A mulher de longos cabelos róseos fitava a pasaigem urbana com fácil interesse, havia sido um dia cansativo, seu emprego conseguia ser bem maçante, porém estar sem trabalho era pior ainda... Encostou a cabeça na janela, vendo o a chuva cair levemente, gostava da chuva, era refrescante. Seus olhos ametistas avistaram o mesmo homem de sempre, ele estava centrado do outro lado a alguns bancos à frente, ele estava lá todo santo dia em que voltava do trabalho, não era incomodo... Afinal, ele era bem gato. Já pensará puxar assunto com ele algumas vezes, contudo sabia que as pessoas não gostavam de conversar com desconhecidos, isso era meio suspeito.

Entretanto, machucava ir falar com ele pelo menos uma vez?

Respirou fundo, segurando a alça de sua bolsa com força e foi na direção do homem de cabelos negros, sentando-se ao lado do mesmo. Sua aparência contrastava com a dele, que era tão simples, embora ainda belo, os olhos eram de um negro profundo e vivido enquanto os de mulher eram de um roxo tempestuoso.

— Oi, cara — Talvez essa não fosse a melhor aproximação, mas nunca se deu bem com planos mesmo. O homem sorriu levemente, embora seu rosto parecesse sombrio.

— Você não deveria poder me ver — Imediatamente seu rosto paralisou. Que merda era aquela? Piscou algumas vezes sem uma resposta e tudo que viu foi o moreno soltar uma risada — Eu sempre quis dizer isso, desculpa — Pronunciou entre risos, os ombros da rosada imediatamente desceram, nem ao menos percebeu que ficou tensa.

— Apenas vá tomar no cu, sério — Praguejou a garota brava.

— Foi mal. Vamos recomeçar. Eu sou Portgas D. Ace — Ele sorriu animado para ela e não pode deixar de retribuir.

— Ok, sou Jewelry Bonney.

— Fiquei bem curioso. O que te fez vir aqui? As pessoas não conseguem me ver — A pergunta a lembrou do seu propósito.

— Sei lá, fiquei curiosa, você esta aqui sempre — “E quem sabe te chamar pra sair” pensou mentalmente.

— Hm, entendo... Admito que já pensei em ir até você, mas você é meio intimidadora — Bonney gargalhou, ouvia isso constantemente e não se importava nenhum pouco... Era divertido saber disso — E as pessoas não me veem então, achei melhor deixar quieto.

Bonney não pode deixar de pensar que ele constatava que as pessoas não podiam ver ele, era algo comum, as pessoas se preocupavam tanto com elas mesmas que se esqueciam de olhar para o redor. No entanto para, Ace era bem chamativo, talvez por que ele era seu tipo.

— Escuto isso bastante, sabe... Ah, então-

— E é aqui que descemos, não? — Seus olhos ametista saíram da imensidão negra para olhar a vista da janela e realmente aquele era seu ponto.

— Merda! — Bonney desceu rapidamente seguida de Ace. Porém, parou ao ouvir o motorista lhe chamar.

— Cuidado, hein senhorita? Tem tido muitos casos de pessoas sendo mortas por aqui — A rosada assentiu, não se importando muito.

— Ah, bem eu desci junto com o outro cara, está tudo bem — O motorista serrou levemente os olhos enquanto levantou uma sobrancelha.

— Do que esta falando, senhorita? A senhora era a última passageira, não havia mais ninguém... — Um arrepio percorreu a sua espinha e se recusou a olhar para os lados.

— Ah, bem, obrigada pelo aviso — Pronunciou a rosada sem graça, o homem assentiu e seguiu seu caminho.

Respirou fundo e olhou para o lado, ele continuava lá. Tsc, o motorista não deve ter reparado nele, certo?

— Bem, pegamos caminhos opostos. Nos vemos por ai — O moreno virou na rua, e Bonney não pensou duas vezes antes de ir atrás dele, querendo chama-lo para sair.

Mas, não havia ninguém lá. A não ser a chuva que caia levemente sob si, provando que aquele momento era real.

“As pessoas não conseguem me ver” a frase ecoou na sua mente.

Analisou novamente a rua, ninguém sumia a assim do nada. Contudo, por mais cética que fosse sua mente não parava de questionar.

Era um fantasma ou não?