O Retorno de Tim Drake escrita por Coelho Samurai


Capítulo 5
Cada Robin Tem o Vilão Que Merece




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— Rompimento do sistema de segurança da prefeitura de Gotham, quatro computadores conectados foram identificados pelas autoridades, mas eu detecto cinco.

— O quinto é o meu, estou entrando agora pra impedir os meliantes. Sistema de criptografia japonesa, máfia, reajuste nos dados de transporte de suprimento de remédios no porto, abrindo espaço para o carregamento ilegal na costa. A.D, chame o jato.

Um vulto em alta velocidade sobrevoa sua cabeça e desacelera tempo o bastante para que Tim mirasse seu rapel e chegasse até a escotilha e se posicionasse em sua cadeira. “Ativar controle manual”. Diz ele, agora ele comanda sua nave minúscula até o centro de Gotham onde o banco está sendo hackeado. – A.D. me mantenha informado sobre tudo que está acontecendo no banco. “Sim, senhor, mas eu devo alertá-lo que...”. – O dispositivo para de funcionar de uma hora para outra, e Tim agora está sozinho.

— A.D.? – Nada de resposta, quando seu monitor se liga com um vídeo em tempo real, uma silhueta preta se apresenta perante o garoto.

— Boa noite, Sr. Drake, é um prazer vê-lo.

— Você – Pensa Tim – Quem é você?, O que quer de mim?

— Alertá-lo, meu jovem. – A figura acende um cigarro. – Creio que você e seus conhecidos estejam em grave perigo. Ele está vindo para Gotham, e pretende matá-lo.

— Quem?

— Ele se chama Alexander Justus Moldrod, mas acho que você o conhece mais por—

— “O Açougueiro”.

— Exato, ele está a caminho de Gotham, e pretende fazer um belo estrago.

— Eu o prendi nas masmorras do Tibet, em uma prisão de segurança máxima de escape impossível.

— Ele fugiu.

— Ele é só um homem.

— Não mais. Ele tem um exército, e um patrocinador, que paga muito bem por sinal.

— Como sabe disso? Quem é você?

— Me infiltrei na organização dele, e quero ajudar você, Timothy, mas não posso me revelar agora. - “O sotaque italiano... Sumiu”, pensou Tim. Não pode ser o mesmo homem. – Preciso que confie em mim, Timothy.

— No meu trabalho confiança não é tão simples assim.

— Entendo, mas você precisa confiar em mim. Sou único com as informações necessárias para ajudar você.

— Então me dê essas informações e suma.

— Não é tão simples, precisamos nos encontrar. Amanhã, na torre da Gotham News, 00h, esteja lá, Tim. Eu sou sua única esperança. – O homem desliga.

No dia seguinte, Tim passa mais uma noite em claro, fechando a porta de seu armário no corredor, ele espreme as pálpebras contra as extremidade dos olhos, para não dormir em pé.

— Bom dia, Tim. – Ele é surpreendido por Bart, o Kid Flash. – Por acaso você... Nossa, cara. Você está horrível, ha quanto tempo não dorme¿

— Umas 52 horas, eu imagino. Cafeína e muito estresse fazem isso com as pessoas. Por acaso eu o quê¿

— Queria saber se você tinha o resumo do Sr. Lorenzo sobre biologia molecular.

— Sim, está na minha escrivaninha na base.

— Você pode me emprestar¿ Até pegaria agora mas você codificou o seu quarto. Você realmente desconfia de nós¿

— Depois do incidente com o balde de água morna na minha mão, naquele fatídico 4 de julho, sim.

— Qual é, todo mundo achou engraçado, a Cassie até teve pena e depois ficou com você naquela noite. – Surge um breve e constrangedor silêncio – Desculpe, eu não queria falar dela.

— Tudo bem.

— Ela me ligou ontem, queria saber como você estava. Ela iria enlouquecer se descobrisse que você está dormindo tão pouco.

— Eu duvido. Tudo que ela fez pra mim foi me tirar da minha trilha pela justiça e depois partir meu coração. – Escondia seus sentimentos muito bem, por pior que fosse falar o nome de Cassie ou pensar em seu rosto, Tim mantinha a compostura e falava em tom de ironia.

— Não, Tim. Você pode ser o cara mais inteligente dessa escola, mas você está errado quanto à ela. Nenhum de nós, nem mesmo o Bruce faria por você ou choraria por você do mesmo jeito que ela o fez. – Nesse momento surge um flashback na cabeça de Tim.

Um ano antes

A porta da Bat-Caverna é escancarada.

— AONDE ELE TÁ¿ - Gritava Cassandra Sandsmark, a Moça-Maravilha, que avista Tim Drake em uma maca na ala de enfermagem da caverna com vários hematomas, cortes e um ferimento à bala de raspão no braço direito. - AI, PELO AMOR DE ATENA.

— Maestra Sandsmark, exigirei que mantenha a calma. O patrão Tim está em repouso, e eu estava justamente limpando e saturando seus ferimentos.

— Não se preocupe, Alfred, eu cuido disso. Pode ir, obrigado mesmo, amigo.

— Como quiser, patrão. Maestra. – Alfred se retira. Tim está com as costas apoiadas na maca em um ângulo inclinado, como se estivesse sentado. A parte do torso de seu uniforma está ensanguentada e jogada no chão, sua capa está pendurada para ser restaurada. Ele segura a linha e a agulha. Ela observa.

— Você não vai querer ver isso. – Ele começa e fechar o ferimento à bala causado em uma batalha com membros da Ordem dos Sudras, ninjas membros de um núcleo da máfia do Camboja que atuava de forma independente em Gotham. Ele tenta esconder sua expressão de dor.

— Quantos eram¿

— Uns 30.

— E você derrotou todos¿

— Foi mais difícil do que imagina.

— Pelo visto. Fiquei tão aflita, Timmy, você não respondeu minhas mensagens, achei que a missão tivesse dado errado.

— Poderia ter dado mais certo. Uhh... Mas agora está tudo bem. Os Sudras estão se mudando. Não vão mais fazer seus negócios em Gotham. Não depois dessa noite. Além do mais, são só alguns arranhões. Bruce me deu dois dias de folga. – Ele continua se costurando.

— Está doendo muito¿ - Ela se aproxima e o beija nos lábios arranhados de forma doce, e depois de forma mais agressiva e apaixonada.

— Não mais. Com você aqui, do meu lado, a dor física é irrelevante.

— Não se superestime. Você vai acabar morto algum dia.

— Todos nós vamos.

— Eu não quero e não vou te perder, Tim. Eu te amo.

— Eu sei me cuidar.

— Você é humano, é um homem feito de carne e osso, sem habilidades especiais, e volta pra casa desse mesmo jeito todos os dias, ou pelo menos quase. – Ela coloca as mãos em seu rosto. – Vale mesmo a pena¿ - Ele a beija.

— Se eu chegasse em casa desse jeito todos os dias, e não houvesse você pra cuidar de mim, não. Mas eu tenho você, tudo vale a pena com você. Você é o motivo de eu arriscar a vida todos os dias, é o motivo de eu colocar meus ossos quebráveis e músculos rompíveis à prova, eu tenho alguém pra quem voltar todos os dias, você. Eu também te amo.

Presente.

— TIM! – Grita Bart – Terra para Timothy Drake. – Tim fecha seu armário, pisca bruscamente espremendo as pálpebras para conseguir se manter acordado, engole um seco e continua andando, secando o suor da testa. – Você precisa mesmo de uma boa noite de sono, amigão. Está trabalhando demais, o que o Bruce diz a respeito¿

— Ele quer que eu teste meus limites, além do mais, ele tem mais com o que se preocupar, o braço dele ainda não está 100%.

— Ele disse especificamente que quer que você se teste¿

— Não com essas palavras, mas ele deixou implícito.

— Sério, cara. Vai dormir. Nos falamos depois, você tem tutoria agora, não tem¿

— Eu temo que sim. Até mais, Bart. Não se esqueça que o baile de caridade da Wayne´s  é hoje.

— Pode deixar. Se cuida, irmão. – Tim não ouvia essa palavra com frequência, apenas Connor e Bart a usavam, e somente quando estavam muito preocupados com ele. Dick também já chegou a chama-lo de irmão, mas sem nenhum motivo aparente a não ser serem ambos protegidos de Bruce Wayne.


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