Double Knot escrita por Keke


Capítulo 2
HimChan




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Chapter 2- Himchan

 

Quando percebeu o sangue escorrendo pelos buracos dos três tiros que levou no peito, sua raiva triplicou, não iria se render, não iria ser fraco desta vez. Empurrou DaeHyun para o lado e como um louco atirou e atirou, incansavelmente, nos homens de preto, levou seis com ele. Seis. Exatamente o número de balas que recebeu após isso. Seis. O número de pessoas que estavam com ele na hora de seu suicídio conjunto. Uma bala por cada homem.

 

*****************

 

Mesmo vivendo uma vida dupla, ele sabia quem era. Estava ciente do encanto que suas palavras tinham, era mestre em seduzir qualquer ser que respirasse com aquele charme fatal. Ele também sabia que não era confiável, conhecia seus interesses e tinha total controle e planejamento de como iria alcançá-los. Porém uma coisa falhou em prever. Nunca poderia ter colocado em seus cálculos o estrago que Bang Younguk e aquele família maldita dele iriam causar.

Como agente duplo infiltrado no governo, tinha lugar especial na gangue, a pessoa que tinha maior poder, depois de Yunho, era ele. O ex-líder confiava sua vida nele, pois sabia que o coração de Himchan pertencia àquela gangue, ali era sua casa.

Naturalmente, ele seria o próximo a assumir o comando do bando, mas com a vinda de um intruso, sua chance foi perdida. YongGuk era um líder nato. Himchan podia dizer, ele sabia das intenções de Yunho ao trazer aquele magrelo com ele. No fim aceitou sua sina, havia outros meios de ter poder e no fundo, gostava do garoto novo. Sempre calado, mas de uma integridade inquebrável.

Sim, até os maus tem princípios. Ele mesmo tinha princípios: nunca se machucar.

E aí tudo deu errado. A morte misteriosa de Yunho foi irreparável para ele. O líder que era seu pai, quem o ensinou e deu-lhe um propósito, um lugar neste mundo cruel. A pessoa que ele adimirava e tinha como referência se fora. Pior, se fora misteriosamente.

Foi ele quem achou o corpo no apartamento. A garganta cortada um pendrive na poça de sangue coagulado. O último pedido do pai numa gravação.

YongGuk estava com ele. Os dois foram atrás de Yunho que há dois inacreditáveis longos dias, cortou a comunicação com todos.

A voz rouca do pai ecoou pelo apartamento vazio.

 

* Eu sinto que cheguei no fim. Ele está vindo, é o último sacrifício que faço por vocês. Himchan, meu filho, meu menino, eu te amo. Cuide de sua irmã, ela precisa muito de você e diga-lhe que eu a amo mais que tudo no mundo. Peço que também cuide de Gukkie, vai haver uma hora que ele vai precisar muito de seu apoio, ajude-o como me ajudou, seja o braço direito dele como você foi para mim, a gangue depende de você e....* pode ouvir a garganta de Yunho sendo dilacerada e os gemidos do pai abafados pelo som do sangue derramando em grandes golfos.

YongGuk só podia estar ali para HimChan, seu amigo mais próximo. Perderam a noção de quanto tempo ficaram ali abraçados. Queriam fazer um enterro minimamente decente para o grande líder, mas para não deixar evidências, cremaram o corpo e jogaram as cinzas no Rio Han. Limparam todo o apartamento e transferiram todos os documentos para a nova morada do grupo. Agora lá, um andar abaixo do CARNIVAL BAR, seria sua base, sua central de controle. Lá......onde era seguro.

A agenda do grupo seguiu normalmente, porém em uma das fugas, o então maknae Choi JunSeo  foi baleado e perdeu a vida. Seu último pedido: cuidem do Jun.

Ótimo, a única referência que ele tinha como família, a gangue, estava despedaçada e desestruturada e agora teriam outro estranho no ninho.

Mas o que HimChan tinha de teimoso e ardiloso, tinha de bobo. De tanto brigar com o novato Choi Junhong, acabou se apegando a ele. Passava horas conversando bobagens com o garoto peculiar e, claro, importunando o garoto sobre como ele cozinhava mal. Porém teve a briga de sua vida quando Zelo, na sua inocência, resolveu que era uma boa ideia trazer seu único amigo da clínica dos lunàticos para morar com eles.

O problema, é que o novo garoto, Jongup, era extremamente bom em tudo o que fazia. Em missões que pareciam não terem jeito de serem bem sucedidas, Jongup conseguia entregar, guiado pela externalização da violência que ele guardava em seu coração. Ficou encarregado do trabalho sujo, aquele que ninguém queria fazer, aquele de torturar outra alma até ela não poder mais aguentar. No fundo, Chan tinha certo medo de Jongup e ao mesmo tempo, gostaria de ser forte e ter presença como ele,. Julgava-o um mal necessário. A única pessoa que podia controlá-lo era Zelo.

Nunca descobriu quem havia matado seu pai, nunca pôde vingá-lo propriamente. Mas, seguindo o exemplo de Yunho, iria fazer um último sacrifico pela gangue. Tomou o primeiro tiro, defendeu o maldito DaeHyun, o traste responsável por tudo aquilo, o idiota a quem odiava e ao mesmo com quem se importava. O desgraçado maldito que o segurava enquanto seu sangue era drenado de suas veias.

“Te vejo no inferno, Daehyun. Vou encontrar meu pai.”

 


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