Aos vinte e dois anos, Edward Cullen havia chegado muito mais longe do que qualquer um na  sua idade. Após o falecimento do pai, ele herdou a construtora falida e a transformou em uma mina de ouro. Agora aos vinte e oitos anos apenas colhia os frutos do que havia plantado.

— Bom dia, senhor Cullen. -  A assistente o cumprimentou ,quando ele passou rapidamente pela recepção e entrou em sua sala. 

Edward não estava em um dos seus melhores dias. Naquela manhã sentia fortes dores de cabeça, a noite que tinha tudo para ser uma das melhores tinha sido estragada por uma DR de Rosalie. Namorava a modelo a menos de dois meses e já estava exausto, sentia desesperadamente saudade dos dias tranquilos em que não precisava dar satisfações as mulheres com quem dividia a cama. Ele tirou o paletó e o colocou no encosto da cadeira e serviu-se com um pouco de café, talvez a cafeína o ajudasse a aguentar o longo dia que viria pela frente.

— Senhor... - A assistente entrou na sala. - ...apenas gostaria de lembra-ló que hoje será a inauguração do espaço recreativo no Jardim de infância Pônei Encantado...

— Que nome ridículo é esse? - Interrompeu ele.

— É uma escola infantil.

— Hum... - Resmungou mau humorado, enquanto tomava o café. - A proposito, qual é o motivo mesmo de eu ter que ir pessoalmente na inauguração desse espaço recreativo?

— A senhora Cullen está em uma viagem. - Ela o lembrou. - Restando apenas você ,como representante da família e da construtora Cullen.

— Tudo bem. - Concordou a contra gosto. - Pode sair agora e me avise quando estiver no horário.

— Sim senhor.

Observando a assistente sair, Edward soltou um longo suspiro exasperado. Pelo visto o dia seria muito mais longo do que imaginará.

Após alguns telefonas, consultou o relógio no pulso e percebeu que faltava quinze minutos para 9h30. Levantando-se preguiçosamente, Edward vestiu o paletó e saiu. Ainda sentia fortes dores de cabeça, então decidiu que após a inauguração tiraria o restante do dia de folga.

— Rebecca, cancele todos os meus compromissos para depois do almoço.

— Disse ele, parando de frente a mesa da assistente.

— Mas é a reunião? 

— Cancele.

— Mas...

Edward lançou um olhar de censura a ela.

— Sou o patrão. - Disse ele antes de sai do escritório.

A assistente suspirou e assentiu com a cabeça.

O jardim de infância Pônei Encantado ,ficava localizado em um bairro no subúrbio de Brooklyn. Mesmo mal humorado por ter cruzado a cidade, Edward decidiu que faria um esforço mínimo para sorrir. Ele estacionou o carro e logo foi recebido por uma senhora de cabelos grisalhos e olhos miúdos. Sorridente ela estendeu a mão para Edward.

— Seja bem vindo, senhor Cullen. - Disse ela em um tom de puxa saquismo que ele conhecia muito.

— Obrigado. - Disse serio, mas lembrou que precisava sorri. Então fingiu um sorriso tão falso quanto uma nota de 3 dólares. 

A escola era simples e barulhenta demais na sua opinião. Crianças que aparentavam ter no mínimo uns seis anos, corriam como loucas por todos os lados. Não que não gostasse de crianças, mas se sentia desesperado para sair o mais rápido possível daquele lugar .Então ele fez um breve discurso e apertou algumas mãos de rostos sorridentes e foi embora tão rápido quanto chegou.

— Mais uma vez, obrigada pela sua generosa doação senhor Cullen. - Dizia a senhora, enquanto o acompanhava até a saída da escola. - Agora as crianças finalmente terão um espaço para exercitar suas pequenas mentes.

— Imagino que sim. - Disse impassível.

Edward estava prestes a entrar no carro ,quando seus olhos foram atraídos para uma mulher agachada de frente a uma garotinha em prantos.  Automaticamente seu rosto empalideceu .Poderia passar anos, mas jamais esqueceria aquele rosto...

— O senhor está se sentindo bem ? - Perguntou a senhora, tocando levemente o seu braço.

Ignorando-a, Edward caminhou aturdido até aquele mulher. Não podia ser, pensava a caminho. Ele sabia o quanto o destino podia ser irônico, mas nunca imaginou que seria tanto.

— Anne... - A chamou.

A mulher virou a cabeça e o encarou, encontrando seus olhos conflituosos e confusos. Levantando-se rapidamente, ele notou que ela se postou na frente da garotinha ,escondendo-a. Notou também que ela estava tão pálida quanto ele, parecia prestes a desmaiar.

— Não! Você se confundiu. - Ela disse áspera, mas Edward detectou um leve tom de desespero na sua voz. A mulher pegou a mão da garotinha e correu para atravessar a rua.

Do outro lado da calçada, Edward as observava se afastar. Ele jamais se esquecia de um rosto...jamais se esqueceria do rosto dela...