O Círculo escrita por Ju Do


Capítulo 1
O Círculo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem da história!



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A lenda diz que, toda vez que uma criança ri pela primeira vez, uma nova fada nasce. E toda vez que uma nova fada nasce, ela é colocada dentro de um grande círculo de cogumelos, no meio de uma clareira no bosque. As fadas são confusas quando nascem, mas também muito agitadas, e, nesse momento, todas as recém-nascidas estão juntas dentro do círculo, fazendo uma algazarra e formando um amontoado de cores brilhantes. Elas tilintam, e o som parece o ruído de centenas de pequenos sininhos dissonantes.

 

Só que, como todos os seres vivos, as fadas possuem instintos. E, instintivamente, elas se reúnem ao redor dos cogumelos. Aos poucos, começam a dar as mãos e a girar. No começo, o formato da ciranda é meio esquisito, como um oval disforme. Mas, à medida que vão pegando o ritmo da dança, as fadas passam a girar, e a formar um círculo perfeito. Quando, finalmente, elas começam a cantar, está formado um dos espetáculos mais bonitos do mundo: um Círculo de Fadas.

 

Centenas de fadinhas giram harmonicamente, suas cores formando um degradê em todos os tons do arco-íris, suas vozes cantando no mesmo tom. É uma visão de levar qualquer um às lágrimas, e, às vezes, à loucura. Por isso é aconselhável que os leitores humanos não cheguem muito perto, se virem um círculo de cogumelos na floresta. É comum que as fadas enfeiticem os olhos da raça dos homens, e eles se vejam compelidos a girar com elas e dançar até morrerem de exaustão.

 

Mas acabei me distraindo. Esse não é um texto informativo ou um aviso de cautela acerca dos Círculos de Fadas. Não, essa é a história de uma fada específica. E para contar, precisamos voltar para o começo. Lá para quando elas acabaram de serem colocadas dentro do círculo. Dentro desse, em específico, vamos nos concentrar em uma delas: a pequena fada verde que tropeça, tentando ficar em pé, e olha confusa para os lados.

 

...

 

A Fada Verde demorou um tempo, quando as outras começaram a se juntar para formar a primeira oval disforme de ciranda, para entender o que estava acontecendo. Talvez por isso ela tenha tido tantas dificuldades depois, mas na realidade, nunca saberemos. O que importa é que a Fada Verde lesou um pouco, coitada. Quando se juntou às outras, pegou a ciranda já andando.

 

Para ela foi um pouco mais difícil. Entrou no canto errado, entre as fadas amarelas e as vermelhas e logo aí bagunçou o degradê de cores dentro do círculo. As outras a empurraram, chateadas, tentando fazer com que aquela fada meio lerda fosse para o seu lugar, até que ela estivesse no meio das outras esverdeadas.

 

Quando olhou ao redor e viu só a cor verde, ela finalmente entendeu e tilintou alegremente. E começou a girar com entusiasmo.

 

Para o lado errado.

 

As fadas ao redor dela tropeçavam e quase não conseguiam voar, porque por mais que tilintassem, chateadas, para a colega, a Fada Verde acabava por se distrair e puxar o grupo na direção errada. Deixe-me explicar. Os Círculos de Fada giram todos no sentido horário. Entretanto, na cabecinha de nossa Fada Verde, por alguma razão, sempre pareceu fazer mais sentido girar em anti-horário. Ela tentava, claro, seguir as colegas, mas sempre que não prestava tanta atenção, acabava por tentar voar para o outro lado, bagunçando o formato do círculo.

 

As colegas da Fada Verde apenas tiveram que aprender a puxá-la com um pouco mais de força, para garantir que ela continuasse no sentido certo.

 

Estaria tudo resolvido, e o Círculo estaria quase perfeito, se não fosse o problema do pisca-pisca. Veja bem, fadas piscam, que nem estrelas. E os Círculos de Fadas piscam em harmonia, como centenas de luzinhas de Natal multicoloridas. Isso faz parte do espetáculo.

 

Mas a Fada Verde tinha problemas com isso. Ela piscava, claro, entusiasmada e com força, e sua luz era de um forte verde-folha brilhante. Mas sempre fora de ritmo. Sabe quando estamos no trânsito e a seta do carro da frente pisca em um ritmo diferente da seta do nosso carro? Pois é, a luz da Fada Verde era sempre assim, sempre um milésimo de segundo atrasada ou adiantada com a das colegas. Quem já esteve na situação do carro acima mencionada sabe o quanto uma coisinha tão besta pode incomodar.

 

E as outras fadas se incomodavam. A Fada Verde percebia isso e tentava e tentava ajustar seu pisca-pisca, mas por alguma razão ela sempre acabava errada.

 

A essa altura, as outras fadinhas já estavam passando de chateadas para irritadas.

 

A gota d'água mesmo foi quando começaram a tilintar. Como dito lá em cima, os Círculos de Fadas tilintam como centenas de sininhos em harmonia.

 

Claro que o tilintar da Fada Verde era dissonante. Enquanto o das outras estava em um lindo dó-re-mi-fá, a Fada Verde tilintava em si bemol. Quando era grave, seu som era agudo. E, numa música em que todos cantam certo, o desafinado fica ainda mais evidente.

 

Nessa altura as outras fadas perderam a paciência. Sem lhe designar nem um relance de olhar e num movimento absolutamente harmônico, elas soltaram as mãos da Fada Verde e a empurraram para fora do Círculo. E então, com ela fora, juntaram novamente as mãos e formaram de novo sua ciranda, dessa vez harmônica e perfeita.

 

A Fada Verde caiu no chão, jogada pela força do girar da roda, novamente um tanto desconcertada. Achou primeiro que suas irmãs a tivessem soltado por acidente. Com isso em mente, ela tentou voltar para o Círculo. Mas ele permaneceu fechado. Ela lembrou sua experiência anterior e tentou voltar para o seu lugar, com as outras fadas esverdeadas. Mas suas irmãs permaneceram com as mãos bem agarradas, impedindo-a de pegá-las. A Fada Verde tilintou para elas, tentando chamá-las, mas o Círculo tilintava mais alto, abafando seus protestos.

 

Perplexa e cansada, a Fada Verde sentou na grama fora dos cogumelos e observou o Círculo, girando e tilintando, multicolorido. Ele era lindo. Com as cores girando acima de sua cabeça, ela deitou na grama e adormeceu pela primeira vez.

 

Acordou no meio da noite com frio. Fadas tem o corpinho pequeno, e longe das outras elas tendem a não conseguir se aquecer muito bem. Não é o suficiente para matá-las, mas para uma fadinha que viveu a vida toda perto do calor das irmãs, incomoda bastante.

 

Ela fez uma nova tentativa de voltar para o Círculo e dessa vez, além de não ter sucesso, ainda foi empurrada de volta para a grama. A Fada Verde se sentou novamente, fazendo bico e apertando os olhos para impedir que pequenas gotinhas, do tamanho de buracos de agulha, caíssem de seus olhos.

 

Por alguns dias, a Fada Verde permaneceu ali, admirando a beleza do Círculo e melancolicamente pensando em como havia sido expulsa dele. Mas, após algum tempo, sua natureza inquieta a fez olhar para fora.

 

Era escuro fora do Círculo. Não havia brilho, nem barulhos de sininhos, mas a Fada Verde estava cansada de olhar para aquilo. Ficou de pé e, com um surto de coragem, se lançou para fora da clareira.

 

Não era tão escuro quanto ela pensava. Seu brilho verde era o suficiente para iluminar o caminho, e logo ela estava enxergando a floresta. Era difícil olhar direito para ela quando se estava girando tão rápido, mas agora ela conseguia. Havia pequenos insetos voando e alguns bichinhos correndo pelo chão. A Fada os observou e eles a cumprimentaram, fazendo alguns barulhos.

 

Após algum tempo, ela quase esbarrou em um vaga-lume.

 

— Que brilho forte! - o vaga-lume exclamou. - Você deve ser o vaga-lume mais bonito que eu já vi!

 

A Fada Verde tilintou alegremente, tímida, e esclareceu, que não era um inseto. Mas o bicho parecia encantado com ela e logo chamou toda sua família, que a cercou e a ensinou a direcionar seu brilho, como eles faziam, usando sua luz para iluminar a noite.

 

Após um tempo com os vaga-lumes, a Fada Verde acabou deixando-os para logo dar de cara com um bando de libélulas, que a ensinou a bater forte as asas e a voar mais rápido. Então ela se encontrou com uma colmeia de abelhas, que, apesar de agressivas no começo, a ensinaram a se alimentar de pólen de flores e a beliscar qualquer bicho que a incomodasse. E assim a Fada Verde passou o verão, com os mais variados bichinhos, todos eles afirmando que ela era o inseto mais bonito que eles já tinham visto, e ensinando-a coisas diferentes.

 

Passado um tempo, a Fada Verde já havia esquecido o Círculo. Ela apenas voava alegremente de um lugar para outro, conhecendo os mais variados insetos e aprendendo muitas coisas diferentes a cada dia, sem se preocupar se seu brilho estava no ritmo e se seu tilintar era harmônico.

 

Então, uma bela noite, em que ela passava voando acima da copa das árvores, ouviu um chamado.

 

— Aqui, aqui!

 

Ela olhou para baixo e viu. Era seu Círculo! As fadas a olhavam com admiração, e ela desceu para falar com suas antigas irmãs, um tanto cautelosa.

 

— Você é a fada mais bonita que já vimos! Seu brilho é tão poderoso!

 

— Eu aprendi com os vaga-lumes. - ela respondeu.

 

— E suas asas tão rápidas!

 

— Eu voo como as libélulas.

 

— E seu canto é melódico e forte!

 

— Quem me ensinou a cantar foram as cigarras.

 

— Venha conosco! Venha fazer parte do nosso Círculo!

 

Sentindo-se lisonjeada, a Fada Verde olhou para suas irmãs e, com um grande sorriso no rosto, estendeu as mãos. As outras tilintaram em regojizo e a acolheram dentro do Círculo, girando em harmonia.

 

Ela era parte do Círculo agora. Havia esquecido o quanto ele era bonito. E também o quanto era quente e reconfortante dentro dele. Por muitos dias ela girou em uma ciranda com suas irmãs.

 

Só que logo o Círculo estava girando cada vez mais rápido. A Fada Verde começou a se preocupar. Estaria perdendo o ritmo de novo? Ela tentou perguntar a suas irmãs, mas elas estavam ocupadas demais em tilintar harmonicamente para responderem-lhe.

 

Parecia que era de propósito. A velocidade do Círculo variava de maneira cada vez mais brusca, de modo que ela não conseguia acompanhar e estava constantemente sendo sacudida. Finalmente, com um tilintar alto de surpresa, foi jogada para fora.

 

E lá estava ela novamente sentada na grama, confusa. Sacudindo a poeira das asas, ela se aproximou novamente das outras.

 

— O que houve? - tentou tilintar.

 

As outras não responderam.

 

Antigamente, a Fada Verde teria apenas ido embora, mas agora... Suas asas eram fortes, e então, ela agarrou uma de suas irmãs e voou com toda a força na direção contrária. As outras tilintaram, alarmadas.

 

E então, aconteceu algo extremamente raro de se ver. O Círculo de Fadas parou.

 

As fadas todas se entreolharam, chocadas e atrapalhadas. E então, a Fada Verde voou até o centro do Círculo imóvel e tilintou, confusa.

 

— Por quê?

 

As outras então se uniram contra ela, tilintando furiosamente.

 

— Você parou o Círculo!

 

— Parou!

 

— Parou o Círculo!

 

— Vocês me jogaram para fora! O que houve? - ela perguntou.

 

— Você não consegue acompanhar o ritmo do Círculo! - uma delas exclamou.

 

— É! Não cresceu aqui dentro como nós, então não está acostumada!

 

— Fora de ritmo!

 

— Fora de tom!

 

— Vá embora!

 

— Não é uma de nós!

 

— Nunca vai ser parte de verdade do nosso Círculo!

 

E, com isso, elas se deram as mãos e começaram a girar.

 

...

 

 

É dito, num livro muito antigo, que as fadas são seres muito pequenos. E que, como são pequenas, não têm espaço no corpo para segurarem muitas emoções. Por isso, uma fada feliz estaria completamente extasiada, enquanto uma fada triste seria a mais deprimida das criaturas.

 

Não foi provado ainda se isso é verdade, cientificamente falando. Mas uma coisa que se sabe é que um dos seres mais assustadores no mundo é uma fada com raiva.

 

A Fada Verde naquele momento olhou as cores girando ao redor de si sem parar, e ouviu a melodia harmônica que não conseguia cantar, e ficou com raiva, e, se você acreditar nas teorias, só havia espaço no seu corpo para um único sentimento: ódio. Ela se ergueu acima do Círculo, bem em seu meio. As outras fadas tinham razão. Seu brilho era poderoso como de um vaga-lume, suas asas eram rápidas como de uma libélula, e sua voz era forte como de uma cigarra. E, o mais importante: ela sabia ferroar como uma abelha.

 

A fada abriu a boca e gritou, gritou tão alto que sua voz teria sido capaz de furar tímpanos. As outras soltaram as mãos e cobriram os ouvidos, assustadas. Então ela brilhou o mais forte que conseguiu, cegando a todas, quase como um pequeno sol. Aquilo desorientou suas irmãs. Qualquer humano que a tivesse visto naquele momento teria ficado cego para o resto da vida.

 

E então, usando a rapidez de suas asas, ela voou em direção às outras fadas, agarrando-as com as mãos e beliscando-as com força, jogando-as na grama ao redor do círculo de cogumelos. Amedrontadas, as fadas se dispersaram enquanto ela destruía o Círculo, voando para longe e deixando-a sozinha no meio da clareira.

 

Por fim, a Fada Verde estava só. Ela parou de voar e deixou-se cair, exausta, em meio ao círculo de cogumelos.

 

— Que monstro! - veio uma vozinha em meio às árvores.

 

A Fada Verde não tinha mais energia para responder. Ela só se ergueu e voou para cima e para longe, até achar o galho mais alto da árvore mais alta da floresta. Lá ela se sentou e, em meio ao silêncio, chorou sozinha, com pequenas gotículas de água pura caindo copiosamente de seus olhos.

 

...

 

 

Por muito tempo, a Fada Verde voou por cima da copa da floresta. Não tinha mais vontade de se juntar aos bichos lá embaixo. Ela apenas flutuava com a luz das estrelas, que pareciam com um milhão de fadas, por companhia, querendo chegar cada vez mais longe.

 

Planava nas correntes de ar quente. Olhava a lua e sentia o frio em seu corpo. Voou até o topo de montanhas e olhou o mundo lá embaixo. Desapareceu em meio às nuvens.

 

Verões e mais verões se passaram. Até que, um dia, ela encontrou algo que nunca tinha visto antes.

 

Era uma coisa quadrada feita de árvore morta. Ela se aproximou, cansada, e lá perto encontrou uma coisa enrugada. Parecia uma fruta desidratada, mas era um animal, esquisito, com pelos brancos na cabeça e grandes olhos azuis. O bicho se movia devagar e cuidava de uma planta, murmurando levemente para ela, derramando água no solo embaixo.

 

A Fada Verde olhou o bicho, curiosa, e observou enquanto ele se recolhia para dentro da caixa de árvore morta. Por vários dias ela observou a criatura. Era um animal estranho e lento, que resmungava muito e andava em duas pernas, meio curvado. Ele parecia sempre mal-humorado e com dor no corpo. Por alguma razão, ela se sentia estranhamente fascinada por aquele bicho tão esquisito. Deixou-se ficar por perto da casa por alguns dias, tentando entender seu comportamento

 

Uma noite, quando ele foi embora, a curiosidade da Fada levou a melhor e ela se aproximou da planta que a criatura cuidava. O bicho havia falado com um botão de flor. A fadinha olhou para aquilo e então, por intuição, usando um truque que havia aprendido nos seus longos anos de solidão, cantou para o botão, e ele se abriu em uma rosa.

 

Ela se escondeu por perto e esperou, vendo o que o bicho acharia daquilo. Após algum tempo, ele saiu de dentro da caixa e deu de cara com a rosa desabrochada. Seus grandes olhos se arregalaram de surpresa e então, o bicho jogou a cabeça para trás, abriu a boca, e aconteceu a coisa mais maravilhosa que a Fada Verde já havia visto na vida.

 

O bicho fez um som, alto e entrecortado, estranhamente familiar, e ela sentiu como seu corpo inteiro se enchesse de uma sensação maravilhosa. Algo brilhou dentro de si e ela sentiu que saía de seu peito. Um brilho verde desabrochou e voou para longe de si, tilintando alegremente.

 

O som do bicho durou pouco. Logo ele estava agachado ao lado da rosa, murmurando novamente, e a Fada Verde permaneceu escondida por alguns momentos, ainda surpresa.

 

Então, de seu lado, veio um tilintar. Ela olhou e viu uma bela fada azul, que a olhava, sorrindo.

 

— Você ouviu isso? - a Fada Verde perguntou.

 

— Você a fez rir. - a outra respondeu.

 

— O que aconteceu?

 

— É o ato mais maravilhoso de todos. Fazer rir.

 

E então a Fada Verde lembrou da história que ouvira há muito tempo, antes de o Círculo ter se formado.

 

— A lenda diz que toda vez que uma criança ri pela primeira vez, uma nova fada nasce... - ela repetiu, procurando pelo bicho e perguntando-se se ele seria uma daquelas criaturas “crianças” das quais ela havia ouvido falar.

 

— Não. A lenda mente. Toda vez que um humano ri, uma nova fada nasce. As crianças são fáceis. Elas riem por tudo. Mais difícil e mais gratificante é fazer rir um desses, que já são antigos e cansados.

 

A Fada Verde a olhou, assustada.

 

— Outra fada acabou de nascer?

 

— Sim. E por sua causa. - a fada azul se ergueu. - Essa é a tarefa que nós achamos mais gratificante. E mais importante.

 

— Quem são “nós”?

 

A fada azul tilintou e apontou para cima. Lá, embaixo da luz da lua, brilhavam várias fadas no céu, multicoloridas, misturadas, e tilintando em tons diferentes. Elas voavam em loops e dando cambalhotas no ar, e piscavam como várias pequenas estrelas.

 

— Nós voamos por aí.

 

— E o Círculo? - a Fada Verde perguntou, perplexa.

 

— Círculos existem. - a fada azul deu de ombros. - São lindos. Mas nós preferimos aqui fora. Preferimos as estrelas, e o orvalho da manhã, e as flores e o riso. Você quer vir voar conosco?

 

A Fada Verde piscou e assentiu, e então a outra levantou voo. Após alguns momentos, ela se juntou às outras.

 

Dias depois, enquanto fazia um loop, a Fada Verde ouviu um tilintar familiar.

 

— Aqui! Aqui!

 

Lá embaixo, bem lá embaixo, um Círculo girava.

 

— Venha conosco! Venha fazer parte do nosso Círculo!

 

Ela olhou para as irmãs em sua ciranda. Olhou e não sentiu raiva, nem ódio, apenas a vontade de compartilhar com elas a sensação de ouvir um riso, de voar com as estrelas e falar com os bichos e desabrochar flores.

 

Elas nunca a ouviriam.

 

A Fada Verde sorriu para elas e lhe deu as costas, voltando a voar em direção às estrelas.


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Notas finais do capítulo

E foi isso! Espero que tenham gostado! Acho que todo mundo já se sentiu como a Fada Verde expulsa do Círculo algum dia, e esse texto foi escrito baseado nesse tipo de experiência.

=D até a próxima!



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