Boca Suja escrita por Lizzy Di Angelo


Capítulo 1
Boca Suja




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Porra. Caralho. Filha da puta. Inútil. Desgraçada. Vadia. Não aguentava mais uma única palavra vinda de Ground Zero, tinha certeza de que, se ele xingasse mais uma única vez que fosse, acertaria um murro na cara dele. Não recebia o bastante para aturar heróis mimados.

—Porra! –não o socou, por mais que seu punho tremesse por isso, mas se contentou em apertar aquela ferida o bastante para que aqueles olhos vermelhos ardessem em sua direção. –Faz o seu trabalho direito, inútil.

—Tem 52 horas que eu estou acordada, Ground Zero, e nessas horas eu tive que me desdobrar e curar setenta e duas pessoas. Dezessete deles eram heróis, que recentemente estão me parecendo ficar muito mais estúpidos que o normal. –pausou sua fala, respirou fundo e voltou a por toda sua energia em curar aquele maldito machucado. –E então, quando eu finalmente pude ir para casa, eu resolvi passar por aqui porque eu só queria comer a droga de um lámen... Mas então eu vi você, despencando do céu como um idiota.

Ele a encarava estranhamente interessado, seus olhos rubros pareciam quase tão cansados quando os da mulher, e por algum motivo isso fez com que ela decidisse suavizar as mãos sobre o ombro dele.

—E eu pensei “eu não posso deixar esse filho da puta morrer, mesmo que isso signifique nada de comida”. E então eu tive que escalar um prédio para te segurar, o que nos leva ao presente momento, onde eu estou segurando meu vômito, cheio de nada, no estômago só para não fazer isso em cima de você. –ajeitou as faixas sobre o machucado do homem uma ultima vez. –E o mínimo que você pode fazer é segurar essa merda de língua e parar de me xingar.

Bakugou se levantou, estranhamente sem jeito, e ele mesmo se perguntava se as horas de trabalho estariam afetando sua mente para estar com tanta vontade de fazer algo que não condizia consigo, mas engoliu todas as ofensas que estavam constantemente na ponta de sua língua, e ajudou a mulher a se levantar. Talvez devesse fazer algo por alguém que havia decidido salvar sua vida.

—Anda logo. –parecia irritado, e corado. –Agora eu também quero comer um lámen.


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