Estava pronta com uma calça social preta, uma blusa social branca e um blazer preto. Calcei um scarpan preto e coloquei a pulseira que Justin tinha me dado. Violetta me maquiou e eu já estava pronta.   

—Você está bem? — ela perguntou e eu neguei me sentando na ponta da cama.  

—Não, mas vou sobreviver. — disse respirando lentamente. O jeito com que Justin falou estava na minha mente a cada segundo daquelas horas.  

—Vamos lá, está quase na sua vez. — Me levantei indo com Violetta até a sala feita para o julgamento. - Lembra do que eu te falei, vão falar os crimes e você recebera a punição adequada.  

—Tudo bem, parece bem fácil. — disse e ela sorriu de lado.  

—Vai la! — Violetta falou assim que me chamaram. Caminhei até lá e um dos guardas me mostrou onde ficaria.  

—Preso número 3457. — Alguém falou, a voz parecia dos caras de rádio.  Um cara bem musculoso e tatuado entrou no local.  

—O preso roubou dois mercantis, ameaçou uma senhora, roubou postos de gasolina e por fim matou um policial. — Outra pessoa falou, tentei controlar minha expressão facial já tinha várias pessoas assistindo, além das câmeras.  

—Você tem algo a acrescentar? — perguntei ao preso tentando soar confiante e firme. Ele me olhou com desdém e sorriu de lado.  

—Tenha cuidado, princesa ou pode ser a próxima. — Ele disse com um tom diabólico. Um guarda me entregou um papel e eu o abri lendo a sentença. Respirei fundo soltando o ar lentamente.  

—Sua sentença será 30 anos de prisão, sem chance de fiança ou liberdade condicional. — falei olhando dentro de seus olhos, o sério que eu conseguia. 

—Você vai se arrepender, Kylie. — Ele disse ainda de maneira diabólica, me causando arrepios.  

—Podem levar! — disse e olhei em volta, dois guardas puxaram o cara o acompanhando para fora do local.  

—Pode vim. – Um guarda falou e eu respirei aliviada me levantando dali.  

—Viu, você foi bem. — Violeta sorriu.  

—Eu fui ameaçada, posso ter mandando um cara de gangue para a cadeia. — falei em pânico. — Eu preciso ficar sozinha.  

Pedi me afastando dela, indo na direção do meu quarto. A pulseira em meu pulso apitou e eu a olhei vendo que tinha uma mensagem. Entrei rapidamente no meu quarto ligando o computador.  

Abri a mensagem e li cuidadosamente.  

"Oi Kylie, lembra de mim? Seu namorado?  

Faz um bom tempo que não nos falamos, mas estou acompanhando cada passo seu nessa seleção. Espero que você ainda tenha o objetivo que combinamos.  

Caso pense em não cumpri-lo, sabia que farei da sua vida um inferno. Para saber que não estou brincado, eu que mandei o vídeo falso para o rei. Cada passo errado trará uma consequência a você. Como sei que você não se importa em sofrer, também usarei sua mãe. Ela está bem, até agora.  

Um grande beijo, do seu amor." 

Fechei meus olhos não acreditando no que estava lendo. Brian só poderia ser louco. Levei minhas mãos à cabeça e deixei as lagrimas caírem. Ficaria sem o Justin, iria presa e Brian faria minha vida um inferno independe de onde eu esteja. Sabia que ele está quieto não era coisa boa.  

Me levantei em um acesso de raiva e comecei a socar a parede ao meu lado, tentando descontar todo o ódio em meu corpo por tudo que estava acontecendo.  

Parei de socar a parede, quando já estava cansada e o soluço me atrapalhava. Deslizei pela parede levando minhas mãos ao meu cabelo, encostei minha coxa em meu tórax para apoiar meus cotovelos nos joelhos. De cabeça baixa continuei a chorar. Poderia ficar ali por horas se alguém não tivesse entrado no meu quarto.  

—O que aconteceu? — a voz de Justin saiu desafinada e alta. Levantei meu rosto olhando para o loiro que abria seu terno para se ajoelhar na minha frente.  

—Nada. — disse limpando minhas lagrimas, senti minha mão arder e a afastei do meu rosto a olhando. 

—Você está chorando e sangrando, algo aconteceu. — Ele disse calmamente. 

—Acho que soquei demais a parede. — falei me levantando, vendo o estrago que eu tinha feito na parede de gesso. Como eu não estava sentindo nada?  

—Você quebrou a parede? — Justin quase gritou pasmo, ele se virou me olhando com a boca entre aberta e os olhos arregalados.  

—Desculpa. — disse me afastando indo na direção do banheiro.  

Liguei a torneira e coloquei minha mão ali limpando o sangue que começava a secar. Respirei fundo soltando o ar lentamente algumas vezes, antes de encarar minha cara no espelho. Estava descabelada e com o rosto inchado. Coloquei a outra mão, na água corrente e fiz uma careta ao sentir arder. Quando não tinha mais sangue fechei a torneira pegando a toalha de rosto para enxuga-las, saindo do banheiro em seguida.  

—Isso é do Brian? — Justin perguntou apontando para o computador.  

—Não mexe nas minhas coisas, você não tem esse direito. — gritei com ele soltando a toalha no chão.  

—Me responde, Kylie! — ele pediu sério e eu bufei.  

—Não é da sua conta. — disse entre os dentes.  

—Vim te falar que o vídeo era falso, estão tentando conseguir as imagens reais, vai levar um tempo.  

—Obrigada por me informar, alteza. — falei olhando atentamente — Mais alguma coisa?  

—Kylie, por favor, me responde. — Ele pediu se aproximando lentamente.  

—Justin, não irei responder, porque sei que você vai piorar a situação querendo resolver.  

—Qual o objetivo dele? — Justin perguntou parando na minha frente e levando meu queixo para olha-lo.  

—Justin, irei resolver isso. — Afirmei e ele balançou a cabeça negativamente.  

—Não, você não tem como fazer isso. Eu irei resolver, eu sei que é ele. Vou mandar um alerta para Auradon. Agora preciso saber qual o objetivo dele.  

—Por favor, deixa eu resolver isso. O objetivo pouco importa.  

—Claro que importa. Ele está te ameaçando.  

—Justin, ele não vai conseguir o que ele quer, é isso que importa. — disse e ele olhava em meus olhos.  

—Como você sabe? — perguntou. 

—Porque ele precisa de mim e eu não irei fazer o que ele quer, independe do que ele faça.  

—Me conta. — pediu de forma manhosa, fechei meus olhos e senti seus lábios contra os meus. — Vai, me conta. — falou contra meus lábios. Empurrei ele lentamente.  

—Não. Se for realmente necessário eu te conto, prometo.  

—Tudo bem. — falou se rendendo. — Melhor você passar algo nesse machucado.  

—Vou passar. — disse me afastando dele.  

—Quer ajuda? — ele alisou meu braço.  

—Não, você deve ter o que fazer. Sei me cuidar. — falei sorrindo forçado para tentar convencê-lo.  

—Eu faço para você. — Justin falou indo até o banheiro.  

Me sentei na cama esperado o príncipe que logo saiu segurando a maleta de primeiros socorros. Justin se sentou na minha frente colocando o kit do nosso lado. Abriu e pegou minha mão de forma carinhosa. Fiquei apenas observando ele limpar, passar pomada e colocar o curativo, repetir o processo na outra mão. Ele se levantou guardando tudo e levou para o banheiro.  

—Você é bem radical. — Justin falou se sentando na minha frente, ri fraco. 

—Foi só o ódio mesmo. — falei dando de ombros.  

—Ainda bem que vamos embora e vão poder ajeitar. Se quiser terminar de socar o quarto é o momento. — ri fraco.  

—Isso não vai acontecer, Alteza. — ele revirou os olhos.  

—Para de me chamar de Alteza. — pediu e eu ri. 

—Você é alteza, Alteza. — Justin bufou.  

—Eu sei, mas não gosto de você me chamando de alteza, senhorita. — Ele revirou e eu ri.  

—Desculpa, Alteza. — falei provocando o loiro.  

—Tudo bem, senhorita. Agora, está bem? — perguntou e eu assenti.  

—Obrigada. — Sorri de lado — Agora estou calma e tranquila. Vou dormir um pouco, ou me jogar da varanda.  

—Se for fazer a segunda opção é melhor eu ficar aqui. — Ele falou fazendo uma cara de pervertido, que me fez ri.  

—Só vou dormir mesmo, Alteza. Pode ficar tranquilo, não irei facilitar suas escolhas. — Ele riu e se aproximou do meu ouvido.  

—Eu já fiz minha escolha. — Fechei meus olhos escutando seus murmúrios, de surpresa o loiro beijou meu pescoço.  

Algo vibro e ele se afastou revirando os olhos.  

—Preciso ir, não se jogue da varanda. — Ri fraco e vi ele sair.  

Apenas troquei de roupa para uma mais confortável e me deitei na cama. As palavras de Brian ainda rodavam minha cabeça, ele queria mostrar o poder que ele tinha e eu sabia que esse seria apenas o começo de uma série de eventos desastrosos para mim.  

Puxei um dos travesseiros e o coloquei do meu lado o abraçando. Eu teria que pensar em algo, não poderia deixar que nada acontecesse com minha mãe ou com Justin, não é justo com nenhum deles sofrer por uma decisão minha.