Entre-Laços escrita por EsterNW, Biax


Capítulo 31
Entre-Laços


Notas iniciais do capítulo

Bia:
Olá pessoinhas! Preparadas para o gran finale da nossa querida fanfic?
Esse capítulo está muito amorzinho, já que o povo vai se reunir como nos velhos tempos :')
Boa leitura!
Ester:
Olha só quem tá aqui... Pela última vez. É, meu povo, o dia chegou. Depois de dez meses postando e quase um ano de projeto... Hoje é o dia do último capítulo da Entre-Laços. Não vou falar muito por aqui e deixar os agradecimentos e merchans pro final. Peguem seus lenços e aproveitem a última one :')
Boa leitura ;)
Stelfs:
Olá pessoas do meu coração! :D
Como estão as senhorias nesse dia?
Bem, como eu disse, aqui estamos nós encerrando mais um capítulo da nossa Entre-Laços! [Ahhhhhhhhhhhhhhhhh D:] E o que dizer nesse momento? Acho que, em primeiro lugar, agradecer vocês por acompanharem nossa saga, se apaixonarem com a gente pelos personagens, torcer pelos shipps, comentarem, morrerem, viverem, pedirem hentais -nnn. Obrigada por cada uma que me mandou MP, pelas que eu pude conhecer melhor, conversar, trocar ideias e aquelas que favoritaram e continuaram a ler :}
Como eu disse, acho que isso não é um adeus. Estaremos aqui, continuaremos aqui e, com certeza, as meninas terão novos projetos, novas fics, novos tudo, então… não percam! ;) Eu estarei dando um grau na minha faculdade, então, por enquanto, ficarei somente com a Segredo de Madeleine, porém, de toda forma, estamos aí pro que der e vier :}
Grazie per tutti, donne ♥
E se deliciem com essa one maravilinda! o



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Stelfs

Me virei na cama, sentindo que meu corpo parecia querer parar de dormir. Mas sabe quando você tá com AQUELA preguiça de levantar? Então. Me aconcheguei ainda mais no travesseiro e soltei um murmúrio, me preparando pra dormir de novo, quando senti um braço passar por cima da minha cintura e me puxar pra trás, até minhas costas esbarrarem no corpo de alguém. Abri um sorriso na mesma hora, mesmo que eu tivesse com os olhos fechados, e segurei o braço de Castiel em cima de mim, fazendo um carinho nele.

— Bom dia, querido. — Puxei os braços dele ainda mais em volta de mim e os segurei junto com os meus, juntando eles e escutei meu marido soltar uma risada soprada e boa.

Ele grudou mais comigo e beijou meu ombro, descendo os lábios até meu pescoço, me levando a automaticamente mexer nos cabelos dele.

— Cass... — Ri quando ele tocou um lugar sensível em mim.

— Hum? — Ele continuou me beijando por ali sem nem dar trela pro que eu tava falando.

— Você sabe que daqui a pouco...

— Paaaaaaaaaaaai!

A porta do nosso quarto foi aberta de repente e Arthur entrou correndo e animado. Eu e Castiel levamos um susto imenso, nos largando com tanta rapidez, que acho que nem quando eu era adolescente fazia isso.

Pois é, meus queridos. Esse é o preço da vida adulta.

Meu marido respirou fundo e passou a mão na cara, se deitando de barriga pra cima depois do susto e eu suspirei, esticando o olho e vendo Arthur vir com tudo pro nosso lado.

— É hoje! — Nosso filho pulou em cima da gente com um sorriso enorme no rosto e a felicidade de quem acordou com tudo.

— E isso é jeito de entrar no nosso quarto? —Castiel olhou pra ele meio severo e Arthur tirou o sorrisão do rosto, murchando na hora.

— Desculpa, pai... — ele pediu, brincando com a beirada do meu lençol em uma vergonha e abri um sorriso com isso.

Se morro de amores? Sim ou claro?

Baguncei os cabelos dele em um carinho e ele levantou o rosto, olhando pra mim.

— Só bata na porta da próxima vez, okay? — Pisquei pra ele, sorrindo, e ele pareceu se animar.

— Tá bom — respondeu.

— Agora me diz: — Olhei pro nosso filhote, que nem poderia mais chamar ele assim porque já tava com dez anos. — Que animação toda é essa, hein? — Comecei a cutucar as costelas dele, fazendo ele se contorcer e colocar as mãos na barriga, se virando entre a gente.

— Para, mãe — ele pediu, já morrendo na gargalhada.

— Yes! A Laura vai vim! — Uma voz super alegre apareceu no corredor, junto com passos apressados e já esperei pelo pior.

—Espera aí, César! — Ceci veio gritando atrás no maior galope e parei de fazer cosquinha em Arthur, fazendo ele, eu e Castiel olharmos pra porta.

Em segundos, dois seres parecidos chegaram na porta do nosso quarto, passando direto e vindo com tudo na direção da cama.

— Ei, ei, ei… — Castiel ainda tentou impedir, mas…

Os gêmeos se jogaram em cima de Arthur, fazendo eu e Castiel pagar o pato.

— Ah, meu Deus! — eu gritei ao sentir o impacto de mais 90 kilos em cima de mim.

Os três começaram a rir, se divertindo com essa palhaçada e encarei Castiel com um rosto de “me salva” com “ai, que fofinho”. Arthur tirou a cara da minha barriga e levantou-a, fazendo César se debruçar em cima das costas dele e Ceci se arrastou pelo pai dela, ficando na altura dos irmãos.

— Oi — César falou todo engraçadinho para gente e só consegui rir.

Castiel cruzou os braços.

— Que que deu em vocês hoje? — Encarou nossos filhos com essa posso toda, mas tava com aquele sorriso de lado, já gostando dessa algazarra toda.

— Pai, a gente vai montar aquela mesona lá fora? — Cecília interrompeu o assunto e colocou os cotovelos nas costelas do pai dela, apoiando o rosto com as mãos.

— Se eu conseguir sair daqui vivo, talvez, gatinha — Castiel soltou uma das suas frases clássicas e descruzou os braços, mexendo nos cachinhos bagunçados da nossa princesa.

Balancei a cabeça com esse comentário e soltei um riso gostoso.

Já haviam se passado onze anos desde que nos formamos... Tanta coisa havia acontecido desde então… Todas nós nos casamos, tivemos filhos, construímos nossas carreiras… Entramos na vida adulta e agora éramos mães, esposas e profissionais. Era tão estranho tudo isso e ao mesmo tempo tão normal que... sei lá. Eu ainda tentava aprender como lidar comigo, com meus filhos, com Castiel e com essa rotina maluca que a gente chama de vida.

Mas a verdade é que as amizades que eu havia ganhado na faculdade ainda permaneciam aqui. Nivea, Caio, Armin, Carol, Kentin… Lys e Nathaniel. E o que dizer da Ester e da Bia? Foram momentos inesquecíveis.

— Tá na hora de vocês darem um jeito na vida, anda.  — Escutei meu marido falar com as crianças, enquanto tentava sair da cama e quase jogando todo mundo pra fora dela.

— Ah, não, pai — Ceci reclamou, se agarrando ainda mais nele.

— Deixa a gente ficar mais — Arthur pediu com um choramingo.

— Mas se a gente não sair daqui, como vamos arrumar as coisas pra Tia Ester e a Tia Bia? — intervim, passando a mão nos cabelos das minhas lindezas e eles pareceram se animar de novo.

— Tio Lysandre e tio Nathaniel também vão vir? —César perguntou, olhando pra mim.

— Vão. Eles, Laurinha e Ian — respondi, ainda fazendo carinho nos cabelos pretos e cacheados dele.

— EBA! — Cecília foi a primeira a comemorar, saindo de cima do pai dela em um atropelo e quase matando Castiel. — Eu vou ajudar o papai com a mesa! — gritou, começando a correr pelo quarto em direção à porta. —E vou mostrar pro Ian a banda nova que eu conheci! — Olhou pra trás, falando toda desesperada.

— Não, Ceci! — César ficou atiçado de repente e começou a sair da cama, quase matando todo mundo. — Eu que vou ajudar o papai! — Começou a correr atrás da irmã.

— Nada disso! — Arthur saiu de cima de mim em um atropelo, dessa vez quase me fazendo ficar sem estômago. — EU que vou ajudar o papai! — Ficou em pé na cama e deu um pulo dela, saindo desembestado pelo corredor.

— Vocês vão é cair desse jeito! — Ainda gritei, me apoiando pelos cotovelos pra ver onde eles tavam indo com tanta agitação. — Ah... — Suspirei de repente ao perceber que não tinha jeito chamar a atenção deles assim.

Escutei uma risada soprada do meu marido e olhei pro lado, encontrando ele olhando pra mim com aquela cara abusada dele.

— Que foi?

— Nada — mandou essa com aquele sorriso e chegou perto da minha barriga, mordendo ela de repente.

— Ah! — Dei um gritinho de susto e Castiel começou a rir, levantando a cabeça e me encarando. — Ridículo — xinguei ele, mas já tava rindo.

Ele segurou minha cintura, acariciando ela e penteei os cabelos dele com os dedos, sentindo Castiel enfiar o nariz entre as dobras da minha barriga, me fazendo sorrir com isso.

— Querido, — Eu parei meus dedos perto das orelhas de Cass. — Vamos. — Dei uns tapinhas delicados na cabeça dele. — Porque a galerinha do barulho não sossega — disse engraçada, observando onde ele ia chegar com aquilo.

Senti mais uma mordida em mim e me mexi na cama com o susto, fazendo Castiel rir.

— Para, seu palhaço. — Tentei tirar a cabeça dele dali e ele me segurou com ainda mais força, me arrastando pela cama. — Ah, meu Deus! — Comecei a rir com o impacto do deslize e encontrei ele com um cotovelo na cama e o outro braço em cima de mim.

— Não paro não — disse todo vaidoso, me atando. — Eu sei que você gosta. — Olhei pra cima e encontrei meu marido com seu sorriso autossuficiente.

— Besta — xinguei, mas o riso que tava na minha cara me denunciava.

Ele apenas riu, chegando mais perto de mim pra me levar num beijo quando...

— Manhê!

...

Bia

— Pronto? — perguntei, vendo Ian voltando para a sala.

— Sim. — Mostrou o livro em sua mão. — Acho que preciso ir no banheiro, mãe.

— Então vai lá.

Ian me entregou o livro e foi para o corredor, ao mesmo tempo em que Nathaniel saía do quarto, jogando os fios ainda úmidos para trás.

— Vamos? — Ele se aproximou, pegando a carteira e as chaves na ilha.

— Sim, só esperar o Ian ir no banheiro. — Me virei para ele, passando as mãos por seu peito, tirando alguns vestígios de amassados da camiseta.

Ele sorriu com meu gesto e acariciou meus cabelos, agora rosa bebê. — Gostei muito desse vestido. Ficou ainda mais linda com ele.

Sorri, me sentindo quase mimada. — Obrigada. Quem comprou tem muito bom gosto, não acha?

— Com certeza acho. Essa pessoa conhece muito bem suas curvas. — Sorriu, com uma cara orgulhosa.

— Também, depois de tantos anos, precisa conhecer, né? — Dei um tapinha em seu braço, de brincadeira.

— É claro. — Se abaixou e beijou-me os lábios.

Antes que pensássemos em avançar um pouco, ouvimos a porta do banheiro abrindo e nos afastamos.

Ian voltou e entreguei o livro para ele. — Bora que estamos ficando atrasados. A Ester deve ter me mandado quinhentas mensagens.

Peguei minha bolsa na mesa e Nath foi na frente. Abriu a porta, e Ian saiu, seguindo de mim.

A porta foi trancada e seguimos para o elevador, depois para o estacionamento e para o nosso carro, onde meu marido me entregou as chaves.

— Mãe — chamou Ian me olhando com cara de preocupação. — Deixa o pai dirigir.

— Ué, por quê?

Suas bochechas coraram de leve e ele abraçou o livro. — É que... é um pouco longe e eu fico com medo quando você dirige.

Nathaniel começou a rir e pegou as chaves da minha mão. — Minha vez, então.

— Que história é essa agora? — Olhei inconformada para o meu filho. — Você nunca falou isso.

Ian ficou mais vermelho. — É-é que às vezes você dirige muito rápido.

— Mas eu nunca passei do limite permitido. — Levantei as mãos com as palmas para cima, não entendendo aquilo tudo.

Nath entrou no carro e destrancou as portas.

— E também... — Ian continuou, mais baixo. — Eu tô com medo de passar mal.

Ai meu Deus, viu. Olha essa carinha que ele faz, que vontade de apertar.

Cheguei perto e o abracei. — Você tomou o remédio de enjoo, não vai passar mal. Mas se passar, não tem problema, é só avisar que o pai para o carro, tá bom?

Ele balançou a cabeça e se afastou, abrindo a porta de trás e entrando. Esperei ele se ajeitar e entrei também, já vendo a carinha dele de felicidade surgir.

Eu sabia, ele só queria que eu ficasse ali com ele.

— Nossa, você vai roubar sua mãe de mim mesmo? — Nathaniel brincou, olhando para trás, para Ian.

Ian sorriu. — Só hoje, pai.

— Sei, só quero ver. — Sorriu, ligando o carro e ajeitando os vidros. — Pegou o álbum, Bia?

— Peguei sim. Nunca ia esquecer! Tô doida para ver a cara delas. — Coloquei o cinto de segurança em meu filho e depois em mim.

— Então bora para a estrada.

Saímos do estacionamento e fomos para a rua.

— Pai, liga a música — pediu Ian, abrindo o livro.

— O que você quer ouvir? — perguntou sem tirar os olhos do caminho.

— Não sei, coloca no aleatório.

Então Nathaniel ligou o sistema de som, quando parou em um farol fechado, e colocou no aleatório. A primeira música que começou foi do Metallica, The Day That Never Comes.

— Deixa nessa?

— Sim, deixa. Eu gosto.

— Ai, que orgulho do bom gosto do meu filho. — Baguncei seus cachos loiros.

Deixei meu braço no encosto do estofado e admirei Ian, enquanto ele começava sua leitura.

— Finalmente vamos nos reunir, né? — Nathaniel comentou.

— Pois é, sempre marcávamos, mas nunca dava para alguém. Muito puxada essa vida de cuidar de família, ainda mais a Stelfs, aquela doida.

— Por que doida? — Ian questionou sem parar de ler.

— Ah, porque ela é. — Dei risada. — Não sei como ela consegue fazer tanta coisa. Tem trabalho, tem os filhos, tem cachorro, tem Castiel, o que não é fácil aguentar.

Ian deu risada. — O tio vai brigar se ouvir você falando isso.

— E desde quando ele não briga por qualquer coisa que eu diga? — Sorri, lembrando das pequenas discussões que tínhamos antes mesmo das meninas irem morar no apartamento. — Sabe que eu conheci ele primeiro que suas tias, né?

— Sim, ouvi você falando uma vez. Ele sempre levava multa porque você reclamava do barulho, não era? — disse ainda rindo.

— Sim. Ele deve ter gastado muito com multas. Mas a culpa não era minha, ele que adorava fazer barulho quando não podia.

— Acho que ele ainda faz barulho quando não pode — Nathaniel falou, sorrindo.

— Provável, mas pelo menos os vizinhos não escutam, e também o Arthur acompanha ele no violão. Deve ter um quase show naquela casa. Aí fica César e Cecília cantando.

— O tio tem uma banda, né. — Ian comentou. — Normal que eles façam barulho.

Dei uma olhada para ele, já que seu tom era quase como se estivesse defendendo a família e sorri. — É só falar da Cecília que você defende?

De novo, suas bochechas coraram. — N-não tô defendendo — disse rápido, sem me olhar.

Fazia um tempo que tínhamos nos reunido, mas sempre reparei que Ian tentava ficar perto de Cecília quando estávamos juntos, mesmo ela sendo mais elétrica do que ele.

Bom, continuamos a viagem comentando uma coisa ou outra, e felizmente, Ian não passou mal. Talvez estivesse muito concentrado no livro para lembrar do mal-estar. Ou ele sentiu algumas coisas, já que ele encostava na minha barriga e deixava sua mão direita nela, enquanto segurava o livro com a outra.

Mas talvez fosse por outro motivo.

Então chegamos ao nosso destino.

...

Ester

— Mãe, tô com fome — Laura reclamou pela trocentéssima vez em menos de uma hora. Por sorte, já estávamos na porta da casa da Stelfs, enquanto Lysandre ligava o alarme do carro e ia até nós.

— Eu já disse que vai ter que esperar até o almoço, mein Lieben. — Laura fez bico, enquanto Lysandre parava ao nosso lado. — E não me faça essa cara…

— Paaaaiiii, o César trouxe o Dragon pra dentro e tá molhando tudo! — Ouvimos uma voz aguda gritar do lado de dentro e eu e meu marido nos encaramos, já sabendo do que ia vir pela frente.

Hora de visitar as pest... Os filhos da Stelfs. E também me reencontrar com ela, Castiel, Bia, Nathaniel e aquela fofura de menino, o Ian. Além disso, tentar relaxar um pouco a cabeça no feriado. Fato da vida adulta: você vai ficar eras marcando de encontrar com seus amigos e, quando isso acontecer, provavelmente vão estar todos casados, com filhos ou pelo menos com alguns cabelos brancos e algumas rugas que não estavam ali antes. Bem-vindos à vida real!

— Eu já não falei pra deixar o Dragon no quintal, moleque? — A voz de Castiel ralhou com alguém e foi se aproximando. — Sua mãe vai ficar louca quando ver esse chão…

A porta abriu e Castiel deu de cara com nós três, a família do comercial de margarina. Bem, exceto pela Laura, que estava reclamando que queria ir ao banheiro.

— Posso ir no banheiro, tio? — Laura pediu sem cerimônias e eu chamei a atenção dela.

— A porta de sempre — Castiel afirmou e Laura abraçou as pernas dele, correndo para dentro em seguida. Bem, pelo menos ela cumprimenta as pessoas…

— Que zona de guerra tá acontecendo aqui? — zuei com o moreno, já que ele desistiu de ser garoto propaganda da Koleston e tinha voltado pra cor original dos cabelos. Entrei na casa e nos cumprimentamos com acenos de cabeça, enquanto ele demorava mais com Lysandre, num cumprimento de “brothers”.

— Só o de sempre. — Lysandre entrou e Castiel fechou a porta.

— Acredito que eles tentaram transformar a sala em uma zona de guerra… — Lys comentou, observando o chão. Olhei pra baixo, vendo o piso todo encharcado.

— Castiel, eles já… — Stelfs vinha pelo corredor e estacou ao ver nós três parados lá. — Que foi, gente? — questionou e olhou pra obra de arte do chão.

— Eu disse pro Cesar que a mamãe ia ficar brava. — Cecília passou por nós, junto de Laura, indo brincar com alguns brinquedos espalhados pelo sofá.

Stelfs ia dar uma bronca em César, porém, pareceu desistir. Às vezes me pergunto como ela consegue dar conta de tudo sem enlouquecer… Se eu questionasse, provavelmente ela diria que já acostumou com isso e, talvez, que gosta desse estilo de vida.

Enfim, a comida já estava praticamente pronta, só restando uma lasanha assando no forno. Entreguei meu pote com maionese e Stelfs disse para que eu ficasse à vontade.

Melhor jeito de ficar à vontade na casa dos outros? Brincar com Laura e Cecília no sofá. Ainda bem que elas não resolveram que queriam brincar de casinha... Bem, até Arthur e César aparecerem e se juntarem no meio. Quase fiquei doida tendo que colocar alguma ordem naquela turminha do barulho.

Enquanto eu lutava para manter a ordem na desordem, Lysandre e Castiel resolviam algo com relação a trabalho na mesa que estava armada na varanda. Lógico, somente após o ex-garoto propaganda da Koleston limpar o chão em meio a resmungos.

Ouvimos a campainha e Stelfs atendeu. As crianças pareceram se animar com mais gente chegando.

— Que saudades de vocês! — Stelfs exclamou, abraçando a Bia. Nathaniel só observava aquele momento amizade, enquanto Ian corria e se juntava a nós. Mais um pra turminha do barulho.

— Tia Ester! — O menino exclamou e foi logo me dando um abraço.

— Nossa, que menino cheiroso — comentei e Ian sorriu tímido, se separando do abraço. Cumprimentou os amigos e foi se sentar no espaço entre Arthur e

Cecília.

Laura olhou para Ian com um olhar fuzilante de ciúmes. Essa menina era pior do que eu...

— E aaaeee pequetuxos. — Bia brotou do nada, dando um susto em mim e indo abraçar as crianças.

— Mudou o cabelo de novo, tia? — Cecília perguntou direto, enquanto Bia terminava de abraçá-la, indo para o irmão logo em seguida. — Gostei, parece algodão doce. — Pensou alto e eu ri do comentário dela, enquanto as crianças pareciam aprovar.

— É, eu falei isso quando vi a tia pintando o cabelo — Laura comentou em resposta à Cecília.

— Você não, eu te vejo todo dia — Bia disse quando terminou de abraçar a roda de crianças, se dirigindo a mim.

— Nossa, então não mereço abraço só por isso? Hashtag chateada. — Me fiz de indignada, causando riso na Bia.

Nosso momento de debate foi interrompido por Nathaniel, que chegou bagunçando os cabelos das crianças como uma forma de cumprimentar.

— Vou lá ver se a Stelfs precisa de ajuda com a comida, já que vocês tão aqui pra ficar com as crianças… — Ia tentar uma saída pelo espaço vago, porém, não precisei, pois o almoço já estava pronto.

As crianças correrem feito um batalhão para lavar as mãos, enquanto nós, adultos, começávamos a arrumar a mesa.

Em pouco tempo, todos se juntaram à mesa e começamos a atacar a comida, alguns mais empolgados do que outros. O ambiente era preenchido por sons de garfos, facas e colheres contra pratos, conversas altas, baixas, em sussurros e uma música de fundo. Estava prestando atenção no bate papo entre Bia e Stelfs sobre os filhos, porém, logo me entediei do assunto e acabei olhando mais para as crianças, animadas e felizes com o almoço. Só torcia pra que não resolvessem fazer uma guerra de comida…

Voltei os olhos de novo para minhas amigas e vi que Ian cochichava algo com a mãe:

— Mãe, posso dar a notícia? — perguntou incerto e Bia sorriu.

— Gente, o Ian quer contar uma novidade! — ela exclamou, chamando a atenção de todos e fazendo cessar as conversas ao redor da mesa.

Ian corou, ao ver que todos os olhares se voltavam pra ele. Entre murmúrios de “que fofo!”, ele ficou com as bochechas ainda mais vermelhas. O menino olhou para a mãe, que o incentivou a falar. Olhou também para Cecília, que devolveu o olhar com uma erguida de sobrancelha like o pai dela.

— Eu… Vou ter um irmão. Ou uma irmã — Ian anunciou feliz, causando surpresa em geral.

— Ahhhh, meu Deus! — Stelfs foi a primeira a exclamar, com direito a expressão de surpresa e mãos sobre a boca.

Ouvi uma das crianças perguntar “você tá feliz, Ian?”. O menino sorriu e disse que sim, ficando quieto e parecendo mais sossegado, enquanto nós mais velhos tratávamos de dar os parabéns pra Bia e pro Nath. E pro Ian também.

— Perdi meu posto de mãe de muitos filhos — Stelfs brincou, gerando riso em geral.

— Daí você tem mais um, pra garantir o primeiro lugar — brinquei, incentivando a competição de brincadeira. Castiel foi o primeiro a me olhar com cara de “você tá doida, mulher?!”.

— E aí, querido? — Stelfs dirigiu para o marido, que passou para “mas você também?”.

— Nem pensar! — soltou, tomando um gole de seu guaraná. — Já fechei a fábrica. Podem ficar com o primeiro lugar. — E bateu o copo na mesa, como se tivesse dando o assunto por encerrado. Eu, Bia e Nathaniel rimos, enquanto Lysandre disfarçava.

— Relaxa, Stelfs, não vamos pegar seu lugar — Bia assegurou para Stelfs, dando uma garfada na lasanha dela.

— Se não acontecer nenhum acidente, né? — Nathaniel só faltou assobiar, mas bebeu um gole do suco no lugar, dando de ombros.

— Como assim acidente? — Um dos meninos perguntou, cortando aquele momento zueira.

— Isso não é assunto pro bico de vocês — Castiel soltou meio de mau humor, indo encher o copo de César, pra tentar escapar do assunto.

Mesmo assim, as crianças cochicharam entre elas, curiosas como sempre.

— Quem quer sobremesa? — Desviei do assunto, pra alívio dos adultos e alegria geral das crianças, que comemoraram felizes, largando a comida do jeito que estava.

Stelfs foi pegar a torta de paçoca com chocolate que Bia trouxera.

Terminado a comilança, eu, Stelfs e Lysandre levamos a louça para ser lavada, enquanto Nathaniel e Bia ficavam com as crianças e Castiel montava a piscina de plástico para elas.

— E como tá a vida de vocês? — Stelfs perguntou para Lysandre, enquanto eu me sentava na cadeira da bancada, apenas observando a conversa dos dois.

— Estamos bem. Laura começou a aprender teclado com uma amiga nossa, depois de muito insistir — Lys começou a contar para Stelfs. — Ester tem trabalhado bastante. — Olhou de soslaio para mim e apenas dei de ombros. — E a banda acaba de lançar um DVD ao vivo, como você já deve saber.

— Você quer, Nightwish? Só faltou orquestra! — brinquei, gerando riso em meu marido e Stelfs deu sua clássica revirada de olhos.

— Gente, quase que eu me esqueço de mostrar uma coisa pra vocês. — Bia apareceu de repente, tirando a gente daquele momento “como vai a vida?”.

— Irei ver se Castiel já montou a piscina — Lys disse essa, apenas pra disfarçar e deixar a nós três sozinhas, afinal, era difícil arranjar um tempo para que conseguíssemos conversar pessoalmente e em paz.

Ele secou as mãos e saiu em direção à varanda. Enquanto isso, Bia entregou o álbum para mim e se sentou ao meu lado. Stelfs fechou a torneira e parou em frente, apoiando os cotovelos na bancada, após ter secado as mãos.

— Que você tá aprontando dessa vez? — Stelfs perguntou para Bia.

Eu abri o álbum, dando logo de cara com uma foto de muito tempo atrás. Nós três, os meninos, a banda, os pais da Stelfs, tia Simone e tio Gustavo, nossos amigos…

— Mas esse foi o primeiro natal que a gente passou juntas! — exclamei, impressionada em como a Bia ainda tinha aquilo guardado. E obrigada, boa memória. — Não acredito que você ainda tem isso guardado, Bia. — Comecei a folhear as páginas do álbum, nostálgica com cada uma das fotos.

— Lembra que a tia Simone ficou cantando Roupa Nova? — Stelfs entrou de brincadeira, mas também observava aquelas páginas de forma nostálgica.

— Eu lembro é de aguentar o Roberto Carlos cantando — Bia brincou e eu ri. De repente senti saudades da tia Simone, que foi tão gentil comigo naquele natal. Talvez eu fizesse uma visita pra ela qualquer dia desses…

— Olha isso! — Apontei pra foto, feito uma doida.

A imagem em questão era de mim correndo atrás da Rosa, que estava com meu prato de comida na mão.

— Nem acredito que você tirou foto disso! — Parei, trazendo aquela lembrança à tona e sorrindo, lembrando de porque minha cunhada tinha feito isso.

Bia e Stelfs riram e eu continuei folheando o álbum. Parei em uma foto onde Stelfs fazia careta e Castiel a encarava com aquela cara dele.

— Quase rolou treta nesse dia — Bia comentou entre risos, trazendo à tona essa cena.

Stelfs estava com medo de que rolasse alguma confusão entre Júlio e Nathaniel. No fim, não aconteceu nada e os dois são amigos até hoje.

É, certas coisas se mantém as mesmas através dos anos, e a amizade é uma delas. Mesmo com tanto tempo, distância, problemas e tudo o que passamos ao longo de quinze anos, nos mantínhamos juntas. Mesmo longe, mesmo ocupadas e estressadas pela vida, sabíamos que sempre teríamos alguém com quem contar quando mais precisássemos.

Alguém que sempre ajudaria a nos manter firmes, ou então dar um puxão de orelha. Porque a vida é feita disso. Às vezes, precisamos que alguém nos mostre outra direção, que nos dê alguma orientação.  Alguém que nos segure quando achamos que vamos cair.

— Tinha que ser ideia da tia Simone — Stelfs comentou sobre a última foto do álbum. Os três casais: eu e Lysandre, Bia e Nathaniel, Stelfs e Castiel, juntos na foto. Créditos de fotografia e ideia para a tia Simone.

Mesmo depois de tanto tempo, nós seis permanecíamos juntos. E essa união toda não acabaria tão cedo.

— Ai, gente, isso me deixou tão nostálgica — comentei ainda sorrindo e fechei o álbum.

Nos encaramos com sorrisos, enquanto inúmeras lembranças passavam em nossos olhos. Era muita história para ser contada, muita coisa vivida por nós três. Por nós seis, porque os rapazes também estavam inclusos. Éramos unidos por laços de amor e de amizade, que continuavam por todos esses anos. E permaneceriam por mais quinze anos ou ainda mais. Disso eu tinha certeza.


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Notas finais do capítulo

Bia:
Eeee acabou! Não foi muito fofo? Fechamos com chave de ouro esse universo que criamos! Só queria agradecer muito a quem acompanhou e nos incentivou a sempre escrever mais, então muito obrigada!
Como já sabem, as meninas vão continuar postando fics desse universo no perfil delas, mas eu não irei (acabou a criatividade -qq) mas quem quiser me seguir/adicionar, vou sempre postar fics diferentes (tanto de AD quanto originais). E a propósito, estou começando a trabalhar em uma long com o Nath, então quem quiser saber da novidade, é só ficar esperto xD
Obrigada por tudo novamente e até mais ♥
Ester:
A última música dessa coletânea é Haifisch, do Rammstein. Acho que essa letra tem tudo a ver com dentro e fora da fic :') https://youtu.be/fvQJJydqQBQ
Pra quem quiser a playlist completa da fic no YouTube: https://www.youtube.com/playlist?list=PLtd2o93Ew-C1Tbbt2XgPp8m1fLgW081ui
E no Spotify:
https://open.spotify.com/playlist/0p7gdVVnaU2OHw7Pbf2cFF
Acho que vou chorar ~malditos ninjas cortadores de cebola.
Bem, obrigada a todas vocês que já passaram aqui pela fic, leram, favoritaram e comentaram. Um muito obrigada e um beijo pra todas vocês!
Caso vocês já estejam com saudades dos personagens da Laços, não se preocupem! Temos algumas fics pra vocês matarem a saudades deles:
Eu, com a coletânea Entre Nós e aquele casal que te mata de fofura: https://fanfiction.com.br/historia/758716/Entre_Nos/
A Stelfs, com uma coletânea cheia de emoções com o casal mais treteiro e gente boa dessa fic: https://fanfiction.com.br/historia/758515/Minha_nada_mole_vida_com_Castiel/
A Bia, infelizmente, não vai continuar com a Laços, mas tem essa original maravilhosa sendo postada: https://fanfiction.com.br/historia/758452/Atraves_do_Tempo_-_Entre_Vidas/
E eu também tenho outra fic de Amor Doce, com o Castiel, pra quem quiser: https://fanfiction.com.br/historia/759053/Time_of_our_lives/
E uma original de mistério em parceria com uma amiga, novinha em folha: https://fanfiction.com.br/historia/759382/A_Espreita/
E a Stelfs também tem outra fic de Amor Doce, o Segredo de Madeleine: https://fanfiction.com.br/historia/727602/O_segredo_de_Madeleine/
E volta e meia nós temos novidades por aí, é só seguir a gente ;) Agora chega de merchan, não é não? XD
Muito obrigada por tudo, gente. Até a próxima fic ou até a gente se encontrar por aí o/
Stelfs:
AIN :’)
Mouça, acho que tem um olho aqui na minha lágrima HAHAHAHAHAHAH. Não sei se deu pra conhecer as crianças direitinho, mas, espero que tenham gostado e amado cada um deles ♥ Bem, acho que não tenho nada a declarar mais… espero que tenham amado cada momento! Bacione, persone e… arriverdeci.



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