Algum tempo depois...

Olho por cima de uma casa qualquer. Misturada na escuridão, trajava roupas escuras e longas, mas meu olhar estava sedento como de um lobo. Vejo a quantidade enorme de guardas por toda a cidade. Parecia que Nicholas levou minha ameaça a sério. As ruas estavam vazias, luzes das casas acesas, a grande fogueira apagada - muito mais calmo do que minha primeira chegada aqui. Escuto risos das crianças na casa em que piso, eles brincam de esconde-esconde, estão tentando ter uma infância normal, muito mal que Nicholas tirou isso delas. 

— Viu algo de especial, Akemi? — Idas pergunta ao pousar silenciosamente ao meu lado. 

— Muitos guardas, mas sem o rastro de magia ou cheiro de Naomi. — faço uma careta. 

— Nós a encontraremos. É só questão de tempo até ela morder a isca. — ele encarou o castelo a metros de distância de nós.  

— Eu sei, sendo que a isca é saborosa. Já imagino a raiva que ela irá sentir— eu estremeço com o vento frio que nos atinge, e a expressão de Idas endureceu. Eu entendi o porquê — Estou cobrindo nossos rastros, não se preocupe.  

— Não é apenas isso — a tristeza nublou suas feições — Sinto pelas crianças que sofreram agora.

De longe, sinto o cheiro de Kain e do resto do clã, que logo se aproxima de nós, ele ficou ao meu lado enquanto os outros atrás. Assenti para o mais novo de longos cabelos negros que segurava em suas mãos uma espada de prata.  

— Eu realmente não me importo — rangi os dentes — Nicholas é idêntico ao pai dele. Criava ovelhas apenas para matar, mas ele não contava com um maldito lobo na espreita, esse sou eu.  

Ergo a mão sobre, mirando em nenhum lugar específico, então, vejo as luzes de cada casa começarem a piscar, e piscar, até que as lâmpadas das explodissem. As mulheres começaram a gritar, os moradores começam a sair de suas casas com um murmúrio alto. Sinto o cheiro do medo exalando deles. 

— Vamos matar todos. E, por favor, meninos, deixem rastros. Eu quero que ele venha até mim. — minha boca se contorceu num sorriso sinistro.  

Kain ri alto e pulou da casa. Aqueles que estavam atrás de nós o acompanhou com gritou e garras. 

Idas e eu apenas assistimos enquanto eles causavam a destruição na cidade com sorrisos nos rostos.  

— É a nossa hora. — digo, e seus olhos coloridos brilharam na noite.  

“É a nossa hora”  Ichiro repetiu em minha mente “Vamos mostrar a esse míseros seres o que é o medo.”