Fanfic - Um Amor Maior Que o Mundo escrita por Alzira Cunha


Capítulo 1
Capítulo 1 - Tontura


Notas iniciais do capítulo

Com amor, agradeço ao apoio da minha amiga Thalia.



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Numa manhã, sinto o ar fresco invadir minha janela. Me aproximo dela e respiro fundo enquanto espero os minutos para olhar o teste de gravidez. Sinto um formigamento em meus pés ao ver o pequeno teste em cima da pia no banheiro e cálculo os passos como se estivesse a beira de um penhasco. Olho o relógio no visor do meu celular e aperto os olhos. Esta na hora de olhar. Positivo. Volto a janela na esperança de ter uma fada madrinha para me dizer que será um conto de fadas e ficará tudo bem, mas isso, cá entre nós, não é verdade.

Com quem eu falaria agora? Ele. O pai desse bebê. Nós estávamos bem, muito bem por sinal. Ele tinha uma vida estável, trabalho, faculdade e eu não era mais uma menininha. A gestação me assustava pois não era o esperado, nem por mim e muito menos pela minha família conservadora. Danilo e eu estávamos juntos a oito meses e, "precocemente" seríamos pais. Ele tem 24 anos e eu 19. Vamos lá. Vamos lá. É só digitar alguma coisa Melissa. Mas eu não sabia. Fico cinco minutos olhando para nossa última conversa enquanto passa um filme na minha cabeça. Sei que Danilo será um ótimo pai mas e eu? No segundo ano da faculdade? Meus pais? Mal sei cuidar de mim mesma e nem tenho um emprego. Como vou ser uma boa mãe? E se ele ou ela for teimoso(a) igual a mim? Eu vou surtar. Eu estava surtando. 

Finalmente digito: 

— Tenho uma novidade. Me encontra na praça de sempre mais tarde? É urgente. Beijos amor.

Ele não visualiza de imediato. Fico ansiosa. Ouço passos nas escadas: minha mãe. Como vou contar isso a ela? Meu deus. Meus olhos se enchem de lágrimas, estão tão pesados que mal consigo olhar o celular e ver que Danilo respondeu:

— Tudo bem baby. Que horas?

— Daqui a pouco. Às 10h.

Olho as horas de novo, eram exatos 09:20 Quando minha mãe entra no quarto e me vê em choque.

— O que está acontecendo Melissa?

— Mm..ãe... - Começo a tropeçar nas palavras e no meu choro. - Eu tô grávida.

Ela me olha incrédula e eu entrego o teste recém feito para ela.

— Isso é algum tipo de piada Melissa? Olha bem para minha cara e vê se eu estou achando graça? 

— É verdade mãe. - Minhas lágrimas agora saem com toda força.

— Como você pôde? Seu pai e eu... Fizemos de tudo para você ter sua carreira... Tanta coisa pela frente e agora você vai ter um bebê? AGORA? Inacreditável Melissa. Você sempre foi responsável, sempre dedicada. Essa criança é daquele tal de Danilo?

— Claro que é mãe! Me desculpa. - Meu pai chega no meu quarto para saber o por quê dos gritos.

— Mas o que está havendo aqui?

— Parabéns querido. Vamos ser avós. - Minha mãe diz ríspida e entrega o teste a ele.

— Filha... Como... Não acredito.

— Ainda bem que você é maior de idade, porque eu não vou pôr a mão em uma fralda, o filho é seu! Você vai criar, vai educar, vai se virar!

— Calma Betânia, mas sua mãe tem razão Melissa, nós não vamos arcar com as suas consequências! Você vai! - Meu pai diz enquanto a abraça. 

O olhar deles era o que mais me cortava. Era como se eles nunca tivessem me amado. O olhar deles era de decepção. 

— Eu não te criei pra ser uma vergonha Melissa. - Minha mãe chora.

Eu saio do meu quarto as pressas. Desço as escadas e vou correndo falar com Danilo. Olho as horas e faltam dez minutos para ele chegar. Corro para praça e nada dele. Sento, levanto, ando. Os minutos passam e ele nada. Ligo para ele e cai na caixa postal. Ponho as mãos na minha barriga apreensiva, onde estava Danilo? O que iria acontecer? Minha intuição dizia que nada de bom estava por vir, checo nossa conversa e nenhuma mensagem até que ouço alguém atrás de mim. Era Danilo finalmente.

Corro em direção a ele e o abraço em prantos.

— Graças a Deus você chegou.

— Na verdade amorzinho eu nem queria ter chegado. Sua mãe me ligou e contou tudo. Sinto muito.

— Seja o que for que ela te disse não fique chateado, vamos ter nosso bebê, vai ficar tudo bem.

— Vai ficar tudo bem Melissa? Eu não pedi pra ser pai!

— Como assim? Nós estamos bem, até ontem você brincava que eu ficaria linda grávida.

— Isso faz parte do jogo baby. Deixar você derretida. Mas não significa que eu quero ter um bebê. Eu mal ingressei minha carreira.

— E eu? Você acha que eu não? O que você quer dizer com isso? Nós estamos juntos Danilo!

— Não baby, você acha que estamos juntos. Você está carregando esse bebê e você vai o ter. Eu não. Eu estou fora disso! - Ele aponta pra minha barriga com cara de desdém e minhas lágrimas se transformam em raiva.

— Você é um imbecil! 

— Fique calma, você vai dar conta. Vou depositar um dinheiro na sua conta que vai ajudar nas despesas para os próximos meses. 

— Você me ama! Você não pode estar agindo assim, esse não é você Danilo!

— Quantas vezes eu te perguntava das pílulas? Quantas vezes você ouviu suas amigas falarem de mim? Você devia ter nos escutado.

— Seu nojento! Asqueroso!

— Melzinha... Eu tenho tudo e esse bebê vai me tirar tudo. É melhor você ir embora. Já falei, a quantia vai ser boa e você não vai se preocupar.

— Eu sou tão burra! Eu fui tão burra! Minha primeira vez foi com você seu babaca! Eu me entreguei a você! Não quero nada seu. Pode sumir. Você não vai fazer falta para nós. - Digo olhando dentro dos olhos dele enquanto aponto meu dedo na sua cara e com um das mãos na barriga. Ele olha com ódio e entra em seu carro acelerando com toda força.

Sinto meu estômago arder, meus olhos e meus pés também quando tudo começa a rodar e escurecer. Uma tontura me põe ao chão, assim como eu realmente estava: desmoronada. 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem! Comentem, recomendem e mil beijos!



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