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— "Você não é a garota certa para mim." — Ele disse aquilo em alto e bom som. Foi claro e direto com ela. Foi até bom, considerando que ela não merecia nenhum sentimento condescende da parte dele. Não depois de ter feito todas as coisas da lista de "Potter não aprova". Ela foi uma idiota, entendia e podia lidar com isso.

Frequentemente Pansy ouvia da mãe que tinha o dom de estragar tudo o que tocava. Frequentemente ouvia da mãe que ela não sabia apreciar as boas coisas da vida e frequentemente ouvia que não tinha direito a elas.

Pansy passou a discordar da mãe.

Harry Potter estava lá, do outro lado do salão, pajeando Cho Chang como se ela fosse a personificação da própria Morgana. Revirou os olhos, enfiando um pedaço de pudim na boca com desgosto puro. Ah! Se ela pudesse jogar uma azaração em Chang e Potter, certamente que ela o faria.

Eles a irritavam. Potter principalmente. Ele a enlouquecia, e não de um jeito bom.

Ele questionava, discutia, insistia, a fazia pensar em diferenças e preconceitos. Ele a fazia pensar diferente e isso a assustava.

Estava acostumada a uma vida. A viveu por anos, foi criada assim. Ele não podia entender? Não podia aceitá-la? 

Não, ele não podia.

Pansy bufou, levantando-se da mesa e deixando a conversa de Draco para trás. Em um misto de coragem e ousadia atravessou o salão até chegar onde Potter conversava com a asiática. 

— Dá o fora, Chang. — Ela ordenou a garota, Pansy bufou quando a garota estática a olhava assustada. — Não me ouviu? Sai! — Gesticulou e a menina se afastou em passos rápidos. — Me siga, Potter.

Ela deu as costas a ele, sem saber se de fato ele ia segui-la, mas tinha que manter alguma dignidade. Só Merlin sabia o quanto estava sacrificando por ele. Os amigos, a família, os ideias, sua própria casa, sua cor! 

Merlin, ela deveria estar louca. É a conclusão que chegou quando pararam na torre de astronomia. A lua cheia brilhava e era a única coisa que iluminava aos dois. 

— Certo. Eu mudo.

— Pansy?

— Espere, Potter. — Ela continuou irritada. — É uma droga assumir isso, então eu só vou dizer uma vez. Você está certo e eu te amo. Sim, sim, não faça disso grande coisa. Eu mudo. É isso que estou dizendo. Quer que eu entre para a maldita ordem? Eu entro. Quer que eu pare de chamar a Granger de Sangue-ruim? Eu paro! Quer que eu lute ao seu lado? Eu luto. É isso, Potter. Estou lutando por você. Se você ainda quiser, é claro.

Pansy finalmente ergueu os olhos e notou os olhos intensos de Potter sobre ela.

— Quero ser a garota certa para você.

Ele se aproximou, do jeito lento e sem jeito que a irritava tanto, os braços tocaram seu rosto e não seu corpo, isso também a irritava, os olhos verdes focavam nos olhos dela e não em sua boca. Ainda não o entendia, ainda não sabia, mas Harry Potter a ensinava coisas novas todos os dias.

Como ser respeitada. Como ser boa. Como ser gentil. Como ser amada.

— Você é. E eu também te amo. 

Eles sorriram juntos, não sabia que loucura estavam fazendo, mas talvez estivessem no caminho certo.