Chapter 4- DaeHyun

Não queria acreditar que era o único a sobreviver àquela carnificina. Sim, ele estava machucado, sangrando encostado naquele pilar, iria sobreviver, mas nada se comparou a agonia que sentiu ao vê-lo. Achou que estava sonhando ao encarar aqueles olhos cinzas de cobra. Sentiu vontade de chorar, de arrancar aquele sorriso mau do homem tatuado que o olhava nos olhos sem nenhum pingo de misericórdia. A única pergunta era por que?

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DaeHyun era um perfeito ator. Atores mentem, enganam, nos iludem em suas performances apaixonadas. Foi isso que encantou Yunho. Precisava daquela habilidade em sua gangue perfeita, era a peça que faltava. DaeHyun estava se apresentando nas ruas e não pode dizer não ao finalmente vê-la, a dona de sua ruína.

Yunho chamou-o para um drink no CARNIVAL BAR, e o garoto, que não tinha nada a perder, foi. O drink foi servido pela mulher mais incrível que ele já havia colocado os olhos. Já tinha tido inúmeras garotas, mas ela era diferente. O ar que ela repirava era precioso, os flashes de luz que se transformavam em um arco-íris de nuances ao se encontrarem na pele perfeita de mulher eram preciosos, estava apaixonado. Percebendo que Yunho tinha algum tipo de relacionamento próximo com ela, não conseguiu negar a oferta.

DaeHyun era uma companhia agradável e quando havia conflitos internos na gangue, era ele o mediador. Sempre com aquela mania irritante de querer fazer os outros rirem, ninguém conseguia resistir ao seu charme, nem Natasha. A mulher se tornou sua fonte de energia, sua força, uma razão para voltar para o covil e ter alguém que lhe oferecesse um pouco paz depois de um dia de depravação em seu ofício. E ela também se tornou sua fraqueza.

Perdeu a sanidade no dia que recebeu, na caixa do anel do pedido de casamento, o dedo decepado da mulher e uma mensagem, "mate a sua fonte". Alguém queria vê-lo caído e afogado em desespero.

Mas nada poderia ter sido pior do que achar o corpo de Tasha, jogado, igual a um animal, no meio do depósito de lixo atrás do CARNIVAL BAR, ele seguiu as ordens, mas mesmo assim, o bilhete escrito "GAME OVER" preso com os cabelos cortados de Tasha na cabeceira de sua cama, foi o resultado final. Nunca mais foi o mesmo. A razão dele estar onde estava se fora. Pior. O motivo da morte dela era ele. Chorou até não ter mais lágrimas para derramar e foi tomado por um desejo de vingança incontrolável.

Tornou-se outra pessoa, desconfiava de tudo e de todos. O DaeHyun que todos conheciam, morreu com ela. Ele sabia que somente os membros da gangue tinham acesso ao esconderijo, portanto, alguém de dentro estava brincando com ele. Não iria deixar barato, iria até o fim para descobrir o traidor.

E lá estava ele, encarando o inimigo que agora revelava sua face. Olhando nos olhos do homem que o encarava, entendeu tudo. Sim, ele precisava morrer para pagar seus pecados. Primeiro tentou resistir, tentou atirar no homem, mas debilitado como estava, morreu pela sua própria mão. Um tiro forçado, explodindo seus miolos, dado pela sua própria arma. O outro pensou ter visto uma expressão de alívio antes de fechar as pálpebras do DaeHyun já morto.

Ao invés de contar notas, contaria estrelas com sua amada.