Meu nome é Lillian, mas minhas amigas me chamam de Lilly, tenho 14 anos, sou de Scorpia mas moro em Caprica, meus pais não são ricos mas trabalham para as indústrias Greystone desenvolvendo tecnologia militar para o governo colonial, ou trabalhavam até antes de ontem.

Tudo aconteceu tão de repente que ainda não assimilei, uma hora estava saindo da escola após um jogo e pirâmide e em outra me encontrava junto com mais seiscentas pessoas dentro de uma nave de viagem gemenesa fugindo de Caprica.

Não tivemos muito tempo para fazer as malas, fomos evacuados apressadamente por homens do ministério da defesa que deram pouca ou nenhuma informação do que estaria acontecendo.

Parece que os Cylons atacaram as colônias, tudo são os cylons hoje em dia, até uma tempestade de neve a culpa é dos cylons, mas acho que dessa vez são eles mesmo, já fazem dois dias que saímos de Casa e eu acho que não voltaremos mais.

— ... isso não pode estar acontecendo, isso não pode estar acontecendo, isso não pode estar acontecendo... –

Eu ficava exaustivamente repetindo isso enquanto a nave tremia com as explosões que eu no meu intimo sabia que eram nucleares.

Enquanto minha cabeça teimava em pensar nos bailes que iria perder, nos beijos que não iria ganhar e que provavelmente esse conjunto rosa de saia e casaco seria a única peça de roupa que eu teria para vestir por um bom tempo, a voz do piloto da nave tirou-me do meu devaneio.

— Senhoras e senhores, estamos nesse momento saindo da orbita de Caprica, mantenham os cintos afivelados para sua própria segurança enquanto executamos o salto FTL.

A neve executou o salto saindo da zona de combate principal mas ainda assim não saímos da zona de perigo, o sistema estava congestionado por aproximadamente setenta e cinco naves com sobreviventes das colônias, foi quando pela janela da nave contemplei o planeta que foi minha casa desde os meus oito anos de idade mas agora está reduzido a ruínas, e antes de darmos o salto FTL para a segurança eu contemplei Caprica pela ultima vez.