MANGÁ DE BNHA, SE NÃO LEU, NÃO VEJA!
Eu já estava com essa ideia na cabeça há um tempo. [SPOILER] Quando o Midoriya volta da luta contra o povo da yakuza, Overhaul, etc., todo mundo do 1-A foi receber ele e os outros três, super preocupados, mas o Todoroki fez vários nada e foi direto dormir, e eu fiquei "Custava uma ceninha bonitinha do meu OTP, Kouhei?", aí eu, afrontosa, escrevi uma one-shot, porque é assim que vida de fujoshi funciona: o que não acontece no animangá, acontece nas fanfics.
Espero que gostem, meus pães de mel.
Beijos!



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Todoroki se sentia um pouco idiota parado no meio do corredor escuro, a mão fechada pairando rente à porta e seu coração, hesitando entre bater ou voltar ao próprio quarto.

Midoriya voltara naquela noite, e já havia recebido toneladas de preocupação e cuidado dos outros alunos da 1-A; devia estar cansado. As informações sobre a missão o qual participara ainda eram nubladas e pouco precisas, mas Shouto sabia que tinha sido difícil para o pequeno aspirante a herói.

Estava completamente apaixonado por Izuku.

Ele já sabia a natureza dos seus sentimentos há algum tempo, mas sempre achou que eles logo desapareceriam como a neve na primavera. Foi exatamente ao contrário; eles cresceram e se tornaram muito mais fortes. O tempo aguardando o retorno de Midoriya havia sido um inferno e, finalmente, ali estava ele, a apenas uma porta de distância.

Ficou naquele dilema por muito tempo, apenas parado na frente da porta, pronto para bater, mas nunca o fazendo. Foi quando, para a sua surpresa, ela se abriu antes que Todoroki batesse, fazendo com que desse de cara com um Izuku de pijamas e olhar cansado.

— T-Todoroki-kun! – o garoto exclamou, recuando aos tropeços. Shouto abaixou o braço e brincou com a barra do seu suéter, tentando aplacar o nervosismo.

— O que está fazendo saindo no meio da noite?

— Eu que devia perguntar isso! – A sua voz estava baixa para não acordar ninguém. – Você não tem o exame para licença de herói amanhã?

— Eu... – Todoroki correu os dedos pelos cabelos bagunçados. Sim, ele tentou dormir; sabia que precisava estar em perfeitas condições no dia seguinte. Mas não conseguiu adormecer; a imagem do sorriso de Midoriya enquanto dizia “Eu estou bem”, mesmo que seus olhos o traíssem, estampava suas pálpebras assim que as fechava. Foi assim que acabou naquele dilema entre conversar com o garoto e voltar a tentar dormir. – Eu tentei, mas estava preocupado.

— Preo... cupado? – Izuku disse, com a voz fraca. Ele desviou os olhos verdes do amigo para encarar o chão. – Por quê? Eu disse que estava bem.

— O que obviamente é uma mentira.

— Não estou mentindo!

— Midoriya... – sussurrou o nome do amado e aproximou-se um passo. Os dois tinham dez centímetros de diferença, então Todoroki teve que se curvar um pouco para entrar diretamente no seu campo de visão, tão próximos que seus narizes quase se tocaram. – Olhe nos meus olhos e diga que está bem.

Eles se encararam pelo que parecia uma eternidade. Então, os olhos de Izuku ficaram marejados e Shouto se desesperou.

— Ah, desculpa, desculpa! Hm, você está bem? – As lágrimas começaram a escorrer pelas bochechar sardentas de Midoriya e Todoroki recuou, olhando para os lados. – É claro que você não está bem. Shouto, você é um idiota...

— Se acalma, Todoroki-kun. – Surpreendentemente, Izuku riu. Foi um som baixo e contido, mas definitivamente era uma risada. Seu coração martelou no peito. Eu faria tudo para vê-lo sorrir. – Entra e fecha a porta. Não quero que os outros acordem e se preocupem por minha culpa.

Não era a primeira vez de Todoroki no quarto de Midoriya – já tinha entrado antes para estudarem juntos para os exames, mas nas outras ocasiões, sempre tinha uma pessoa junto, às vezes Uraraka, às vezes Iida, ou os dois juntos. Nunca esteve sozinho com ele ali. Desde que se descobriu apaixonado, Shouto se tornou muito consciente da presença de Midoriya, mesmo que conseguisse disfarçar sua frustração com uma camada habitual de frieza. Não que ele conseguisse manter-se frio na presença de Izuku por muito tempo; aquele garoto derrubava todas as suas barreiras com uma facilidade assustadora.

Por isso, estava mais nervoso do que jamais esteve em toda a sua vida. O quarto estava escuro, mas a luz da lua que entrava pela janela era o bastante para iluminar vagamente os vários pôsteres do All Might espalhados pelas paredes e o contorno de Midoriya, sentado na beirada da sua cama.

— Como você percebeu? – Izuku disse, a voz trêmula.

— Eu só... percebi. – Todoroki, com medo de fazer algum movimento errado, sentou-se lentamente ao lado de Izuku. Ele não fazia ideia do que fazer. Será que devia apenas ficar parado? Ou devia dar tapinhas nas suas costas e ouvir o que tinha a dizer?

Enquanto tentava se decidir, Midoriya o surpreendeu mais uma vez ao abraçar sua cintura com força e enterrar o rosto no seu peito. Lágrimas umedeceram suas roupas, mas ele não podia se importar menos.

— O Sir Nighteye... ele... – Izuku soluçou. Shouto, por um instante, manteve as mãos afastadas, com medo de fazer algo errado, mas lentamente perdeu o receio e o abraçou de volta. – E o Togata-senpai... A individualidade dele... Se eu tivesse sido mais forte... Eu poderia ter salvado todo mundo... Como um verdadeiro herói faria...

Todoroki permaneceu em silêncio enquanto Midoriya murmurava entre soluços.

— Togata-senpai disse que precisamos nos manter sorrindo, não importa o quê. Mas é tão difícil...

— Midoriya... Você lembra do que eu disse há alguns dias, no refeitório? – Izuku ergueu o rosto molhado com as lágrimas, confuso. – Você estava chorando, e disse que “heróis não choram”. E eu...

— Você disse que heróis choram quando precisam – o outro completou, lembrando-se.

— Sim. Antes de sermos heróis, ou aspirantes a heróis, somos humanos. – Shouto encostou a testa na de Midoriya. – Por favor, não tente manter suas dores apenas para você. Acredito que, se você dividir o que te aflige com alguém, o peso sobre seus ombros vai se tornar mais leve, e você será capaz de sorrir verdadeiramente.

Todoroki não quis dizer, mas era exatamente o que tinha acontecido consigo. Ao dividir as informações sobre seu passado trágico e o ódio que sentia pelo pai com Midoriya, com um pequeno empurrãozinho deste, ele foi capaz de sair daquele ciclo infinito de sofrimento e desejo por vingança no qual estava preso.

Shouto só percebeu o que estava fazendo quando viu o rosto de Midoriya ficar vermelho. De repente, seus sentidos se tornaram três vezes mais sensíveis; ele sentia a respiração quente de Izuku no seu rosto, o seu corpo dentro de seus braços, e o coração acelerado contra o próprio peito.

— Perdão! Eu não devia... – Midoriya pôs o indicador sobre os lábios de Todoroki, interrompendo sua fala, e sorriu docemente.

— Obrigado, Todoroki-kun.

►♦◄

No fim, os dois caíram no sono juntos na cama de Izuku. Quando Todoroki acordou, viu que eles estavam de mãos dadas, um do lado do outro, e estava tão envergonhado que saiu assim que os primeiros raios de sol vindos da janela se infiltraram no quarto.

Não, não foi daquela vez que ele conseguiu confessar seus sentimentos. Mas, se pudesse permanecer ao lado de Midoriya para sempre daquele jeito, Shouto não se importava nem um pouco de ser apenas seu amigo – e, talvez, quem sabe, conseguir outra oportunidade para expor o que sentia.

Todoroki entrou no ginásio onde aconteceria o exame, sentindo uma paz interior incrível, capaz até de ignorar seu estúpido pai gritando seu nome na arquibancada. Ele conseguiria a licença, e se tornaria um herói digno de estar ao lado do corajoso e heroico Midoriya Izuku, seu salvador, seu primeiro amor... e seu herói.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
E parabéns de novo Chris, sua linda ♥
Beijos!



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