Sofia se assustou com o que estava acontecendo, saiu correndo deixando Marcello mais tonto ainda, Carmela viu que  algo tinha ali, e não queria que a filha se machucasse, não com ele, Marcello, precisa saber de muita coisa, saber quem era sua família, saber as verdades por trás de Antônia, e, portanto, não queria a filha com ele, não até tudo ser realmente resolvido.

Carmela viu a filha entrar no carro e sair da propriedade, Paolo a olhou com certa desconfiança e a chamou para o escritório. Gioseppe chamou Marcello para ver a plantação de novas vinhas e a colheita, pois no final daquela semana começaria o festival da Toscana.

***

Em San Sebatian Henrique olhava a foto dele com uma jovem, era ela o seu amor, a mulher que morreu de saudades de um amor que nunca foi vivido intensamente como deveria, um amor que deixou marcas profundas em seu coração. E que a partir daquele momento ele viveria novamente, não estaria morto por dentro.

Ele fez algumas ligações, queria fazer uma transição de matriz, sua empresa teria sua sede em outro país, ele voltaria para Itália, mandou que Chloé arrumasse a documentação, a mesma avisou que esse processo era lento, pois as leis e departamentos espanhóis fariam de tudo para que a empresa não deixasse o solo, ou seja, que e a sede ficasse mando tributos ao país.

Mas como sempre, um turrão, Henrique não queria saber, faria impossível para voltar para a Itália. Mandou sua nova advogada que comprasse uma casa linda na Toscana, e que ela teria carta branca para tal, queria somente entrar e morar!

Chloé assim começou seu trabalho ao lado dele, mas percebeu que as intenções dele em voltar tinha a ver com a mulher que ele estava segurando o tempo todo que conversaram, ela era linda, mas quem seria ela? Ela queria saber, mas não quis perguntar naquele momento.

Antônia ligou avisando que os documentos estavam prontos, mas que eles deveriam conversar antes de acabar com o acordo, ele combinou de falar com ela no restaurante do hotel onde mantinha um apartamento. Seria um jantar "amigável" para acabar um "casamento" de 24 anos segundo ela. Mas claro que ela não deixaria barato, Antônia ou Carmencita estava planejando mais um golpe, e dessa vez seria mortal para os DeMazzi!

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A semana foi rápida, pois sexta feira seria como um feriado na Toscana, o festival seria um dos melhores, pois a safra foi rica em uvas raras e de ótima qualidade, os produtores e vinhedos comemoravam, o baile estava sendo planejando, todos queriam saber sobre os candidatos a rei e rainha, pelas ruas só se comentavam da volto do neto de Don Paolo, todas as bambinas da cidade queriam conhecer o novo ragazzo!

Sofia entrou correndo em casa, queria mostrar para a mãe o vestido que usaria no baile. Estava eufórica, pois ela entraria com seu padrinho no dia do baile, estava feliz. 

Carmela: Calma bambina, que correndo assim vai cair.

Sofia: Olha mãe ficou pronto, a tia Bella fez o vestido que vou usar no baile, e eu vou entrar com o Padrinho.

Paolo: Tenho certeza que será a mais linda de todas. – falou entrando na sala atrás dela. – Estou certo que Marcello vai gostar também, estou certo?

Sofia: Do vestido ou do baile?

Cello: Creio que dos dois! – entrou sorrindo. - Buon pomeriggio, signorina.

Sofia: Buon pomeriggio Marcello.

Paolo: Carmela, vino per favore! – a senhora saiu e Paolo voltou para a varanda deixando Marcello e Sofia sozinhos na sala.

Sofia: Já esteve num baile da Toscana antes?

Cello: Não, mas o nono disse que é muito bonito. Ele falou que no dia do baile são eleitos Re e Regina do Festival de la Toscana.

Sofia: Sim, Don Paolo e a madrinha Pietra foram Re e Regina, meu papa e minha mama também, antes deles seu papa e minha tia Vivien, antes dele ir com a sua mãe.

Cello: Quando eu era mais novo ouvi minha mama falando sobre a bela ragazza Vivien da Toscana.

Sofia: Sim bela, o padrinho e todos que a conheceram dizem que sou muito parecida com ela.

Hen: Muito não! Eu diria que estou olhando para ela nesse momento. – falou assustando os dois com a sua chegada. – Boun pomeriggio!

Cello: Papa, que bom que voltou, a semana aqui foi estupenda! – falou abraçando o pai com carinho.

Sofia: Com licença, tenho que ir.

Hen: Não! – pegando o braço dela com delicadeza. – Deixe olhar para você.

Sofia estranhou o jeito que Henrique a olhava, era o mesmo olhar, olhava para ela Sofia, mas quem buscava era Vivien, Marcello ficou intrigado com as palavras do pai, o viu olhando Sofia de modo peculiar, a olhava com desejo de homem.

Cello: Pai, vai ficar para o festival?- falou tirando o pai do transe olhando para Sofia. Que sai logo que Henrique soltou seu braço. 

Hen: Não vou voltar amanhã mesmo para San Sebastian, vim conversar com você, tenho que contar que eu e sua mãe vamos nos separar!

Falou de um supetão que pegou Marcello de surpresa, os dois caminharam conversando, Henrique contou em partes o casamento, falou do acordo que ele e Antônia tinham, mas deixou a parte pior de lado. Depois voltaram para a casa, Paolo estava ainda sentado na varanda com uma taça de vinho, esperando o sol se por.

Cello: Pai, mas por que tudo isso? E agora?

Hen: Certos erros que cometemos no passado, não conseguimos consertar no futuro, quando aquele jovem entrou na minha sala e jogou na minha cara o que eu perdi, depois de tudo que fiz, ainda assim errei, e nunca vou me perdoar por não escutar as pessoas naquela época. E não devo deixar que meu erro faço você perder um momento com seu nono, pois te privei do momento com a melhor nona que um bambino como você poderia ter.

Cello: O nono me mostrou fotos, ela era linda!

Hen: Sim, minha mãe, era linda por dentro e por fora, depois que sai daqui, e você nasceu, mesmo assim ela arrumava um jeito de saber onde e como estávamos, uma vez próximo do seu aniversario ela chegou, com tudo, uma festa pronta. Sua mãe ficou doida, elas brigaram, mas depois a festa foi linda, e as duas se divertiram. – ele abaixou a cabeça se lamentando. – Gostaria de voltar no tempo. Mas isso eu não posso, então vamos fazer dar certo de agora em diante! – abraçou o filho e sorriu. – Está no quarto que era meu?

Cello: Sim! O nono disse que tudo está igual como você deixou, bom quase tudo, eu antei vestindo umas roupas suas. – ele sorriu e colocou a mão no ombro do pai. – Só não acredito que tocava e nunca me falou?

Hen: Não tocava era só charme para chamar a atenção das bambinas!

***

Paolo: Eu e sua mama, ficávamos assim as tardes, sentados conversando observando o por do sol sob a Toscana.

Hen: Me lembro de quando era bambino, sempre estavam aqui! – sentou ao lado do pai. – É tarde para pedir perdão e voltar para a casa?