Algum tempo depois...

Sofia estava olhando para o espelho e atrás dela estava no manequim com o seu vestido de noiva, sentia uma emoção diferente naquele dia especial, estava com uma leve tristeza no coração, deixou uma lágrima rolar pelo seu rosto e sentiu a mão de Carmella tocar seu ombro.

Carm: Ela veio te ver a noite não foi? - perguntou a senhora para a filha.

Sof: Sim ela estava serena como sempre, ela me deu a benção mama, ela está feliz, mas sinto que ela não está só para o casamento. -

Carm: Não pense nisso agora, é seu dia e vamos comemorar.

Pie: Uau que vestido lindo, quando eu crescer e casar posso usar ele mia zia? Perguntou a menina para Sofia.

Sof: Claro que si mia bambina, o seu vestido está ali, é quase igual ao meu. – apontou para o canto do quarto.

Pie: Sabe que eu vi o nono sorrindo distante hoje de manhã! – as duas mulheres se olharam e Carmella suspirou.

Sof: Vou entrar com o nono e meu papa na igreja sabia, acho que vai ser lindo não acha pequena?

Pie: Vai sim, o Cello está lindo também, Giza vai entrar comigo, ela é linda né. – a menina olhou para a janela e viu pontinhos vermelhos na janela. – Olha Sofi teremos joaninhas hoje.

Carm: Elas anunciam coisas boas meu amor, agora vamos descer para comer algo, pois teremos um dia longo, filha você vem? – Sofia confirma e as três descem para tomar um legítimo café colonial.

Durante o café estavam todos, a família, os amigos e claro alguns convidados, era a celebração do ano, o casamento de Sofia e Marcello. Don Paolo os olhava com emoção, ela levantou-se da cadeira e ergueu sua taça de vinho.

Pao: Atenção todos por favor! – disse ele chamando a atenção de todos. – Hoje além de ser o casamento dos meus netos, celebraremos a colheita, a vida, a família e o amor. Algo que todos sabemos o valor que tem certo. – todos levantam suas taças.

Paolo faz uma pausa, bebe um pouco do vinho de sua safra especial e continua.

Pao: Hoje também que anunciar que deixarei a administração da Vinícola para meu filho, o comando de quando e por onde se deve plantar será com ele, assim como os deveres administrativos da casa com a minha nora Chloé, a casa de vinhos E claro ela já toma conta da casa da sede então é só formalidades, estou anunciando minha aposentadoria, a partir de agora só sentarei na varada da minha casa, tomarei meu vinho.

Gio: Um brinde ao Don Paolo! – anuncia Gioseppe.

Carm: Ele não vai ficar na varanda, já estou até vendo, quando for a hora dos plantios ou da colheita ele dando as ordens ou mesmo os novatos vindos pedir permissão de algo para ele. – falou ela resmungando.

Gio: Sabemos disso meu amor, vamos ver até quando vai essa nova aposentadoria.

Giza: Nono quem vai me ensinar sobre as uvas se vai se aposentar?

Pie: É nono somos novatas quem vai dar nossas ordens?

Pao: Henrique, ele sabe como ninguém como se planta, onde e quando.

Giza: Aprendeu tudo com o nono não foi papa?

Hen: Sim meu amor, aprendi, e agora vou ensinar meus filhos, minhas bambinas maiores e depois quando Lucca e Kiara forem maiores também.

Chloé: Ainda bem que temos as meninas, assim não preciso ir com você para junto das videiras.

Giza: Mas você não gosta Chloé?

Hen: Ela tem coceiras filha, sua madrasta é "frescurenta"! – eles riem do que Henrique falou e também do beliscão que levou da esposa. – Ai isso doeu.

Ch: E vai doer ainda mais se me chamar assim novamente!

Sofia que estava sentada ao lado de Marcello olhava para todos com amor, sabia que seria diferente depois que voltassem da lua de mel. Ela olhava para os rostos de todos, sorridente, realmente eram uma grande família.

Mar: Um beijo por seus pensamentos!

Sof: Te dou um beijo sem precisar contar no que pensava. – disse ela olhando para todos ainda.

Mar: Ihhh já vi tudo, vou ter que reduzir para 15 dias a nossa lua de mel!

Sof: Ficaremos muito tempo fora, não quero ficar dois meses longe daqui Marcello, tem a colheita, a festa do rei e da rainha, sempre estive aqui, dois meses é muito tempo.

Mar: Ok Sofia, não vamos ficar tanto tempo fora, já sairemos depois que o nono anunciar a colheita. Amanhã depois das orações.

Hen: Não mesmo, olhem ali!!! – falou Henrique apontando para o pai que estava om a tesoura de poda e uma taça de vinho na mão.

Sof: Ele vai anunciar a colheita antes do previsto, não estou gostando disso! – ela se levanta e a mão a segura.

Carm: Não adianta, já está feito! – ela aponta para a capela no alto da colina da vinícola. – Não podemos impedir mais!

Sof: Mais mama!!!

Carm: Não tem mais nem meio mais, chegou a hora e sabemos disso.

Mar: Que hora, o que está acontecendo, vocês duas tem dias que falam em códigos, o que está acontecendo.

Pie: Não é código Cello, olha quem veio para o casamento! – Pietra sorri e aponta para a mesma capela de Carmella.

Giza: Ela é linda, não é? – falou segurando a mão de Carmella.

Carm: Sempre!

Mar: Ela quem? Não tem nada lá na capela!

Gio: Homem de pouca fé.

Carm: Quando chegar a hora ele saberá.

Giza: Sofia vamos nos arrumar?

Elas saíram dali Marcello tentava entender, mas desistiu depois de um tempo. Henrique que olhava para a capela sorriu, a pequena em seu colo tirava sua atenção.

Quando estavam todos alinhados e arrumados para a celebração, o noivo entrou com a irmão ao seu lado, e na frente Pietra.

Henrique e Chloé com as crianças no colo. Carmella com Patrício e os demais amigos. Don Paolo conduziu Sofia da casa até a entrada da capela, onde Gioseppe seu pai a levou para o altar.

O que ninguém esperava era quem celebraria o casamento. Don Paolo ficou o altar, junto com o padre da cidade, mas a pedido de Marcello e Sofia, ele faria a cerimônia.

Paolo: Meus queridos a parte do padre não vou nem falar, mas quero ler algo para vocês, é algo que Carmella, Gioseppe e eu, fizemos uma adaptação, já que é do filme que Sofia mais adora. E com isso celebraremos a união de amor desse dia.'E' e 'se' são palavras que, por si, não apresentam nenhuma ameaça. Mas, se colocadas juntas, lado a lado, elas têm o poder de nos assombrar a vida toda. E se... E se... E se... foi o que aconteceu com Sofia e Marcello. Colocaram essas palavras juntas.
Hoje aqui mais do que nunca sabemos como essa história termina ou melhor chegamos ao ponto que então eles se casam e serão felizes, mas se o que eles sentiam naquela época era verdadeiro amor, então nunca é tarde demais. Se era verdadeiro então, por que não seria agora? Eles tiveram coragem de só precisa de coragem para seguir seu coração.
Meus queridos, é com amor que celebramos o amor de Marcello e Sofia. Meus netos esperam que sejam felizes.

Foi algo lindo, as palavras de Paolo tocaram o coração de todos. Quando a cerimônia acabou com o padre dando a bênção

Mar: Foi lindo não foi? – dizia ele dançando com Sofia a musica dos noivos.

Sof: Está sendo um sonho, está tudo perfeito.

Marc: Vamos dormir em nossa casa hoje, que o nono fez questão de mandar fazer.

Sof: Ficou linda, ele dizia que era como eu desenhava para ele quando falava em me casa.

Marc: A casa do nosso amor!

Sof: A nossa casa!

Os dois continuavam a dançar, depois os demais convidados se juntaram na pista, quando Don Paolo foi para a mesa principal, fez mais um discurso e os convidados foram servidos.

Mar: Nono muito obrigado por tudo! – disse ele abraçando o senhor que tinha o olhar distante.

Pao: Meu filho, espero que seja feliz, assim como eu fui com a sua nona, e seu pai é com Chloé. – ele colocou a mão no ombro do neto.

Mar: Eu serei eu nono, nós seremos.

Pao: Agora vá comemorar com sua esposa, vá, vou caminhar um pouco.

A festa estava linda, Sofia reluzia assim como Marcello, depois que todos brindaram ao casal, e quando Sofia jogou o buque, a dança tradicional italiana de casamento, Henrique, Paolo e Giuseppe saudaram os noivos, depois Carmella, Chloé e Pietra jogaram as flores, dando boas novas. Era tanta alegria que nem perceberam que Paolo se despediam de todos com amor, pois iria partir naquele mesmo dia.

Pao: Cuide bem de sua família meu filho, ela vale ouro! – beijou Henrique que agradeceu abraçando o pai. – Faça Chloé muito feliz, e cuide dos meus netos.

Hen: Eu farei pai, pode contar com isso! – Paolo beijou o neto Lucca que estava no colo do pai.

Depois ele caminhou até os noivos, abraçou forte beijou e abençoou eles, depois pediu que ambos cuidassem um do outro que que tocassem juntos a vinícola e a família não nessa ordem.

Sofia sentiu seu coração se partir naquele momento, sabia que seu melhor amigo, seu pai, seu avô e seu confidente iria partir.

Paolo então caminhou até Chloé e a beijou na testa, pegou Kiara no colo e sussurrou algo para a neta que sorria querendo pegar a barba do seu nono. Foi para junto de Carmella e Giuseppe, abraçou os dois pedindo que cuidassem um do outro e da família.

Pie: Nono, o senhor já vai né?

Pao: Vou minha pequena. 

Pie: Diz para nona Pietra que ela estava linda, e que aprendi sobre a luz tá!

Pao: Pode deixar, vou dizer sim. - ele dá um forte abraço na menina que segura o rosto dele com as duas mão e o beija na testa . - Sea feliz sempre minha bambina.

Pie: Eu vou sim nono. - ela desce do colo dele e corre para o lado de Sofia.

Chegou perto de Giza que tinha os olhos mais expressivo, segurou o rosto dela e beijou-lhe a testa.

Pao: Quero que seja feliz minha principesca, sabe que aqui te amamos e sua chegada foi só alegria.

Giza: Eu sei nono, tenho a sensação que sempre estive aqui.

Pao: Aqui fará seu caminho, terá sua família e logo construirá a sua própria. - ele beijou e abraçou forte a neta. - Queria ter mais tempo para você minha linda.

Giza: Eu não vou sair daqui nono, vou ficar, mesmo que o papai pediu para ir morar com ele e a Chloé, eu prefiro ficar aqui. A Sofi disse que posso ficar com a casa dela, já que o senhor mandou reformar a casa da colina para eles.

Pao: Isso é ótimo meu amor,  nossa família é linda demais. - ele a abraçou e caminhou para longe de todos. Olhou para o parreiral e seguiu seu caminho.

Pietra esperou que todos cumprimentassem Paolo pelo casamento do neto e da afilhada, depois sorriu e ele foi ao dela. Paolo caminhou de mãos dadas com Pietra, que sorria, ela tinha vindo buscar seu amado, ambos estavam felizes, o filho e os netos, estavam bem, a missão deles tinha sido cumprida. Eles deixaram o centro da propriedade depois do casamento.

Pie: Missão comprimida!

Paolo: Quase, sabe que vamos voltar não sabe?

Pie: Sim eu sei! – ela tocou o rosto dele com carinho. – Mas por agora vamos ser nós dois cuidando de todos por aqui, e por um bom tempo.

A pequena Pietra olhava o nono e a nona caminhando entre o parreiral, sabia o que era, deixou uma lágrima rolar em seu rosto angelical e depois correu para ver as joaninhas que chegavam anunciando uma ótima colheita.

Noites em Toscana

FIM

"O tempo é muito lento para os que esperam
Muito rápido para os que têm medo
Muito longo para os que lamentam
Muito curto para os que festejam
Mas, para os que amam, o tempo é eterno." Henry Van Dyke