É claro que Thalia Grace nunca conseguiria sair para passear com Max, o cachorro do seu irmão, sem acabar se ferrando com isso. Desceu do carro no Central Park, arrumou a coleira do Pastor Alemão e o tirou do banco de trás e ela só pode ficar grata por ele ter esperado ela trancar o carro antes de sair correndo e quase deslocar seu braço a puxando.

O animal aparentava ser o bicho mais feliz do mundo naquele momento, correndo veloz e arrastando sua quase dona que tentava correr para não ser levada com a cara no chão ou quem sabe perder seu braço, já que a coleira estava presa e ele. A língua pra fora e muito para explorar ele simplesmente não podia parar para fazer suas necessidades, ele tinha que gostar de um humano alheio ao que acontecia

Antes que Thalia pudesse tentar o parar com algo mais eficiente do que puxar a coleira e gritar PARA, o animal rodeou um humano distraído, consequentemente enroscando a coleira em suas pernas e começou a correr, a Grace sentiu se corpo bater contra o homem e ambos foram para o chão e arrastados por alguns centímetro que o animal teve força para o fazer.

Sentou e olhou a irmã de seu dono com uma cara de “o que você está fazendo? Vamos voltar a correr, isso não é hora de deitar na rua”.

— Me desculpa, por favor! Eu juro que não sabia que ele ia sair correndo, eu... — Thalia tentou se explicar e levantar ao mesmo tempo, olhando o moreno debaixo dela.

Olhos negros, pele pálida, cabelos pretos desleixados e uma cara meio assustada e surpresa ao mesmo tempo.

Ambos se sentaram, o garoto ainda sem falar nada, tentando entender o que tinha acontecido, parecia não se encaixar em sua mente, ele estava andando mandando mensagem e segundo depois algo prendeu em sua perna e uma garota foi arremessada contra ele.

— Eu...tudo bem! — ele puxou o cachorro pela coleira, afinal não tinha como eles se desenlaçassem sem que colaborasse.

Max rosnou, não gostando daquilo e se deitou como quem diz que não vai obedecer aquele ser estranho.

— Ok, enquanto pensamos como vamos nos soltar, sem te soltar do cachorro... meu nome e Nico di Angelo — se apresentou sorrindo para a menina que estava sentada em seu colo.

Ela era bonita, foi o que ele pensou, cabelos negros cacheados presos em um rabo de cavalo, olhos azuis elétricos, boca avermelhada e carnuda, mas ela tinha uma cara de culpada e envergonhada, que deixava suas bochechas coradas.

— Thalia Grace — sorriu nervosa — Ok, segura a coleira — pediu, vendo-o assentir, e lentamente ela tirou a coleira que estava presa ao seu braço, vermelho e um pouco irritado devido a brutalidade do cachorro.

A garota se levantou e segurou o cachorro, que levantou a cabeça confuso dando-lhe uma lambida enquanto Nico se desenrolava da coleira.

— Desculpa mesmo — Thalia sorriu, enquanto ele prendia a coleira novamente no braço dela.

— Sem problemas, não foi sua culpa.

— Claro que foi, me deixa te recompensar de algum jeito, por favor, que tal eu te pagar alguma coisa, um remédio pra dor e um sorvete? — sorriu divertida e ele riu e negou.

— Eu tenho que ir, mas que tal aceitar ir em um jantar comigo hoje a noite? — questionou calmo, sorrindo ao ver as bochechas dela corarem.

— Hum... — falou pensativa — tipo um jantar de desculpas? Ou algo mais de outro feitio?

— Estava pensando em um encontro, mas se não der certo podemos mudar o nome para jantar de desculpas e podemos ter um segundo/primeiro encontro realmente denominado encontro — ele sugeriu a fazendo rir.

— Claro, gostei da ideia — ele sorriu e ambos trocaram seus números de telefone, e ela ficou ali vendo-o ir embora.

Depois do garoto sumir completamente de sua visão, olhou para o cachorro que ainda estava deitado entre suas pernas e ela riu.

— Você me coloca em cada uma, Max — negou acariciando a cabeça do animal — é, mas talvez eu saia mais vezes para passear com você, mas tu tem que me prometer achar um boy bonito em todos os passeios.

O animal virou a cabeça de lado confuso e se levantou, dessa vez sem sair correndo – tanto-, Thalia conseguiu ter o devido passeio com o animal sem mais acidentes.