*Cê tem muitos problemas, eu sei*

Marlene estava em uma fase da vida, que os problemas vieram em uma avalanche acompanhada de tsunami.

Sua mãe estava em fase terminal do câncer, uma doença que nem se sabia que podia pegar na sociedade Bruxa, seu pai estava afundado na bebida, e seu irmão mais velho nas drogas. Sua irmã estava com depressão, e seu outro irmão era apenas uma criança, muito novo.

Tirando que ela própria estava destruída.

Com a guerra correndo solta, e Voldemort matando praticamente toda a porta Bruxa não Sangue - puro,  e o filho de uma de suas melhores amigas sendo marcado para a morte.

É, ela realmente não estava em um bom momento para brigas de relacionamento. Na verdade seu psicológico nem estava apropriado para um relacionamento.

Chorará encansadamente a tarde inteira no seu quarto no sábado, e uma parte da madrugada de domingo.

Ela estava perdida.

          *Eu tenho medo no coração*

Sirius não gostava dos vacilos cardíacos que ele tinha na presença de Marlene.

Ele se sentia fraco ao ver seu sorriso. Seu estômago revirava quando seus olhos verdes se encontravam com os dele.

Sua boca lhe trazia paz e felicidade quando estava junto à dele. Sua voz era música para seus ouvidos. E seus cabelos, para ele, eram uma tarde de verão.

E todos esses sentimentos para ele só realçava outro: o medo.

        *Congelado vendo você vazar*

— Essa é sua decisão?- ele perguntou fracamente, vendo ela parada com as malas na porta do apartamento.

— Não, essa é a decisão que você  tomou, Sirius. - ela suspirou, e atravessou a porta, sem olhar para trás.

Ele ficou estático no meio da sala de estar, seu coração e alma pareceram que tinha ido junto com ela.

       *Talvez um dia a gente se resolva
       Talvez tu seja mais uma cicatriz*

Ele olhou para ela, do outro lado da mesa na reunião da Ordem de Merlin. Olhos inchados e olheiras profundas em conjunto com seus cabelos embaraçados em um coque, e uma roupa que ele só vira ela usando em casa.

Ela estava acabada,  como se uma nova cicatriz tivesse aparecido em seu corpo. Ele sabia que aquela cicatriz era ele mesmo.

Eles tinham que se resolver, aquilo, aquela birra por ambos os lados, estavam os machucando profundamente.

             * Bato na sua porta
          Ah, podemos recomeçar?*

Ele engoliu o orgulho. Olhou para a porta amarelo enjoativo em sua frente. A casa dos Mckinnon's. Era ali que, segundo Lily,  Marlene estava após o término.

Ele ergueu a mão para bater na porta, mas foi impedido pois a mesma foi aberta no mesmo instante.

Revelando um Auror, o que ele estranhou,a família de Marlene não continha Aurores. 

— Pois não?- o homem de 30 anos perguntou.

— Quem é você?-ele perguntou.

—Auror Rogersville. - ele falou.- Você é amigo ou familiar dos Mckinnon's?

— Amigo.-ele falou.

— Pois bem, esta tarde a família foi atacada por Comensais. Não sobrou ninguém, ninguém sobreviveu.-Disse com a voz firme.

Ele parou.  Lágrimas se formando nos olhos.

Ele queria recomeçar,não acabar de vez.

       * Mas sempre que falam de ti
        Lembro da sua mão na minha
       Meu Deus, o que é que eu fiz?*

O funeral foi no mínimo... doloroso.

Eram lágrimas e lamentações para todos os lados.

A Ordem estava junto ao caixão de Marlene, mas ele, estava em baixo de uma velha Nogueira do vasto campo.

Se lembrando dela. De cada toque, cada beijo, cada gargalhada, cada briga, cada detalhe.

Sua cabeça era um furacão. E ele se indagava o porquê de ter deixado ela ir naquele dia nublado.

      * Ainda penso muito em ti
       A vida não tem sido justa*

A  vida depois da ida dela não foi das melhores. 2 semanas depois, seu melhor amigo foi assassinado por traição.

Uma traição na qual ele foi acusado. Injustamente. Rendendo 13 anos em Azkaban, cercado por Dementadores.

Mas a cada dia, ele se lembrava cada vez mais dela. Tudo. Ele ainda ouvia a risada dela em seus ouvidos, e os olhos dela quando olhava para as árvores.

E ao sair, parece que foi pior.

Ele foi atrás de Harry em Hogwarts, onde parecia se localizar milhares de lembranças  deles.

A floresta lhe lembrava de quando eles fugiram por uma noite.

Os bichos de todas as espécies o lembrava como ela amava criaturas, seja de quaisquer raça ou tamanho.

Era difícil de esquecer Marlene.

         * Cê sabe, ainda tô aqui
       Sua falta ainda me assusta*

Ele se assustava o quanto ele conseguia ainda existir. Como ele conseguia ainda permanecer no mundo com a ausência dela.

Ele queria ir embora de vez. Reencontrar ela seja lá onde ela esteja.

Ele queria ela.

E, ao atravessar o véu ouvindo os gritos de Harry; a próxima coisa que ele viu foi os olhos verdes floresta,sorriso estonteante e cabelos como o Sol.

Eles finalmente poderiam recomeçar.